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Primeira vitória de George Russell teve a cara da sua carreira na Fórmula 1

George Russell (Mercedes) durante pódio do GP de São Paulo de Fórmula 1 - Bryn Lennon - Formula 1/Formula 1 via Getty Images
George Russell (Mercedes) durante pódio do GP de São Paulo de Fórmula 1 Imagem: Bryn Lennon - Formula 1/Formula 1 via Getty Images

Colunista do UOL

13/11/2022 20h29

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Parece ser essa a história de George Russell: as coisas parecem ir bem até que algo acontece e ele tem que superar um obstáculo. O campeão da Fórmula 2 de 2018 conseguiu chegar na F1, mas teve que ser pela Williams. No time inglês, ele teve vários azares até conseguir seu primeiro ponto. E sua primeira vitória, no GP de São Paulo deste domingo, parecia tranquila até que um Safety Car o colocou sob pressão no final.

"Quando o SC apareceu eu pensei 'típico'", disse Russell, sempre com seu humor inglês. Ele largou em primeiro depois de ter vencido a sprint, estava controlando a distância para o segundo colocado (sendo ele Max Verstappen logo no comecinho antes do toque dele com Lewis Hamilton, Sergio Perez pela maior parte da prova, e Carlos Sainz antes do espanhol fazer a terceira parada, justamente quando o Safety Car causado por Lando Norris juntou o pelotão.)

Foi então que ele teve 10 voltas para controlar justamente Lewis Hamilton. Russell chegou a questionar a equipe Mercedes se deveria arriscar a dobradinha em uma briga, ouviu que sim, mas mesmo assim controlou também qualquer tentativa de aproximação do companheiro para, enfim, depois de mais de 80 GPs, vencer pela primeira vez na Fórmula 1.

Perguntado sobre quando deixou a emoção tomar conta, logo ele que venceu de cara os campeonatos da F4, F3 e F2, ele disse que "não deve ter demoramos mais que 5 segundos".

Russell agora quer olhar para frente. Ele celebrou a evolução da Mercedes ao longo do ano, lembrando o tanto que o time sofreu na primeira das três sprints do ano, em Imola, o pior momento do time em toda a temporada. Foi naquele momento que os octacampeões mundiais tinham problemas bem mais sérios no carro do que imaginavam, e perderam meses até encontrarem o caminho para começar a virar o jogo.

O ritmo foi melhorando aos poucos, até que o time começou a se colocar em posição de vencer. Singapura poderia ser uma oportunidade no papel, os Estados Unidos se tornaram outra depois de um erro da Red Bull, mas a falta de velocidade de reta fazia de Russell e Hamilton presas fáceis.

Na Cidade do México, isso seria compensado pela altitude, mas erros de estratégia fizeram com que a Mercedes parecesse ter desperdiçado sua maior oportunidade de vencer no ano. Mas a vitória, e com direito a dobradinha, viria no Brasil, aproveitando-se de um fim de semana ruim da Red Bull em termos de acerto de carro e também na estratégia. Além, é claro, do toque entre Hamilton e Verstappen, em que nenhum dos dois tirou o pé, herança de todas as disputas do ano passado.

Para Russell, a vitória vem em um momento importante na temporada, quando ele estava sendo superado por Hamilton com frequência e vinha cometendo alguns erros. Não é por acaso que ele fala em levar esse momento, e a evolução da equipe, para o ano que vem. "Estamos de volta."