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Ford, punição e tensão: Favorita Red Bull não cansa de estar nas manchetes
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A Red Bull foi até Nova York fazer o lançamento da pintura de seu carro de 2023 já de olho no futuro: o time anunciou uma parceria com a gigante norte-americana Ford começando a valer em 2026. Com isso, a Ford, que ajudou a conquistar onze títulos de pilotos entre 1968 e 1982, ganhou seu último mundial com Michael Schumacher em 1994 e deixou a F1 pela última vez em 2004, após envolvimento com as equipes Jaguar e Jordan, estará de volta à categoria em um momento de crescimento do campeonato nos EUA.
Mas a Red Bull não olha somente para 2026. O time foi quem melhor se aproveitou da grande mudança de regras de 2022, com um carro que foi se tornando mais equilibrado e leve com os pneus ao longo do ano, enquanto foi passando por uma "dieta" que o fez perder cerca de 20kg ao longo da temporada.
Era o que Max Verstappen precisava para ter uma sequência de corridas praticamente perfeitas e conquistar o título com sobras: 15 vitórias em 22 corridas, incluindo algumas exibições de gala, como a recuperação do GP da Bélgica, quando largou em 14º e assumiu a liderança em 12 voltas.
Os pontos de Verstappen, e também de seu companheiro Sergio Perez, que lutou pelo vice com Charles Leclerc, da Ferrari, até o final, levaram a Red Bull a seu quinto mundial de construtores, o primeiro da era híbrida que começou em 2014.
Verstappen e Perez seguem como a dupla da Red Bull em 2023, e tentam retomar o bom relacionamento após o holandês escancarar que houve uma quebra de confiança entre os pilotos durante o GP de Mônaco, ainda na primeira parte da temporada.
Impacto da punição por gastos é a grande incógnita da Red Bull
Esse não foi o único problema no grande 2022 que a Red Bull teve. A constante evolução do carro chamou a atenção dos rivais, que pressionaram a FIA para passar um pente fino nas contas da Red Bull, no primeiro ano em que os times tiveram de entregar um relatório de suas contas para o teto orçamentário, que entrou em vigor em 2021.
Foi uma história que só mostrou o quão complicadas são as regras, que têm uma série de exclusões. Mas, no final, foi determinado que a Red Bull passou do teto depois que a FIA identificou 13 itens, como alimentação dos funcionários e seguro social, que a equipe não tinha adicionado à conta.
Com isso, eles levaram uma multa de 37 milhões de reais, que já foi paga e não entra nas contas do teto. E terá 10% a menos de desenvolvimento aerodinâmico em relação a sua cota, que já seria a menor do grid devido ao título de 2022. A Red Bull agora terá 63% de tempo de desenvolvimento, sendo que a Ferrari tem 75% e a Mercedes, 80%, pelo menos até esses valores serem reajustados novamente respeitando a ordem do campeonato no final de junho.
Enquanto os rivais garantem que a vantagem que eles tiveram ao gastarem mais justamente no ano de uma mudança grande de regulamento já está na performance do carro, a Red Bull acredita que a punição é muito dura e que pode sofrer ao longo da temporada.
Afinal, a Red Bull é parceira da Honda ou da Ford?
Quem acompanhou o noticiário nas últimas semanas viu a confirmação de que os motores da Red Bull Powertrains ganharam também o nome Honda para a temporada 2023. A marca japonesa busca ganhar mais crédito pelo sucesso de um motor que é efetivamente um projeto seu, mas que agora está nas mãos da divisão de motores da Red Bull. Esse acordo aproveita o fato de que, até o final de 2025, o desenvolvimento das unidades de potência está congelado, dando tempo para a RBPT focar no seu grande projeto de 2026.
Porém, poucos meses antes, a Honda decidiu assinar a inscrição para ser fornecedora de unidades de potência no campeonato de 2026. Isso deixou claro que a retomada da parceria com a Red Bull para fazer o novo motor seria impossível. Isso porque a Red Bull Powertrains também é signatária. Inclusive, aproveitando-se das vantagens (mais tempo de desenvolvimento e mais dinheiro) de ser considerada uma fabricante.
A Red Bull chegou a ter negociações avançadas com a Porsche, que entraram em colapso no meio do ano passado. Foi a partir daí que o nome da Ford começou a ser ligado aos atuais campeões mundiais.
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