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Alfa Romeo é a 1ª equipe a mostrar carro de verdade para a temporada da F1
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A Alfa Romeo foi a primeira equipe a mostrar seu carro para a temporada 2023 da Fórmula 1, após três de seus rivais (Haas, Red Bull e Williams) preferirem lançar apenas as pinturas de seus carros por enquanto. O time suíço vem em momento embalado, preparando-se para se tornar a equipe de fábrica da Audi em 2026 e vindo de um com campeonato em 2022. Curiosamente, entre as quatro equipes que fizeram os lançamentos, eles também foram os únicos que apresentaram uma pintura bastante diferente em relação ao ano passado, reflexo da mudança de patrocinadora principal.
No carro em si, é possível observar inúmeras mudanças, desde a inversão do conceito das laterais, que buscam jogar o ar para baixo ou invés de para cima, como ano passado, até o assoalho com as bordas laterais bastante recortadas. Segundo o diretor técnico, Jan Monchaux, a maior mudança não é visível nas fotos. "Identificamos logo de cara que a área em que queríamos focar era a traseira do carro, então fizemos uma traseira completamente nova, nova caixa de câmbio, nova suspensão traseira, carroceria, instalação da refrigeração. Nós tínhamos chegado a um platô em termos do que podíamos tirar dessa área do carro e tivemos de fazer uma mudança bastante extensa."
Há um clima de otimismo com a chuva de novos parceiros que a Alfa Romeo vem apresentando nas últimas semanas, mas também há um outro lado que preocupa do ponto de vista técnico.
Em 2022, a Alfa Romeo apostou em um carro mais curto, o que fez com que eles fossem o único time a começar o ano bem próximos do peso mínimo. À medida que as rivais foram melhorando neste aspecto, eles foram ficando para trás em termos de performance, e só conseguiram o sexto lugar, diante de uma Aston Martin com potencial bem superior, devido aos pontos somados no começo do campeonato.
O peso continua sendo um tema importante neste ano, assim como a opção por um carro mais ou menos curto, até devido às mudanças nas bordas do assoalho bem no centro do carro (pela interação com o fluxo de ar que vem dos pneus dianteiros). Essa opção foi mantida no carro atual.
O carro vai para a pista ainda nesta semana, em um shakedown em Barcelona, na Espanha. Entre os dias 23 e 25, a Alfa Romeo estará com as outras equipes na pré-temporada no Bahrein.
Com margens bastante pequenas dividindo essa segunda metade do grid, não dá para apostar que uma equipe vai se sobressair. McLaren e Alpine estiveram um passo à frente ano passado e a Williams ficou devendo. Mas entre Alfa Romeo, Aston Martin, AlphaTauri e Haas, a briga vai ser boa ao longo do ano. A expectativa de Monchaux é de que "seis ou sete equipes estejam na briga para liderar o segundo pelotão".
O que conta a favor da Alfa, e também da Haas, é a propagandeada evolução da confiabilidade do motor da Ferrari, com o qual ambas as clientes sofreram muito em 2022. Se o turbo e o MGU-K realmente estiverem mais confiáveis, é possível andar com mais potência disponível, o que também ajuda a performance. Em 2022, os carros da Alfa Romeo não viram a linha de chegada em 12 oportunidades. E uma parcela significativa dos abandonos por quebras teve a ver com a unidade de potência.
Entre os pilotos, a Alfa Romeo tem um Valtteri Bottas que parece ter se reencontrado após uma saída apagada da Mercedes. O finlandês disse esperar "mais consistência" nos resultados desta sua segunda temporada no time. Ele também destacou seu papel dentro do time e do desenvolvimento do carro. "Há mais informações que passam por mim", disse ele, comparando com sua ex-equipe. "Trabalhamos dessa maneira para melhorar o equilíbrio do carro por toda a temporada passada e esse carro é um passo adiante nessa direção."
Bottas terminou o ano passado em décimo lugar, à frente de nomes como Daniel Ricciardo e Sebastian Vettel. E deve ter mais ajuda do companheiro Guanyu Zhou na pontuação. O chinês agradou em seu ano de estreia e só não pontuou mais porque à medida que evoluiu ao longo do ano, seu carro foi perdendo a competitividade. Zhou disse estar com as energias renovadas após ter passado parte da pausa com seus amigos e familiares em Xangai. Devido às restrições de viagem de seu país, ele, que é baseado em Londres por conta da F1, passou quase dois anos sem voltar para casa.
Alfa Romeo também é Sauber, e se prepara para ser Audi
Soa um tanto estranho dizer que a Alfa Romeo passa por um momento de otimismo após o acordo que vai transformar a Sauber em Audi, mas é exatamente isso que está acontecendo em Hinwil na equipe de Valtteri Bottas e Guanyu Zhou, que fizeram um trabalho competente ano passado para ajudar o time a sair do nono posto de 2021 para o sexto lugar.
Esta será a última temporada em que a equipe terá o nome da Alfa Romeo, um acordo puramente comercial para promover a marca italiana. A empresa que está por trás da equipe é, na verdade, a Sauber, que esteve no grid com este nome por décadas desde o começo dos anos 1990. A Sauber é comandada por uma empresa sueca, que entrou em acordo para vender o controle do time para a Audi e manter parte das ações.
O negócio ainda não está finalizado - a Audi é sócia minoritária no momento, e vai comprar lentamente as ações - mas o trabalho para tornar o time a equipe de fábrica dos alemães está a todo vapor. A Audi entra oficialmente também como fornecedora de motores em 2026 e já está contratando pesado, a começar pelo novo CEO, Andreas Seidl.
Seidl está de volta a Hinwil, onde trabalhou na época em que a Sauber era controlada por outra montadora alemã, a BMW, e sua função é estabelecer as bases para a chegada da Audi. O dia-a-dia da Alfa Romeo vai ficar na mão de Alessandro Alunni Bravi, que era o diretor administrativo do time. Isso porque o chefe e CEO dos últimos anos, Fred Vasseur, se transferiu para a Ferrari.
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