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Verstappen lidera e Red Bull esbanja resistência no primeiro dia de testes
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O atual campeão do mundo Max Verstappen, da Red Bull, liderou o primeiro dia de testes da pré-temporada da Fórmula 1, realizado no circuito do Bahrein, que também vai receber a primeira etapa do campeonato, dia 5 de março. Fernando Alonso, da Aston Martin, foi o segundo e Carlos Sainz, da Ferrari, foi o terceiro. Andando pela manhã como substituto de Lance Stroll, que se recupera de um acidente de bicicleta, Felipe Drugovich saiu satisfeito com seu desempenho após terminar a sessão em sétimo. Com a melhora dos tempos quando começou a esfriar no fim da tarde, ele fechou o dia em 14º.
"Foi muito bom, gostei muito. Conseguimos fazer a maior parte do que precisávamos. Tivemos um pequeno problema que nos tirou tempo de pista no começo, mas, depois disso, o carro estava funcionando bem. Foi apenas um daqueles problemas pequenos, foi só plugar de novo no computador que estava resolvido. Depois, eu fiz mais o trabalho aerodinâmico e, no final, eu pude forçar um pouco mais, dar duas saídas com pneu novo, e me senti muito bem. Foi um ponto positivo do carro: não é tão difícil de guiar no limite. Um pouco melhor do que o carro do ano passado nesse aspecto", disse o piloto.
Drugovich agora ficará no aguardo de um novo chamado. A Aston Martin decidiu que Alonso anda no carro por toda a sexta-feira, mas deixou o sábado em aberto. Se a equipe julgar que não poderá contar com Stroll, a tendência é que o brasileiro ande novamente para se preparar para uma eventual substituição no primeiro GP.
Neste primeiro dia de atividades, ainda não é o momento de focar na tabela de tempos. Até porque os carros passaram boa parte do dia carregados de apetrechos para medição de fluxos aerodinâmicos. São aquelas grades cheias de sensores colocadas principalmente atrás dos pneus, e também as tintas coloridas, usadas para demonstrar o comportamento do fluxo do ar.
Os dados coletados nesta fase do teste são cruzados com aqueles obtidos nas ferramentas de simulação das equipes (os túneis de vento e softwares de CFD, que estuda a dinâmica de fluidos). É importante que essa correlação entre simulação e pista esteja bem afinada, caso contrário vai ser difícil projetar alguma peça que realmente funcione ao longo da temporada.
É interessante que as equipes já foram à pista com essas grades logo de cara, o que é fruto do cronograma apertado com apenas três dias de testes. As checagens iniciais, para entender se os sistemas e a parte mecânica estão funcionando bem, já foram feitas na primeira vez que os carros foram à pista, em testes individuais, nos quais as equipes usam uma brecha no regulamento.
Isso ajuda a explicar por que os carros conseguiram cobrir tanta quilometragem no primeiro dia. A Red Bull foi quem mais andou, com 157 voltas, o equivalente a quase três GPs do Bahrein, que tem 57 voltas. A Mercedes somou 152 voltas e a Williams deu 149. Houve apenas uma bandeira vermelha, causada logo no começo pelo problema eletrônico do carro de Drugovich.
A Aston Martin perderia um pouco mais de tempo à tarde, quando o assoalho foi danificado durante um treino de pit stop e teve de ser reparado. A McLaren foi outra equipe obrigada a fazer reparos por problemas nos freios.
Fim do mistério da Red Bull e bico "dobrado" da Ferrari
Antes de a sessão começar, os carros foram colocados no grid para uma foto oficial. E vários pilotos foram dar uma espiada na nova Red Bull. Afinal, foi a primeira vez que o carro dos campeões mundiais esteve diante das câmeras.
Não há nenhuma grande novidade no RB19, mas chama a atenção o nível de detalhamento nas extremidades do assoalho, área em que houve ajuste nas regras. É bem provável que esse refinamento continue na parte em que ainda não conseguimos ver, embaixo do carro, área em que a maior parte da pressão aerodinâmica desses carros é gerada.
Outro carro que é bem mais refinado em relação ao ano passado é o da Ferrari, mas o teste começou com uma imagem curiosa. A parte de cima da ponta do bico estava dobrando para baixo em alta velocidade. Não é nenhum drama, no entanto, já que isso pode ser reforçado com facilidade.
Já a Mercedes voltou a usar o que parece ser um sensor de movimento em cima do volante, a exemplo do que tinha feito no shakedown de Silverstone. A grande preocupação da equipe é com as oscilações verticais, que foram o fantasma do time ano passado. Uma das metas era justamente desenvolver maneiras de medir e controlar o problema, que é de difícil detecção nas ferramentas de simulação na fábrica. De acordo com o chefe da equipe, Toto Wolff, o fenômeno não está se repetindo com o carro deste ano.
Mudança nas regras não diminuiu velocidade dos carros
A única conclusão que deu para tirar dos tempos é que as mudanças para diminuir o movimento vertical que estava fazendo muitos carros pularem principalmente nas retas já foram absorvidas pelos engenheiros, como era esperado. Quando as regras foram anunciadas pela FIA, falava-se na perda de até 1s por volta. Já em uma de suas primeiras voltas, sem buscar performance ainda, Carlos Sainz já bateu o melhor tempo da primeira sessão do teste do Bahrein do ano passado.
Os carros, então, estão mais rápidos. Mas só vamos ter uma ideia melhor de qual é o mais veloz deles quando as equipes deixarem os testes de aerodinâmica e também de pneus para o lado e colocarem os carros na pista em configuração de classificação. Isso deve acontecer no final das sessões de sexta e sábado, dando a chance de ambos os pilotos buscarem o limite. E, então, as comparações passam a ser com o tempo da pole do ano passado, que ainda está longe de ser batido.
Os testes de pré-temporada da F1 vão das 4h da manhã às 13h30, pelo horário de Brasília.
Confira a classificação do primeiro dia de testes da pré-temporada da Fórmula 1
1. Max Verstappen (Red Bull) 1m32.837s, 157 voltas
2. Fernando Alonso (Aston Martin) 1m32.866s, 60 voltas
3. Carlos Sainz (Ferrari) 1m33.253s, 72 voltas
4. Charles Leclerc (Ferrari) 1m33.267s, 64 voltas
5. Lando Norris (McLaren) 1m33.462s, 40 voltas
6. Lewis Hamilton (Mercedes) 1m33.508s, 83 voltas
7. Alex Albon (Williams) 1m33.671s, 74 voltas
8. Gunyu Zhou (Alfa Romeo) 1m33.723s, 67 voltas
9. George Russell (Mercedes) 1m34.174s, 69 voltas
10. Logan Sargeant (Williams) 1m34.324s, 75 voltas
11. Nico Hulkenberg (Haas) 1m34.424s, 51 voltas
12. Valtteri Bottas (Alfa Romeo) 1m34.558s, 71 voltas
13. Nyck De Vries (AlphaTauri) 1m34.559s, 85 voltas
14. Felipe Drugovich (Aston Martin) 1m34.564s, 40 voltas
15. Yuki Tsunoda (AlphaTauri) 1m34.671s, 46 voltas
16. Pierre Gasly (Alpine) 1m34.822s, 60 voltas
17. Esteban Ocon (Alpine) 1m34.871s, 53 voltas
18. Oscar Piastri (McLaren) 1m34.888s, 52 voltas
19. Kevin Magnussen (Haas) 1m35.087s, 57 voltas
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