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Drugovich faz teste com cara de preparação para correr no GP do Bahrein

Felipe Drugovich durante testes da pré-temporada da Fórmula 1 no Bahrein - Zak Mauger/Aston Martin
Felipe Drugovich durante testes da pré-temporada da Fórmula 1 no Bahrein Imagem: Zak Mauger/Aston Martin

Colunista do UOL

25/02/2023 09h52

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Com uma simulação de corrida e algumas voltas com configuração de classificação no bolso realizadas na parte da manhã nos testes de pré-temporada da Fórmula 1 no Bahrein nestes sábado, Felipe Drugovich se sente preparado para substituir Lance Stroll na etapa de abertura do campeonato na semana que vem, no mesmo circuito barenita. O canadense sofreu um acidente de bicicleta, lesionou os punhos, e está tentando se recuperar a tempo da primeira corrida do ano.

"Me sinto preparado. Lógico que, toda vez que eu sento no carro, eu consigo achar um pouco mais de tempo. Estar preparado é diferente de dizer que estou no nível do Alonso. É difícil chegar lá. Mas estou melhorando cada vez que entro no carro, então me sinto preparado para um GP", explicou Drugovich, que fechou a manhã com o terceiro lugar, seis décimos atrás de George Rusell, da Mercedes. Ambos os pilotos estavam usando o mesmo composto (C5), mas não há como comparar níveis de combustível, modos de motor e outras variáveis. Charles Leclerc foi o mais veloz da manhã, com um pneu mais duro (C4), potencialmente mais veloz.

Drugovich deu um exemplo interessante do que diferencia um piloto que acabou de fazer sua primeira simulação de corrida em um Fórmula 1 e um bicampeão mundial que se prepara para a 20ª temporada na categoria. Até o momento, ele sabe como o pneu se comporta após várias voltas da maneira como ele guiou no teste hoje. "Eu queria saber como seria o comportamento se eu tivesse forçado mais, por exemplo". E quem já fez centenas de simulações do tipo tem muito mais bagagem para ler e entender como trabalhar com os pneus ao longo de uma corrida.

Dúvidas aumentam em relação a Stroll, mas não há decisão sobre quem corre no Bahrein

A maneira como a Aston Martin trabalhou com Drugovich neste sábado foi bastante diferente de sua primeira participação nos testes, na sessão matutina da quinta-feira, a primeira da pré-temporada. Naquela ocasião, ele atuou mais como um piloto de testes mesmo. Desta vez, partiu para a preparação para participar de um GP. Isso indica que, a cada dia de passa, a preocupação da equipe com a rapidez da recuperação de Stroll aumenta.

"No primeiro dia, na maior parte do tempo eu fiz testes aerodinâmicos. Hoje foram umas quatro idas à pista, mais ou menos uma hora, fazendo esse tipo de teste. E depois eu pude me concentrar mais na pilotagem", contou o atual campeão da F2.

"Conseguimos fazer o programa inteiro. Fiz a simulação de corrida completa, em três stints (ou seja, uma corrida com duas paradas no box para troca de pneus). Consegui me divertir. Pude fazer algumas saídas com configuração parecida com a de classificação."

Apesar da pouca experiência de Drugovich, que andou neste sábado apenas pela quinta vez em um F1, seu retorno acaba sendo importante para a Aston Martin. Afinal, Fernando Alonso, acaba de chegar e, por regulamento, não pôde pilotar o carro do ano passado. Drugovich andou com o AMR22 no primeiro treino livre de Abu Dhabi e no teste de jovens pilotos também no circuito de Yas Marina, em novembro do ano passado. E, na avaliação dele, o carro que vem sendo a sensação dessa pré-temporada é realmente muito superior. A dúvida é quanto.

"Vimos a Red Bull muito rápida, mas não sabemos se as outras equipes ainda não estão 100%. É difícil entender isso. Com certeza o carro tem uma grande evolução em relação ao ano passado, mas tem muita coisa pequena para acertar ainda."

Dentro da equipe, todos destacam a tranquilidade como Drugovich está encarando a situação. O piloto, que faz preparação mental desde o final de 2021, está focando em fazer a sua parte. "Por enquanto, estou bem tranquilo. Não depende de mim. O que eu podia, tentei fazer da melhor forma possível. E agora depende da recuperação do Lance, para ver se ele vai conseguir correr ou não. E, se ele não correr, também depende da equipe decidir me colocar ou não. Estarei na espera, preparado. E veremos o que vai acontecer."

A Aston Martin não deu um prazo para anunciar sua decisão sobre quem corre no Bahrein. O regulamento exige que o piloto que fizer a classificação dispute o GP. Mas o mais provável é que se espere até quinta-feira pelo menos para entender qual a situação do titular Stroll.