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Quem é Angela Cullen, que deu 'paz' a Hamilton e não está mais com o piloto
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Lewis Hamilton surpreendeu ao anunciar que a fisioterapeuta Angela Cullen não trabalha mais com ele após sete anos. A neozelandesa teve grande influência no heptacampeão da Fórmula 1, mudou sua dieta e tornou-se presença constante a seu lado, dando "paz" a seus GPs, como ele mesmo diz.
Cullen trabalhava para o Hintsa Performance, empresa finlandesa de preparação física famosa no mundo da F1 e onde se tornou a primeira mulher a ser treinadora de performance na categoria. Foi por meio do Hintsa que os dois se conheceram, e a profissional foi contratada para trabalhar exclusivamente com o inglês em 2016. Antes de estudar fisioterapia na Nova Zelândia, ela jogou hóquei internacionalmente por seu país. Já na Inglaterra, trabalhou com o time de revezamento de 4x100m rasos que ganhou o ouro para o Reino Unido na Olimpíada de Atenas, em 2004.
Eles não viajavam juntos no começo. Hamilton tinha um treinador que o acompanhava, mas começou a ter algumas lesões, sentir principalmente o pescoço, e pediu que Angela o acompanhasse para que ele fizesse tratamento durante as provas. A partir daí, os dois desenvolveram uma relação de cumplicidade. "Somos incrivelmente próximos, é praticamente como se morássemos juntos", disse o piloto em 2021.
Angela não só trabalhava com Hamilton no dia-a-dia nas pistas, mas também saía com ele e seus amigos e se hospedava junto com o piloto quando ele optava por ficar em motorhomes dentro da pista, algo que alguns pilotos fazem durante a temporada europeia. Embora outros contem com profissionais com funções parecidas, como Hamilton foi a grande estrela da Fórmula 1 nos últimos anos, é claro que a relação próxima dos dois chamou a atenção e Angela acabou virando um personagem conhecido dos fãs da categoria.
Apesar da formação como fisioterapeuta, ela não se limitava a esse papel. Sua função era se certificar de que Hamilton tinha todos os ingredientes para atuar no melhor nível possível. Mesmo se isso significasse que ela tinha que descer as escadas do motorhome da Mercedes com o cachorro Roscoe no colo ou se tinha que arrumar as tranças de Hamilton antes de ele colocar o capacete para que isso não o incomodasse durante a corrida. Foi ela, também, que sugeriu que o inglês adotasse uma dieta vegana, assim como ela.
"As pessoas não costumam entender performance, mas ela entende. Ela entende que a performance tem de vir em primeiro lugar. Algumas vezes, fisioterapeutas focam muito na terapia em si, mas ela entende o que tem de fazer, que tem de colocar Lewis em primeiro lugar", disse Pete McKnight, diretor do Hintsa, instituto famoso por ter como norte que a performance vem do bem-estar.
Em 2020, Hamilton disse que conhecer Angela foi "uma das melhores coisas que aconteceram" na vida dele, destacando sua positividade e a maneira como ela tornava seus finais de semana de corrida "mais pacíficos". Aos poucos, eles foram estabelecendo rotinas que ajudavam Hamilton a se preparar física e mentalmente para as corridas.
A saída de Angela não era programada por ela, ou pelo menos não nos últimos meses. A neozelandesa inclusive participou normalmente dos testes de pré-temporada e da primeira corrida do ano, no Bahrein, e não havia nenhum rumor circulando sobre sua saída, que foi anunciada por Hamilton em suas mídias sociais quase no mesmo momento em que ele chegou no paddock acompanhado apenas de seu segurança.
"Pelos últimos sete anos, Angela Cullen esteve do meu lado, me forçando para que eu me tornasse a melhor versão de mim mesmo. Sou um atleta mais completo e uma pessoa melhor por causa dela. Então espero que hoje vocês se juntem a mim desejando a ela o melhor, enquanto ela dá seus próprios passos para perseguir seus sonhos. Obrigado por tudo, mal posso esperar para ver o que lhe aguarda no futuro."
Lewis Hamilton deu apenas uma entrevista, à TV da própria Fórmula 1, nesta sexta-feira em Jeddah, e não foi perguntado sobre Cullen. Ele falará com a imprensa depois da classificação para o GP da Arábia Saudita, que começa às 14h pelo horário de Brasília.
Seu chefe, Toto Wolff, estava escalado para a entrevista coletiva e deu a entender que a decisão de rompimento partiu de Hamilton.
"Angela fez parte da gangue por muito tempo. Acho que qualquer equipe, mesmo o círculo mais próximo, não é algo estático, que você pode congelar, porque todos nos desenvolvemos enquanto pessoas, e se as coisas não funcionam mais, temos de ser honestos e promover mudanças. A Angela sempre será uma mascote da equipe. Ela é a única que tem uma voz mais alta do que o barulho do motor sendo ligado. Mas, se é isso que ele decidiu, nós sempre vamos apoiá-lo, em qualquer direção que quiser seguir."
Hamilton já demonstrou algumas vezes não temer grandes mudanças em seu círculo mais próximo. Em 2010, seu pai, Anthony, deixou de ser seu empresário, em decisão que distanciou os dois por algum tempo. Hoje, Anthony está presente em algumas provas, mas nunca voltou a estar ao lado do filho a todo momento, embora eles tenham uma ótima relação.
Outro rompimento ocorreu com Marc Hynes, ex-piloto que Hamilton conheceu quando ambos corriam em categorias menores e que foi seu empresário de 2016 até o final de 2021. O rompimento foi tido como amigável na época, mas o piloto nunca comentou muito sobre o assunto.
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