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F1 tem festival de quebras nas primeiras etapas e já com pilotos pendurados
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As Ferrari de Charles Leclerc e Carlos Sainz, as Red Bull de Max Verstappen e Sergio Perez, a McLaren de Lando Norris, a AlphaTauri de Nyck de Vries. Antes mesmo de começar o segundo GP da temporada da Fórmula 1, todos estes pilotos tinham sido obrigados a trocar pelo menos um elemento da sua unidade de potência ou do câmbio. Leclerc trocou tantas peças que até já pagou punição, enquanto Sainz e Perez já estão pendurados na temporada mais longa da história da categoria, com 21 etapas ainda pela frente.
O mais curioso é que todas essas quebras estão acontecendo no segundo ano de um mesmo conjunto de regras. E depois de uma pré-temporada marcada pela alta confiabilidade dos carros. Mas foi só colocá-los no limite que as quebras começaram.
É curioso também que são quebras variadas. As equipes não gostam de dar muitos detalhes, mas pelo que se sabe, a Ferrari teve dois problemas diferentes nas duas centrais eletrônicas que Leclerc perdeu (a troca de Sainz foi por precaução). A Red Bull também teve uma falha com a mesma peça, a central eletrônica, do carro de Perez, que ficou bloqueada no Bahrein. O motivo ainda é investigado, mas a Red Bull acredita que Perez poderá voltar a usar a peça do Bahrein. Isso seria importante porque cada piloto só tem direito a usar duas centrais eletrônicas durante o ano. Leclerc já está na terceira e por isso pagou uma punição de 10 posições no grid de largada em Jeddah. Sainz também está na segunda, ou seja, se precisar de mais uma troca, também será penalizado.
A central eletrônica atua transformando a energia que vem dos dois sistemas de recuperação (de energia calorífica e cinética) para que ela seja armazenada na bateria. Ela transforma a corrente alternada que chega em uma corrente contínua. As centrais eletrônicas de Ferrari e Red Bull são diferentes, pois cada fornecedor de motor faz a sua.
A unidade de potência da Red Bull é a mesma da AlphaTauri, que também teve problemas no sábado de manhã na Arábia Saudita. A equipe não deu detalhes, mas foi necessária uma troca de todos os seis componentes da unidade de potência.
Voltando à Red Bull, Perez e Verstappen já usaram dois dos quatro câmbios aos quais têm direito ao longo do ano. A troca do mexicano aconteceu entre os GPs do Bahrein e da Arábia Saudita. No caso do holandês, o segundo câmbio foi colocado no carro no sábado e retirado antes da corrida, depois que ele teve uma quebra de eixo de transmissão durante a classificação. Tanto, que já começa a circular no paddock a informação de que há uma preocupação na transmissão do carro da Red Bull.
O último nome da lista é Lando Norris, que trocou boa parte de sua unidade de potência após a primeira corrida. O piloto da McLaren usa motor Mercedes, que foi o mais confiável do ano passado, mas que teve uma quebra em um componente interno no motor a combustão durante o GP do Bahrein, motivando a troca.
Ou seja, não existe um problema central que está fazendo as peças quebrarem tão cedo no campeonato. Mas os carros mudaram muito debaixo das carenagens neste ano, como parte do desenvolvimento de um regulamento que ainda está engatinhando. E isso pode fazer com que algumas peças sejam forçadas de maneira diferente.
Outro fator é a luta das equipes por diminuir o peso do carro, uma preocupação de todos no paddock. Isso faz com que eles arrisquem mais nos materiais usados e também pode levar a quebras.
Por fim, há o exemplo da Ferrari com Leclerc: um erro humano na montagem do cabeamento que une o chassi ao motor causou a quebra do monegasco no Bahrein. Como os carros mudam bastante de um ano para o outro, os mecânicos têm de se adaptar a novos procedimentos nas primeiras etapas, e o risco desse tipo de falha é maior.
De qualquer maneira, essa questão da confiabilidade é algo para ficar de olho nas próximas etapas. Para evitar punições, equipes que tiveram problemas logo de cara podem andar com configurações mais conservadoras para evitar novas quebras já na próxima etapa, na Austrália, neste fim de semana.
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