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Pilotos apostam em dificuldades com pneus e GP de concentração na Austrália

Max Verstappen, da Red Bull, durante treino de classificação do GP da Austrália - Reprodução/Twitter/redbullracing
Max Verstappen, da Red Bull, durante treino de classificação do GP da Austrália Imagem: Reprodução/Twitter/redbullracing

Colunista do UOL

01/04/2023 06h02

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Temperaturas que não passaram dos 15ºC neste sábado em Melbourne, uma garoa fina que deixava as zebras escorregadias, o vento, as poucas voltas dadas nos treinos livres, afetados pelas condições e também por um problema no GPS dos carros. Nada disso foi suficiente para tirar o favorito Max Verstappen da pole position para a terceira etapa do campeonato da Fórmula 1, que terá largada à 1h30 da madrugada do domingo, pelo horário de Brasília.

Mas Verstappen terá uma companhia até inesperada ao seu redor. George Russell fez o segundo melhor tempo na classificação e Lewis Hamilton colocou a outra Mercedes na terceira posição no grid. Mesmo sem levar atualizações para Melbourne, os dois sentiram que o carro "ganhou vida" nestas condições difíceis.

Fernando Alonso não fez uma volta perfeita e ficou em quarto no grid, mas não escondia o sorriso após a classificação. "Três pistas diferentes e fomos bem nas três. E talvez até tenhamos melhorado um pouco porque estávamos a seis décimos da pole no Bahrein, a cinco décimos em Jeddah e agora quatro", observou o espanhol.

Quem não estava nem um pouco contente após a classificação era Charles Leclerc. Apenas sétimo no grid, o piloto ficava olhando o céu enquanto dava entrevistas, esperando a chuva que a Ferrari disse que chegaria no final e não veio. Por conta disso, ele não fez uma volta de preparação de pneus, algo que vinha ajudando a Scuderia a combater o frio de Melbourne nas sessões anteriores, e ficou apenas em sétimo lugar. "E ainda fiz a primeira parte da minha volta rápida atrás de Carlos, precisamos melhorar nossa comunicação", reclamou o monegasco. Seu companheiro teve tempo de fazer uma volta de preparação e larga em quinto.

Perez larga em último sem saber se pode confiar em sua Red Bull

O carro que faltou na briga pela pole foi o de Sergio Perez. O mexicano ficou na caixa de brita ainda no início da sessão, antes que ele marcasse tempo. Perez teve problemas com o equilíbrio de freios por todo o sábado. "Fica variando de 3 a 6%, então eu chego na freada e tenho um equilíbrio diferente do que eu espero. Vamos tentar resolver, mas com esse tipo de problema não dá para fazer nada, nem faz sentido correr, mas tenho confiança na equipe."

Esse é um problema mecânico, algo que Perez já sofreu também no último final de semana, em Jeddah, e que se soma às dificuldades que a Red Bull teve até aqui em que pese sua enorme vantagem de performance.

"Max pode fazer o que quiser e vai terminar na frente"

A recuperação de Perez pode ser difícil, mas até mesmo o segundo colocado no grid Russell não tem muitas expectativas de parar Verstappen. Ele acredita que, até se ganhar a posição na largada, Verstappen consegue recuperá-la facilmente devido à vantagem do conjunto da Red Bull, que Fernando Alonso avalia ser de pelo menos meio segundo nesta pista.

Isso é apenas uma estimativa, pois faltam dados para determinar o ritmo dos carros neste fim de semana, depois que especialmente a segunda sessão de treinos livres foi atrapalhada pela chuva. Verstappen chegou a fazer uma simulação de ritmo de corrida no terceiro treino livre, mas os demais não podem dizer o mesmo. "Eu andei com tanque cheio, mas com pneus macios, que com certeza não vamos usar na corrida. Temos de estar atentos na estratégia, ser flexíveis, e acho que será também uma corrida de muita concentração."

Como adianta Alonso, a expectativa é de que os pilotos larguem com o pneu médio e depois coloquem os duros. Juntando isso com as baixas temperaturas, haverá dois momentos-chave na prova, adianta Russell. "Vai ser muito desafiador. Primeiro, a volta de aquecimento antes da largada. E depois, quando todo mundo colocar o pneu duro (acho que 95% do grid vai fazer isso). O aquecimento desse pneu vai ser muito difícil. E isso também significa que não há vantagem em tentar parar antes para ganhar a posição."

A leitura de Russell aponta para uma corrida mais morna mas, como lembra Alonso, os muros próximos em Melbourne têm de ser respeitados. "Vimos corridas com muitas escapadas na F2 e F3, é um circuito complicado, será uma corrida de concentração. Aqui costuma ter muito Safety Car, já que os muros são próximos." Dependendo do momento da entrada do SC, isso pode mudar a estratégia e a cara da corrida.

Outra dúvida é se a quarta zona de DRS, que será utilizada em corrida pela primeira vez, vai funcionar. Como o rendimento dos carros desse segundo pelotão formado por Mercedes, Aston Martin e Ferrari, e também das cinco equipes que lutam mais atrás, é muito parecido, é possível que se formem trenzinhos de DRS, quando ninguém consegue passar ninguém. Até alguém tentar algo na estratégia ou acabar encontrando o muro.