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Com domínio da Red Bull, rumores de dança das cadeiras começaram cedo na F1
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Três corridas, três vitórias da Red Bull, sendo duas de Max Verstappen, que lidera o campeonato com 15 pontos de vantagem para o companheiro Sergio Perez. Em um cenário como esse, há dois movimentos no paddock: o das rivais tentando encontrar soluções para diminuir a vantagem dos atuais campeões, e de jovens talentos descontentes com o cenário que têm em suas próprias equipes.
Não coincidentemente, o paddock em Melbourne estava cheio de rumores. Com a notícia de que o contrato da Red Bull com a empresa de Adrian Newey está perto do fim, é claro que os rivais estão de olho. Fala-se em propostas de Mercedes e Aston Martin, ainda que os times despistem. Vale lembrar que o projetista, que faz 65 anos no final de 2023, está na Red Bull desde 2006, e os rivais tentaram tirá-lo de lá algumas vezes no passado.
É difícil imaginar que Newey saia da Red Bull. Ele é acionista da Red Bull Technologies, e também atua nos projetos do que é o braço de engenharia da equipe. E também está empolgado com a Red Bull Powertrains, a divisão de motores que está trabalhando na unidade de potência de 2026, com a Ford, para bater de frente com Ferrari e Mercedes.
Norris e Leclerc com a decepção estampada no rosto
Entre os times que não começaram o ano tão bem, é clara a decepção principalmente de dois jovens talentosos. Charles Leclerc não tem exatamente o maior nível de confiança nas decisões da Ferrari no momento, e com razão. E Lando Norris vem demonstrando mais decepção consigo mesmo do que com a equipe, mas a fonte disso acaba sendo o mau desempenho do carro. Ele disse que não está pilotando bem porque não sabe onde está o limite do carro na classificação, já que ele muda a cada momento. Na corrida, isso não se faz sentir com a mesma intensidade, e Norris comemorou os primeiros pontos da temporada na Austrália, com o sexto lugar.
Norris estaria sendo sondado pela Red Bull. Seu contrato, negociado por Andreas Seidl, que não está mais na equipe, não tem cláusulas que permitam uma quebra antes do final de 2025 por parte do piloto. Mas também é verdade que nenhuma equipe ficaria com um piloto que quer sair. De qualquer forma, a McLaren tenta convencer Norris de que é uma boa oportunidade a médio prazo, após o túnel de vento e simulador ficarem prontos.
A Ferrari começou o ano tentando fazer o mesmo com Leclerc, cujo contrato termina no final do ano que vem, mas na verdade fazendo de tudo para que ele queira ir embora, com um carro que está no mesmo nível do ano passado enquanto todos evoluíram e, consequentemente, uma série de decisões que buscam compensar isso mas cuja execução faz com que a situação fique ainda pior. Seu companheiro, Carlos Sainz, já desistiu há tempos de depender das informações da equipe e o fez mais uma vez neste fim de semana, ignorando a instrução de não dar uma volta de preparação de pneus. Leclerc ouviu o time, alinhou só em sétimo no grid, e acabou se envolvendo em toque no começo da prova.
O último infeliz da lista, quem diria, é Max Verstappen. Ele tem contrato até 2028 e já disse algumas vezes que pode não assinar uma renovação. Acha que é tão maluco por corridas (entre Arábia Saudita e Austrália, ele praticamente não saiu de seu simulador participando de competições online), e foca tanto nisso no momento que, de uma hora para a outra, vai simplesmente querer fazer outra coisa da vida. E o holandês também não gosta muito das ideias da Liberty Media de mudar o formato dos finais de semana, já torce o nariz para a sprint, e avisou que, se as coisas seguirem nesse caminho, não tem interesse de ficar muito mais tempo na F1.
Michael Masi de volta à F1?
Enquanto uns falam em sair, Michael Masi reapareceu no paddock da F1 pela primeira vez desde a decisão do campeonato de 2021, fortemente influenciado por uma série de decisões tomadas por ele na direção de prova. O australiano está no comando das provas da V8 Supercars, competição de prestígio em seu país e que era um dos eventos de abertura da F1 neste fim de semana.
Mas isso não lhe daria acesso ao paddock da categoria. Masi estava lá todos os dias como convidado da FIA e da F1 (leia-se, Liberty), e deu entrevista dizendo que se sentia como em uma reunião de família. De fato, ele foi muito bem recebido pela grande maioria das pessoas, mas não o vi em momento algum por perto da Mercedes.
Como a direção de prova de Niels Wittich está longe de ser uma unanimidade e como seu conhecimento das regras é superior, houve até quem comentou na possibilidade de Masi voltar a seu posto ou em algum outro cargo na F1. O mais irônico de tudo isso foi a sequência de bandeiras vermelhas nas voltas finais, com decisões da direção de prova justamente opostas às tomadas por Masi, mas que também causaram polêmica, com quatro carros ficando pelo caminho na relargada.
Haja vista o gigantesco desgaste que ele sofreu com Abu Dhabi, embora o nível de exposição que ele tinha naquele momento era maior do que qualquer diretor de corridas experimentou antes ou depois dele, parece heresia cogitar sua volta. Na verdade, a chamada silly season, ou a temporada das bobagens, apelido que se dá a essas especulações de dança das cadeiras, começou cedo e com tudo.
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