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Com mudança na sprint à vista, o que a F1 quer ao 'condenar' treinos livres
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A maneira como o final de semana do GP da Austrália se desenhou, com sessões de treinos livres atrapalhadas por falhas de GPS e pela chuva, pareceu até uma encomenda de Stefano Domenicali, que vem defendendo mudanças no formato da Fórmula 1 para que mais sessões valham, efetivamente, alguma coisa. Tais comentários foram feitos logo antes de um buraco de quase um mês no calendário, provocado pelo cancelamento do GP da China. E antes da primeira sprint do ano, para a qual a Liberty quer testar um novo formato, que ainda precisa de aprovação no Conselho Mundial.
O timing não poderia ser melhor para gerar uma discussão infindável sobre o número de treinos livres e o que poderia ser feito para mudar o formato do final de semana. Vários pilotos, como George Russell, Pierre Gasly, Nyck de Vries e até o estreante Logan Sergeant disseram que não é necessário ter três treinos livres. Por outro lado, Max Verstappen disse com todas as letras que não vai "ficar por muito tempo no esporte" se eles ficarem mudando o formato. E fez referência à sprint, da qual nunca gostou.
A sprint já é uma vitória da Liberty, que há tempos tenta concentrar todas as atividades em três dias (incluindo as de mídia e marketing, que acontecem na quinta-feira), sem muito sucesso. Mas passou algumas propostas, como a diminuição dos treinos livres de sexta de 1h30 para 1h e as sprint, que serão realizadas em seis GPs neste ano.
A nova proposta, que depende só de ratificação para ser usada já é Baku, é desvincular a sprint da formação do grid do GP. Para isso, haveria classificações independentes, uma para o GP, na sexta-feira, e outra para a sprint no sábado, entrando no lugar da segunda sessão de treinos livres.
É bom lembrar que as sprint geram arrecadação extra, pois as corridas que recebem a sprint são escolhidas no sistema de "quem pagar mais, leva". Para os promotores, vale a pena ter, justamente, uma sexta-feira com uma sessão que vale alguma coisa. Mas já surge no paddock a conversa de que os promotores já não estão tão empolgados como no passado em desembolsar dinheiro a mais pelas sprint. E poderemos ter menos etapas com o formato especial ano que vem.
No coração de todo esse plano da Liberty está a expansão do campeonato. Mais corridas significam mais gastos de transporte, sim, mas a ideia é organizar melhor as corridas para minimizar isso, e continuar cobrando pelo menos 25 milhões de dólares por ano para quem quiser entrar.
Para o ano que vem, fala-se em jogar o GP do Azerbaijão para setembro, uma semana antes de Singapura, e o Japão ir para a primeira parte do campeonato, perto da data da Austrália. E a Liberty tenta se livrar do contrato da China, que complica bastante a logística pela dificuldade, por questões alfandegárias, de fazer a corrida muito perto de outro evento.
Domenicali chegou a falar que a F1 poderia ter 32 GPs se quisesse, tamanho o interesse que tem gerado. Pelo Pacto da Concórdia, que formam as bases legais do campeonato, o limite é 24 GPs até o final de 2025, quando será feito um novo acordo. Está claro qual é o objetivo.
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