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Por que o verdadeiro teto de gastos da F1 é bem mais alto do que parece
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As equipes finalmente sabem o quanto poderão gastar neste ano na Fórmula 1. O teto orçamentário deste ano vai ficar em 145,3 milhões de dólares (R$ 727,3 milhões), numa conta que inclui basicamente tudo o que tem influência direta e indireta na performance do carro, excluindo os salários dos pilotos e dos três funcionários mais bem pagos do time. O valor é pouco menos de 1 milhão menor do que o do ano passado (cujas contas serão julgadas pela FIA nos próximos meses), mas é bem menor do que os 135 milhões de dólares que o regulamento previa. Mas por que tanta diferença?
As equipes estão pressionando por adaptações no plano inicial do teto e têm ganhado algumas batalhas que, pouco a pouco, vão aumentando o teto real. A primeira ideia era que o teto fosse de 145 milhões em 2021, 140 milhões em 2022 e 135 agora. Mas a conta real tem seus acréscimos:
Valor base de 135 milhões (que será mantido daqui em diante)
1,8 milhão de dólares para cada corrida além de 21 etapas no ano (até 2022, era 1,2 mi)
150 mil dólares para cada sprint (são seis nesta temporada)
Acréscimo da inflação anual do G7, em 31 de março (4.3%, ou 5.8 milhões))
É por conta da inflação que o valor real só foi definido agora. A regra mudou ano passado depois que os preços dispararam na Europa, surpreendendo os times. Agora, há um ajuste feito levando em consideração a inflação anual do G7 calculada em 31 de março. O interessante é que este número é bem inferior ao do Reino Unido, por exemplo, onde a maioria das equipes está baseada. A inflação nos últimos 12 meses no país ficou em 9.2%.
E ainda há outros poréns. Abandonos por acidentes nas sprints geram compensação financeira maior para as equipes. É permitido que se adicione a diferença entre o gasto com o acidente e 100 mil dólares. Ou seja, se o dano gerado custou 500 mil, a equipe pode adicionar 400 mil ao teto da temporada. Estes gastos têm de ser comprovados para que isso aconteça.
A F1 está aberta a estudar novas mudanças para o teto, após reclamações das equipes menores. A ideia é acrescentar mais pontos que não entram para a conta e que ajudam os times a chegarem mais perto da estrutura dos grandes. Hoje em dia, gastos como o que a Aston Martin está tendo para construir uma nova fábrica ou o da McLaren, que está refazendo seu túnel de vento e simulador, não entram na conta do teto.
Recém-chegado na Williams após anos de Mercedes, James Vowles deu como exemplo um sistema que permite localizar todas as 15.000 peças que formam o carro e suas reservas. É algo que a Mercedes tem e que ele se surpreendeu ao saber que a Williams não possui. Desenvolver esse software é algo que entraria no teto pelo regulamento atual.
É claro que a FIA tem de estar atenta às tentativas das equipes fazerem manobras. Agora que o ano de implementação já passou e pontos importantes foram esclarecidos com os casos da Red Bull e da Aston Martin, que não incluíram tudo o que deveriam em seus relatórios, uma preocupação é o uso de conhecimento de outras áreas que não estariam, em um primeiro momento, ligadas ao time de F1 e não entrariam na conta. Como por exemplo o programa da Ferrari no Mundial de Endurance ou a parceria da Mercedes com a INEOS, dona da SailGP, competição de catamarãs de alta performance.
Uma coisa é certa, essa regra do teto orçamentário é boa para a F1 e já dá para sentir seu impacto. Mas ela também é complexa e ainda vai gerar muita briga entre as equipes.
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