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Início ruim provoca primeira grande mudança na chefia da Mercedes em 2 anos
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A Mercedes está trazendo de volta ao time de Fórmula 1 o engenheiro James Allison, que retorna ao cargo de diretor técnico. O britânico tinha ocupado a posição entre 2017 e 2021, quando foi cuidar de outros projetos, sendo substituído por Mike Elliott. Após a equipe decidir rever totalmente seu carro após a disputa de apenas uma corrida no campeonato de 2023, os dois vão inverter suas posições.
Quando Allison deixou o cargo de diretor técnico, a Mercedes estava lutando pelo que seria seu oitavo título de construtores seguido, um recorde na história da F1. A partir de 1º de julho de 2021, ele assumiu uma posição recém-criada que ficava acima da direção técnica, mas que, na prática, o tirou do dia-a-dia da equipe de F1 e permitiu que ele focasse nas corridas de barco com a INEOS na America's Cup.
O britânico começou a carreira na Benetton no começo dos anos 1990 e passou pela Renault e Ferrari antes de se juntar à Mercedes em 2017. Ele tinha se afastado da F1 depois de viver uma tragédia pessoal, com a morte repentina da mulher, e tinha decidido deixar Maranello para morar com os três filhos na Inglaterra.
Quando os primeiros rumores de um retorno de Allison começaram a surgir, Toto Wolff disse que o engenheiro não estava envolvido no projeto de F1, embora fizesse parte do processo decisório de estratégias a longo prazo. "James ainda é muito importante na nossa organização. Mas em termos das dificuldades que nós temos, não acho que seja uma questão de uma pessoa, mas sim de encontrar as pessoas certas para os papéis que precisamos."
Poucos dias depois, ele reapareceu em um vídeo da equipe explicando detalhes do GP da Austrália. E está mesmo voltando a ocupar o cargo de chefia do corpo técnico no lugar de Elliott, muito pressionado após comandar dois projetos seguidos que não renderam o que a Mercedes esperava.
O que mais complicou a situação para Elliott foi ter bancado a manutenção do conceito que já tinha dado muita dor de cabeça para a Mercedes em 2022. Lewis Hamilton chegou a dizer publicamente que os engenheiros não o escutaram a respeito de algumas críticas que ele fez ao carro do ano passado e mantiveram elementos que não estavam funcionando, como a distribuição de peso e uma suspensão que limita a eficiência do assoalho, comprometendo a estabilidade da traseira.
Wolff também foi muito crítico em relação ao carro desde que ficou claro que a Mercedes não tinha dado o salto que esperava e, pior, estava começando o ano atrás da cliente Aston Martin. O que se comenta nos bastidores é que o chefe da Mercedes também questionou o corpo técnico várias vezes e ouviu garantias de que não havia nada de fundamental errado no carro. Seria só uma questão de desenvolver o que eles já tinham em mãos. De acordo com declarações do chefe da Mercedes ao Motorsport.com, partiu de Elliott a sugestão da inversão de papéis, uma vez que Allison teria um perfil mais adequado para ocupar o papel de diretor técnico e ter mais influência no desenvolvimento do carro.
A Mercedes já iniciou a revisão do carro e trará as primeiras novidades nas próximas etapas. Allison adiantou que as mudanças não serão só aerodinâmicas. "Estamos trabalhando para trazer peças mecânicas para o carro, alguns componentes diferentes para a suspensão que, acreditamos, vão melhorar o equilíbrio do carro, torná-lo mais previsível para dar mais confiança para os pilotos chegarem no limite."
Para a próxima etapa, que será disputada no Azerbaijão na semana que vem e será a primeira sprint da temporada, o foco da Mercedes será no acerto do carro, já que há apenas uma sessão antes do carro entrar em parque fechado e não poder mais ser modificado pelo restante do fim de semana.
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