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Após punição 'leve' à Red Bull, será que mais times quebraram o teto na F1?
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A Fórmula 1 está de volta neste final de semana após uma pausa de quase um mês em clima de tensão pelo que está acontecendo fora das pistas. No dia 31 de março, as dez equipes entregaram os relatórios de gastos do ano passado e agora aguardam a avaliação da Federação Internacional de Automobilismo para saberem se ficaram abaixo do teto, que era de 146,250 milhões de dólares (equivalente a mais de 700 milhões de reais).
O valor é quase três milhões de dólares mais baixo do que o adotado no primeiro ano da regra, em 2021. Isso, mesmo com o aumento de 4,6 milhões para tentar compensar a inflação, que deu um salto inesperado na Europa ano passado muito em função da guerra da Ucrânia e a decorrente crise energética.
E é justamente a conta de energia que pressionou os gastos ano passado. Sete das 10 equipes têm sede no Reino Unido, onde a inflação ficou em 9% ano passado, bem acima dos 3.3% que foram adicionados à conta original. E também há equipes que gastaram mais com reparos de acidentes, algo que não dá para controlar.
Por outro lado, é de se esperar que as equipes tenham gasto menos com peças novas, já que um carro praticamente todo novo teve que ser feito para 2022 por conta da mudança de regras, mas o regulamento continuou estável para este ano.
Mas também é verdade que várias equipes ameaçaram nos bastidores quebrar o teto por julgarem que a punição recebida pela Red Bull por ter superado em 2.2 milhões de dólares o valor máximo não foi exemplar. Eles receberam uma multa de 7 milhões de dólares (que não entra nas contas do teto do ano seguinte) e tiveram uma redução de 10% no desenvolvimento aerodinâmico por 12 meses, começando em novembro de 2022. Os rivais apontam que, mesmo que a equipe não tenha passado do teto por muito, eles o fizeram exatamente no ano em que teriam mais vantagem, quando um carro totalmente novo estava sendo projetado.
O cenário atual é de uma Red Bull que passou a dominar depois que adotou uma estratégia agressiva para diminuir o peso do carro ao longo de 2022, e hoje nem precisa tirar tudo do equipamento para vencer as corridas.
Enquanto rivais perceberam erros conceituais em seus carros e estão tendo de fazer mudanças mais profundas, a Red Bull somente refinou o que fez justamente no ano em que quebrou o teto. Embora a redução de 10% seja significativa, a vantagem é tão grande que eles acreditam que conseguirão absorver isso sem deixar de ter o melhor carro.
É claro que não dá para cravar que a vantagem veio da quebra do teto, até por se tratar da equipe de Adrian Newey, reconhecido como um dos maiores gênios do esporte. Mas isso não impede que as rivais usem o exemplo para pressionar a F1.
"Estou mais que nervoso", reconheceu o CEO da F1, Stefano Domenicali, em entrevista ao canal britânico Sky Sports. "Tenho certeza de que todos entendam agora qual é o efeito se saírem do teto, e eu concordo totalmente que o foco será muito grande nisso. Acho que é importante para a credibilidade chegar se todos estão respeitando a regra, e isso tem de ser feito o quanto antes."
Agora a pressão é em cima da FIA
Domenicali se refere à FIA, que agora tem a missão de auditar as contas entregues pelas equipes. Ano passado, esse processo só foi finalizado em outubro, dando espaço para muita especulação. Agora, há a pressão para acelerar as contas.
"Isso cabe à FIA para se certificar de que a certificação aconteça bem mais cedo porque, se algumas equipes passarem, isso tem de ser feito direito e o mais rápido possível para que o processo tenha mais credibilidade."
E também para que a polêmica não tome conta do campeonato. O chefe da Red Bull, Christian Horner, já começou com as especulações e disse que "há o risco de que seis equipes tenham ultrapassado o teto. Muitos deles disseram durante reuniões da Comissão de F1 que vão quebrar."
Não surpreende que isso tenha vindo de Horner após todas as acusações que eles receberam ano passado, mas as especulações certamente não param por aqui.
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