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Baku tem vitória de Perez e GP com poucas ultrapassagens. Como explicar?

Largada do GP do Azerbaijão, com Charles Leclerc mantendo a ponta no circuito de Baku - Mark Thompson/Getty Images
Largada do GP do Azerbaijão, com Charles Leclerc mantendo a ponta no circuito de Baku Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Colunista do UOL

30/04/2023 12h21

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Presente no campeonato da Fórmula 1 desde 2016, Baku ganhou notoriedade pelas corridas com desfechos e acontecimentos inesperados. Foi no GP do Azerbaijão que Lewis Hamilton e Sebastian Vettel se estranharam, em que tivemos Pierre Gasly e uma Aston Martin de outros tempos no pódio, ou o próprio Lewis Hamilton jogando fora uma oportunidade de ouro depois que o rival Max Verstappen teve um pneu furado, indo reto na relargada, em lance pelo qual ele não se perdoa até hoje. Mas, também houve corridas sem muito movimento, e este domingo foi um desses casos.

Charles Leclerc largou na pole, mas não havia qualquer expectativa de que ele conseguisse se manter na ponta durante a corrida, tamanha a diferença de rendimento entre a Ferrari e a Red Bull em situação de corrida. Em seis voltas, o monegasco tinha sido ultrapassado por ambas as Red Bull, que teriam uma disputa particular. O ritmo da vitória da sprint tinha dado confiança para Perez, mas havia a dúvida se Verstappen sem as avarias de sábado não seria mais forte. O mexicano ficou perto do holandês e, quando o carro de De Vries ficou atravessado na pista, a Red Bull julgou que não haveria um SC e chamou Verstappen para os boxes. O carro de segurança foi chamado segundos depois da parada, e isso promoveu Perez para a primeira posição.

A partir daí, Perez mostrou por que estava confiante depois do sábado, teve um ritmo melhor, e venceu pela segunda vez no ano, usando a sprint para tirar nove pontos da vantagem de Verstappen no campeonato. Agora, a diferença entre os dois é de seis.

Por que GP do Azerbaijão foi monótono?

Mas outro ponto que chamou a atenção foi a falta de ultrapassagens ao longo da corrida. A diferença entre Perez e Verstappen é pequena, e é normal que não haja briga entre os dois. Mas o mesmo não acontece no restante do pelotão e, ainda assim, só vimos algumas manobras. Alonso fez uma manobra muito boa em Sainz na relargada e Hamilton veio se recuperando após ser outro piloto atrapalhado pela entrada do Safety Car e ultrapassou quatro carros em seis voltas também depois do reinício da prova.

Tirando isso, foi difícil para os pilotos. Há três motivos que explicam a seca de ultrapassagens. A zona de DRS da reta principal foi diminuída nesta temporada, com o temor de que as manobras fossem fáceis demais. Outra questão foi a durabilidade do pneu duro: Esteban Ocon só fez a parada na última volta por força do regulamento. Sem desgaste de pneus, fica mais difícil de ultrapassar. E os pilotos têm citado que é mais difícil seguir um ao outro de perto em 2023 do que foi no ano passado, o primeiro após a mudança de regulamento.

A F1 pode controlar isso em algumas pistas com retas mais longas, evitando novas revisões das zonas de uso da asa traseira móvel. Mas certamente a falta de ação em uma pista como Baku e também depois de uma sprint, que costuma ter efeito positivo nas corridas do domingo, é uma preocupação para as próximas provas.