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Hamilton afasta encerrar carreira e diz querer ficar "vários anos" na F1

Lewis Hamilton, da Mercedes, dá entrevista após o GP da Arábia Saudita - LAT Images/Mercedes
Lewis Hamilton, da Mercedes, dá entrevista após o GP da Arábia Saudita Imagem: LAT Images/Mercedes

Colunista do UOL

03/05/2023 04h00

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O semblante de Lewis Hamilton até muda quando ele é perguntado sobre o extenso pacote de novidades que a Mercedes está preparando para seu carro e que vai chegar em partes, começando pelo GP da Emilia Romagna, ainda no mês de maio. O heptacampeão está passando pela maior seca de vitórias de suas 17 temporadas na Fórmula 1, não está nem um pouco confortável no carro que tem em mãos. Mas ainda assim garante que seu desejo de continuar na categoria depois do final de seu contrato, que termina esse ano, é grande.

"Estou focado em ser melhor o tempo todo. Honestamente, estou pensando a longo prazo. Não vou ficar aqui só por mais um ano, quero ficar aqui por algum tempo. Essa corrida de Baku é daquelas que só reafirma para mim que ainda tenho vontade e ainda tenho mais coisas pela frente. Amo o que eu faço e tenho muito apoio. Quero continuar", disse ele no Azerbaijão.

Há muita conversa sobre qual seria o futuro de Hamilton, uma vez que a Mercedes estaria sondando a situação de Charles Leclerc, cujo contrato com a Ferrari vai até o final de 2024. Por outro lado, as amarras do heptacampeão com o time no qual está desde 2013 vão além da pista e passam por projetos de inclusão, que ele dificilmente emplacaria em Maranello. E também o caminho mais provável da Mercedes a médio prazo é se certificar de haverá em dois ou três anos uma vaga no time para o badalado Andrea Kimi Antonelli, que está em sua segunda temporada de fórmula. Afinal, eles já perderam Max Verstappen para a Red Bull em 2014 justamente por não poder oferecer uma vaga na F1. E também não é impossível que a Mercedes tenha oferecido um ano de contrato e Hamilton esteja dando seu recado. De qualquer maneira, como em todos os períodos de renovação dele, há vários rumores ao seu redor que acabam não se concretizando.

O piloto mais vitorioso da história da Fórmula 1 conquistou neste ano dois quintos lugares, um sexto no último final de semana, no Azerbaijão, e um pódio. Está em quarto lugar no mundial, com 20 pontos a mais que o companheiro George Russell. Ele admite que vem tendo dificuldade de tirar o máximo do rendimento do W14, pois não tem confiança no carro, e isso é algo que aparece mais nas classificações. Nas corridas, ele vem tendo boas performances.

O último domingo foi um bom exemplo. Hamilton sofreu no início com o pneu médio e foi um dos primeiros a parar. Com isso, perdeu terreno quando seus rivais diretos fizeram a troca de pneus sob regime de Safety Car. Caiu de quinto para décimo. Em seis voltas, ultrapassou quatro carros e fechou em sexto, pedindo para que sua equipe liberasse mais potência para tentar ultrapassar Carlos Sainz.

Hamilton vê suas performances como a prova de que sua vontade não diminuiu na mesma proporção das chances de vitória. "Acho que dias como esse mostram que ainda tenho fome. Assim que eu pegar confiança no carro, o ritmo vai aparecer. Acho que ter confiança é a coisa mais importante quando se pilota um carro. Quando você não tem confiança, você fica só pisando em cacos. E é assim que eu estou desde o começo do ano passado."

A Mercedes levou atualizações pequenas para Baku e deve ter algumas novidades em Miami também, neste fim de semana, mas espera-se um passo maior em Imola, a etapa seguinte. Haverá uma mudança mais visível na lateral do carro, mas o mais importante para a Mercedes e para a confiança de Hamilton no momento é uma revisão profunda na suspensão, o que também é esperado para as próximas corridas.

A última vitória de Hamilton foi no GP da Arábia Saudita de 2021. No começo do ano seguinte, a F1 mudou radicalmente suas regras e a Mercedes passou de brigar constantemente por vitórias com a Red Bull para disputar pódios com a Ferrari ano passado e agora com Ferrari e Aston Martin neste ano.