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GP em Imola é o segundo cancelado no ano. Dá para remarcar?

Paddock do vircuito de Imola ficou inundado por causa das chuvas na região da Emilia-Romagna - Reprodução/Twitter
Paddock do vircuito de Imola ficou inundado por causa das chuvas na região da Emilia-Romagna Imagem: Reprodução/Twitter

Colunista do UOL

17/05/2023 12h56

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A etapa deste final de semana da Fórmula 1 foi cancelada devido às fortes chuvas que castigam a região da Emilia-Romagna, na Itália. Sexta etapa do Mundial, a corrida seria realizada no circuito de Imola e é o segundo GP cancelado nesta temporada.

O plano da F1 era ter 24 corridas no calendário deste ano, mas a categoria já tinha cancelado o GP da China, ainda em janeiro pela falta de garantias de que o país estaria totalmente sem restrições de viagem ligadas à pandemia em abril, quando seria realizada a prova. Com isso, o Mundial teve uma pausa de quase um mês entre os GPs da Austrália e do Azerbaijão.

Não há comunicação oficial, mas tudo indica que o GP não será realizado neste ano e a temporada fica com 22 provas. O modelo utilizado seria o mesmo da época da pandemia: o contrato da prova simplesmente ganharia mais um ano, terminando agora em 2026. Até porque não há nenhuma opção plausível de data.

O GP da Emilia-Romagna seria o primeiro de uma sequência de três etapas seguidas na Europa —com Mônaco e Barcelona sendo disputados logo depois e antes dos 10 finais de semana —com 7 corridas programadas— que antecedem a pausa de verão, em agosto.

A pausa de verão está no regulamento da Fórmula 1. A regra determina que as fábricas fiquem fechadas durante duas semanas em agosto. Como não é possível fechar a fábrica em uma segunda-feira após GP e o trabalho de preparação começa bem antes da prova seguinte, o período sem corridas totaliza quatro semanas. A Europa recebe ainda mais duas corridas —Holanda e Itália— entre o fim de agosto e o começo de setembro. Depois disso tem início uma programação de oito corridas em 10 finais de semana, abrangendo etapas na Ásia, Oriente Médio e Américas, antes de voltar ao Oriente Médio.

Assim, a única data em que faria qualquer sentido realizar o GP da Emilia-Romagna seria no início de agosto, logo depois do GP da Bélgica, ou no fim do mês, perto do GP da Holanda. Mas isso dependeria das equipes colocarem as finanças acima dos funcionários, que ficariam mais tempo fora de casa em plena época de férias escolares na Europa.

Agora o 'circo' aguarda liberação para partir para Mônaco

Em Imola, agora cabe aos funcionários que estavam montando a estrutura esperar a autorização para voltar ao autódromo, o que só deve acontecer na sexta-feira. A partir de então começa o desmonte dos motorhomes, que já estavam erguidos, e das garagens. Os carros estão desmontados dentro dos caminhões das equipes, uma vez que começariam a ser montados nesta quarta-feira, e isso facilita a ida do "circo" para a próxima etapa, em Mônaco, que fica a 350km de distância. O transporte é feito em caminhões.

Ao que tudo indica, não deve haver problemas para a prova de Montecarlo. No entanto, a F1 tem passado por alguns apertos logísticos nos últimos anos com o inchaço do calendário. Em 2021, o mau tempo na Cidade do México atrasou os voos com a carga das equipes para São Paulo, e teve mecânico que trabalhou até de madrugada em Interlagos para deixar o carro pronto.

Neste ano, México e Brasil também são seguidos, mas esse risco tem uma justificativa: é a maneira que a F1 encontrou de diminuir o impacto ambiental de seu calendário, minimizando a quantidade de viagens. E a tendência é que esse tipo de solução seja adotada por todo o calendário (o que só não foi feito ainda por questões contratuais de cada pista). Então veremos mais apertos logísticos e pouca margem de manobra no futuro.