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'Fantasma' de 2022 volta a assombrar Perez em disputa com Verstappen na F1
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Há cinco semanas, Sergio Perez estava saindo do GP do Azerbaijão a cinco pontos do companheiro Max Verstappen na luta pela liderança do Mundial de Fórmula 1. No domingo seguinte, ele estava saindo da pole do GP de Miami, sabendo que o holandês era só o nono no grid.
Quanta coisa mudou de lá para cá: Verstappen veio fazendo fila e passou Perez no final daquele GP em Miami. Fez a pole e liderou todas as voltas das duas etapas seguintes, em Mônaco e na Espanha. E agora tem 53 pontos a mais que Perez.
Mas se, por um lado, Verstappen maximizou seus resultados de Miami para cá, de outro Perez voltou a sofrer com um problema crônico que teve ano passado. Ele sofre mais que Verstappen para controlar um carro que sofre para colocar temperatura no eixo dianteiro, e também convive com a pressão de saber que precisa ter um final de semana sem erros para ter chance de bater o bicampeão.
Esses dois elementos combinados fazem com que seja muito difícil para Perez atingir o mesmo nível de Verstappen ao longo de um campeonato de 22 etapas. Após ter dificuldades com os freios ainda na terceira etapa do ano, na Austrália, Perez disse saber que era necessário que o lado dele da garagem não errasse durante os treinos livres para que ele chegasse confiante com o carro na classificação, e também na corrida. Qualquer caminho errado em termos de acerto já seria suficiente para que Verstappen o batesse.
E é o que estamos vendo. O holandês estava mais forte que o mexicano em Miami, e só largou em nono por um misto de um erro na sua primeira tentativa e azar com uma bandeira vermelha. A corrida só confirmou isso.
Em Mônaco, Perez tinha a esperança de repetir o grande desempenho do ano passado, quando foi Verstappen quem sofreu com a frente do carro. Mas o comportamento do RB19 não foi o mesmo, Verstappen tinha a dianteira mais presa, do jeito que gosta, e vinha melhor que Perez quando eles entraram na classificação. O mexicano errou logo na primeira parte da sessão, algo incomum para pilotos que estão lutando pela pole em Mônaco, já que eles deixam para forçar mais para o final da sessão, largou em último e não pontuou.
Na semana seguinte, em Barcelona, Perez chegou falando que o melhor que poderia acontecer para esquecer a decepção de Mônaco era ir para a pista novamente. Porém, ele voltou a errar na classificação, sofrendo para colocar os pneus dianteiros na temperatura correta. Largou em 11º, adotou uma estratégia começando a prova com pneus médios, o que não parece ter sido a melhor escolha (vide o salto que George Russell, que largou em 12º com os macios e terminou em terceiro, conseguiu dar na parte inicial da corrida), e perdeu mais 13 pontos em relação a Verstappen.
Essa dificuldade de fazer a dianteira do carro funcionar na classificação é algo inerente à Red Bull de certa forma pela configuração das suspensões, e acaba ajudando os pilotos a preservarem seus pneus durante a corrida. Essa dificuldade acaba aumentando em pistas sem curvas de alta velocidade (como Mônaco) ou quando a temperatura do asfalto está mais baixa (caso de Barcelona no sábado).
A próxima etapa, no Canadá, tem um pouco dos dois ingredientes, então é importante para Perez trabalhar bem o acerto do carro na sexta-feira para chegar na classificação com mais confiança e ter chances de usar sua qualidade comprovada em circuitos com muros próximos para tentar quebrar a sequência do companheiro.
Sobre a pressão de ser perfeito, o chefe de Perez, Christian Horner, disse que o mexicano pode lucrar se colocar-se como franco-atirador a partir de agora. "Se olharmos para a diferença de pontos entre eles, acho que isso deveria tirar a pressão de cima dele. Ele não tem nada a perder agora e só precisa relaxar. Assim, ele pode pilotar do jeito que sabemos que ele é capaz".
O GP do Canadá será dia 18 de junho, na pista de Montreal.
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