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F1 tenta colocar ordem no calendário em 2024, mas adia retorno à África
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Sempre que a Fórmula 1 anuncia um novo calendário, muitos estranham como as viagens não parecem fazer nenhum sentido. Neste ano, por exemplo, as corridas do Azerbaijão e de Miami foram realizadas em finais de semana seguidos e, no final da temporada, Austin, Cidade do México, São Paulo, Las Vegas e Abu Dhabi receberão etapas, nesta ordem, num espaço de seis semanas. Faz tempo que a Liberty Media, que detém os direitos comerciais da categoria, tenta resolver isso. E eles esperam evoluir bastante no calendário de 2024.
Não há nada certo por enquanto, mas a ideia é começar com a pré-temporada e uma ou duas etapas no Oriente Médio antes do início do Ramadã (ou seja, até 7 de abril) e depois fazer Austrália, China e Japão em uma tacada só. Ou talvez só Austrália e Japão, uma vez que a Liberty não tem colocado a volta da prova chinesa ao calendário após quatro anos de ausência por conta da pandemia como prioridade.
A F1, na verdade, negocia o retorno da Coreia do Sul, em uma pista de rua que poderia ser em Seul ou em Busan. Mas isso não seria já para 2024.
Outra possibilidade com a qual a Liberty trabalha é resolver o problema Baku-Miami (que já foi o problema Baku-Montreal em um passado recente) mudando a data do GP do Azerbaijão para setembro. Assim, a corrida seria realizada antes do GP de Singapura.
Para 2024, o GP do Qatar também deve mudar de data, ficando mais perto da data de outra prova no Ocidente Médio (no começo ou final do ano, já que Abu Dhabi paga a mais para receber a última etapa). A corrida deste ano será realizada em outubro, entre Japão e Estados Unidos, por conta de uma extensa reforma.
Há ainda vários outros problemas. Seria muito melhor que Miami e Montreal recebessem corridas em datas próximas, mas os promotores de ambos resistem em mudar suas datas e alegam questões climáticas. Ou seja, mesmo que a Liberty consiga implementar mudanças em 2024, o calendário ainda vai ter uma logística complicada.
F1 quer volta à África, mas não tem plano consistente no momento
Há tempos a Liberty Media fala em um retorno ao continente africano, que não recebe um GP desde 1993. As negociações com a África do Sul estavam bastante adiantadas para um retorno em 2023, mas a parceria entre o promotor e os investidores ruiu.
As conversas foram retomadas com a 777, empresa de investimentos norte-americana do ramo esportivo, entrando como promotora, mas não houve apoio governamental e o projeto mais uma vez foi abandonado há algumas semanas.
Uma comitiva de Uganda andou circulando pelo paddock nesta temporada, e agora se fala em levar a F1 para a Tanzânia, por meio de uma parceria com a empresa de cruzeiros que patrocina a categoria e que busca usar seus navios como hospedagem em eventos no futuro.
Lewis Hamilton já disse que tem como uma de suas metas ajudar a África a voltar a ter um GP, e há a vontade política também da Liberty, mas não há nada concreto para que isso aconteça em um futuro próximo.
O colapso das conversas com a África do Sul representa uma sobrevida para o GP da Bélgica, que teve seu contrato renovado somente por um ano justamente para abrir espaço para a prova em Kyalami, e deve continuar no calendário em 2024.
E há, é claro, a negociação avançada da FIA para tirar o GP da Espanha do Circuito da Catalunha, nos arredores de Barcelona, e levá-lo a um circuito de rua em Madri. Essa tendência de aumento do número de circuitos de rua tem ligação com a dificuldade de acesso e hospedagem ao redor de vários circuitos permanentes, o que limita o número de ingressos vendidos e também atrai menos VIPs, uma prioridade da Liberty para aumentar a visibilidade da categoria fora do mundo automobilístico.
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