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Bastidores do GP: Max frio sobre marca de Senna e Ferrari fazendo 'barulho'

Max Verstappen concede entrevista em Montréal - Clive Mason/Getty Images
Max Verstappen concede entrevista em Montréal Imagem: Clive Mason/Getty Images

Colunista do UOL

19/06/2023 04h00

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Max Verstappen venceu no Canadá sofrendo um pouco mais do que gostaria com os pneus e, com isso, alcançou o número de vitórias de Ayrton Senna na F1 (41). Não fez muito barulho em relação a isso e, de fato, nunca foi um piloto que citou constantemente o brasileiro como referência. É nascido em 1997, já tem outras referências, então reconheceu os feitos do brasileiro e disse que não gosta de comparar pilotos de épocas diferentes.

E também é verdade que a grande marca de Senna, que mesmo pilotos que tiveram grandes carros por várias temporadas, como Michael Schumacher e Lewis Hamilton, demoraram para bater, são as 65 poles. Aliás, isso também ajuda a explicar a diferença entre como Verstappen lidou com a marca (com respeito, claro, mas sem estardalhaço) e a emoção de Hamilton, fã de Senna, quando igualou justamente o número de poles de Senna no Canadá em 2017. Neste domingo, a grande marca comemorada por Verstappen foram as 100 vitórias da Red Bull na F1.

Mesmo com um segundo lugar, um resultado aquém do pódio duplo ou até vitória que Lawrence Stroll almejava com a chegada das atualizações, o clima na Aston Martin era ótimo. Lance Stroll levou toda a equipe para jantar (inclusive o companheiro Fernando Alonso) em um lugar importante para a história da sua família.

A Lester's Deli foi o primeiro lugar em que seu avô comeu quando chegou em Montreal para se estabelecer, e também foi muito frequentado por seu pai. Sim, é uma família hoje bilionária, mas o lugar é bem simples. Os lanches custam cerca de 50 reais e o lugar é tão acanhado que você tem que comer na rua. O pessoal da equipe adorou.

Ferrari diz que vai fazer barulho com contratações

chefe da ferrari - Scuderia Ferrari/Divulgação - Scuderia Ferrari/Divulgação
Fred Vasseur observa carro da Ferrari no grid do GP do Canadá
Imagem: Scuderia Ferrari/Divulgação

O clima terminou bem com o quarto e quinto lugares, mas não foi tão tranquilo na Ferrari. Afinal, no sábado, houve outra situação na qual Charles Leclerc queria fazer algo e não foi ouvido pela equipe, como já tinha acontecido no GP da Espanha. Em ambos os casos, não dá para dizer que o time estava totalmente equivocado (em Barcelona, o pneu macio que Leclerc pediu não era a melhor opção; no Canadá, Sainz conseguiu passar para o Q3 exatamente com a mesma estratégia de Leclerc). Mas são situações que não ajudam o Scuderia em sua tentativa de renovar o contrato do monegasco.

O que pode ajudar é a chegada de profissionais da Red Bull que já vem sendo articulada há meses. Em Montreal, Fred Vasseur disse que o time não queria, "mas vamos fazer barulho" com as contratações. A moeda de troca ferrarista é Laurent Mekies, que já acertou sua ida para a AlphaTauri para substituir o chefe Franz Tost.

Organização deixou a desejar em GP que complica logística da F1

Mas nem tudo deu certo na organização do GP, o que ficou claro até para quem estava acompanhando de casa quando o primeiro treino livre teve pouca ação. Uma queda de energia levou ao reinício do sistema de CCTV. Como a organização contratou duas empresas diferentes, esse reset tirou a sincronia entre os sistemas. Assim, a imagem chegava com atraso ao controle de corrida, que usa essas imagens para garantir a segurança dos pilotos em todos os pontos do circuito. O sistema levou quase 3h para ser restabelecido.

O GP do Canadá é popular no paddock e houve um grande esforço para a construção de estrutura permanente por parte dos canadenses, depois de anos de negociações. Mas também é verdade que o nível da organização caiu nos últimos anos. E é uma prova que sempre complica a logística do campeonato pela janela curta em que é possível correr em Montreal por conta do clima.

Para o ano que vem, inclusive, o calendário ainda não vai resolver as duas viagens em separado para a América em maio para Miami e em junho para o Canadá. Mas pelo menos o GP do Japão deve ir mesmo para abril e o do Azerbaijão, para setembro.