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Pirelli enfrenta pela 1ª vez em 12 anos risco real de perder contrato da F1
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Fornecedora única de pneus na Fórmula 1 desde 2011, a Pirelli enfrenta seu primeiro grande desafio para manter seu contrato com a categoria. Várias fontes confirmam que a Bridgestone está oficialmente na briga para ser a fabricante de pneus a partir de 2026. Os japoneses estiveram envolvidos com a F1 de 1997 a 2010 e seu interesse é visto como fruto do crescimento do esporte no mercado norte-americano.
Muita coisa, porém, mudou desde que a Bridgestone era a fornecedora de pneus da F1. Primeiro, o valor dos contratos já não é o mesmo da época da guerra de pneus que os japoneses travavam com a Michelin nos anos 2000. Afinal, agora é a própria categoria que banca esse contrato, ao invés das equipes, cujo interesse era garantir que teriam o melhor produto possível.
Outra grande diferença é que o fabricante tem de atender a uma carta de recomendação da F1, que dá as linhas gerais do que esperar dos pneus. Essa recomendação mudou ao longo dos últimos anos, mas estabelece o número de paradas que será a meta do fabricante, por exemplo.
Diferentemente da primeira década do milênio, agora os testes com carros atuais são muito restritos. A Pirelli hoje tem o direito de fazer testes focados apenas nos pneus com as equipes, mas o cenário é muito diferente da quilometragem ilimitada que a Bridgestone tinha com seus clientes.
Carros pesados são desafio para quem ganhar a concorrência
E a quarta grande diferença é o peso dos carros. Esse é o grande ponto da discórdia entre a Pirelli e os pilotos, que criticam o produto italiano pelo excesso de sensibilidade à temperatura e pela tendência ao superaquecimento. A Pirelli diz que isso tem a ver com a carga que os carros colocam nos pneus, por iniciarem as corridas com cerca de 900kg.
Mesmo durante as classificações, os carros da F1 têm perto de 800kg, o que significa 170kg a mais do que nos tempos de Bridgestone. Então embora pilotos que lembram da qualidade do produto japonês, como Fernando Alonso e Lewis Hamilton, vejam com bons olhos seu interesse, a Pirelli se defende dizendo que é muito mais difícil evitar o superaquecimento com os carros atuais.
Existe, na F1, uma vontade de diminuir o peso mínimo dos carros, atualmente em 798kg. Mas não há uma resposta a respeito de como fazer isso. A próxima mudança maior no regulamento será em 2026, junto da estreia dos novos motores. E o diretor técnico da Red Bull, Pierre Waché, já adiantou que as unidades de potência devem ficar bem mais pesadas.
Como resolver esse impasse então? O diretor técnico da Mercedes, James Allison, defende que o peso mínimo seja diminuído. Assim, caberia à criatividade dos engenheiros chegar nessa meta. "Se os carros estiverem acima do limite, isso nos obriga a tomar algumas decisões bastante difíceis sobre o que colocamos em nossos carros e o que não".
Como funciona o processo de escolha do fornecedor de pneu na F1
A concorrência atual é para o contrato de fornecimento único entre 2025 e 2027, com possibilidade de renovação para 2028 e também inclui a Fórmula 2 e a Fórmula 3.
Primeiro, a FIA faz uma análise técnica das duas propostas e o resultado disso é esperado para as próximas semanas. Depois, entra a questão comercial. Ao contrário do que acontecia na época da guerra de pneus ou mesmo quando a Bridgestone era a única fornecedora, de 2007 a 2010, hoje é a própria F1 (ou seja, a Liberty Media, detentora dos direitos comerciais da categoria) que paga o fabricante de pneus. Essa negociação comercial pode levar meses, o que é um ponto positivo para a permanência da Pirelli. Afinal, a Bridgestone teria pouco tempo para desenvolver e testar os pneus para 2025.
Mas sem dúvida é a concorrência mais difícil para a Pirelli desde que eles assumiram esse contrato em 2011. De lá para cá, eles só foram ameaçados pela coreana Hankook, uma empresa muito menor que a Bridgestone, em 2020.
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