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Sprint empolgou, mas deu poucas dicas sobre o que esperar do GP da Áustria

Max Verstappen durante a corrida sprint do GP da Áustria da F1  - JOE KLAMAR/AFP
Max Verstappen durante a corrida sprint do GP da Áustria da F1 Imagem: JOE KLAMAR/AFP

Colunista do UOL

01/07/2023 15h02

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A prometida chuva deu as caras neste sábado no Red Bull Ring para complicar a vida de uns e dar oportunidades a outros no dia de sprint na Fórmula 1. Nada que tenha abalado Max Verstappen, que fez a pole para a corrida rápida e venceu com 21 segundos de vantagem para o companheiro Sergio Perez, com que chegou a se estranhar no começo da prova. Detalhe: a sprint teve apenas 24 voltas.

Perguntado sobre qual a necessidade de abrir uma vantagem tão grande, o líder disparado do campeonato deu de ombros. "Não é isso, é que simplesmente acontece."

Verstappen chegou a perder a primeira posição na largada, e achou que Perez tinha jogando-o para fora da pista, mas os dois depois conversaram e se acertaram. "Ele disse que não me viu e acredito". Eles ainda dividiram a curva seguinte, Verstappen conseguiu ficar na frente e ainda viu o companheiro ser superado pela surpresa Nico Hulkenberg, um dos que aproveitaram o chove e molha deste sábado para largar em quarto e andar entre os primeiros.

Por ter tido de ultrapassar a Haas do alemão, Perez usou demais seus pneus e não tentou se aproximar de Verstappen depois que chegou à segunda posição, então isso inflou a diferença.

A terceira posição ficou com Carlos Sainz, que chegou a pensar que poderia acompanhar Perez, mas percebeu que, mesmo com sua Ferrari atualizada funcionando bem, o desgaste de pneus da Red Bull ainda é menor. Ele foi um bom exemplo dos altos e baixos de um dia de sprint com a classificação disputada com pista seca, mas depois de muita chuva, e depois uma corrida curta começando sob uma garoa consistente. Quase não passou para a segunda parte da classificação, era o último colocado, sem tempo marcado por um problema no freio com o cronômetro quase zerado, mas se recuperou para ser o quinto no grid da sprint e terceiro no pódio. "Mas vou considerar como um mini-pódio hoje e tomara que consiga um pódio de verdade no domingo, mas depende de quanto nós progredimos. Sinto que estou todo fim de semana em quinto, quarto, quinto, quinto, tomara que as atualizações signifiquem que possa progredir."

Todos de olho em Ferrari e Lando Norris no GP da Áustria

O rendimento da Ferrari é uma das grandes incógnitas da prova que começa às 10h da manhã, pelo horário de Brasília, e que deve ser disputada com tempo seco, embora o céu deva estar encoberto, diferentemente do que aconteceu no único treino livre realizado neste fim de semana, na sexta-feira. Então as equipes vão com muita incerteza para a corrida de qualquer maneira: diferentemente de outros finais de semana de sprint, nos quais a corrida de sábado dá indicativos do que vai acontecer no domingo, desta vez as condições climáticas fazem com que uma corrida não dê muitas pistas sobre o que esperar da outra.

"Não deu pra aprender muito. Não deu para experimentar nada em relação à degradação de pneus. Também não demos muitas voltas com os pneus duros ou com os médios até agora. Estamos todos enfrentando as mesmas condições, mas vai ser uma corrida difícil", apontou Fernando Alonso, quinto na sprint e que sai em sétimo neste domingo.

De fato, a maioria dos pilotos que, ao contrário dos cinco primeiros (que fizeram toda a sprint com os pneus intermediários), usou pneus de pista seca, usou os macios. E a expectativa é de que o GP da Áustria seja uma corrida de duas paradas, priorizando os médios e os duros.

Há uma curiosidade especial em relação à Ferrari porque é justamente no ritmo de corrida que eles têm sofrido. Mas, depois de mudarem a maneira de acertar o carro antes do GP do Canadá, eles foram bem em Montreal. Agora com ainda mais novidades no carro, aprovadas pelos pilotos, a expectativa é de, no mínimo, chegar ao pódio com um dos pilotos. Eles têm Carlos Sainz terceiro e Charles Leclerc, que não esteve confortável com o carro no molhado, em segundo. Sim, mesmo com toda a evolução, a Ferrari ainda não espera ser páreo para Max Verstappen na ponta.

Lando Norris larga em quarto também com uma McLaren atualizada e que vem funcionando muito bem neste fim de semana. Ou pelo menos muito bem até o sistema que coloca o motor no ponto morto entrar em operação na terceira curva da sprint, fazendo o inglês perder várias posições.

No momento, é muito difícil prever com quem é a briga de Norris em termos de ritmo de corrida, já que o carro mudou muito. Lewis Hamilton, que larga atrás dele, se surpreenderia se não conseguisse superá-lo, pois acredita que a briga da Mercedes no Red Bull Ring é com a Aston Martin e com a Ferrari. Ele terá as duas Aston logo atrás no grid.

O GP será tão movimentado quanto a sprint?

Tirando a corrida do planeta Verstappen, a sprint foi movimentada do começo ao fim. George Russell, o primeiro piloto que apostou em trocar os pneus intermediários pelos de pista seca, estava em último na volta 16 e chegou a nove milésimos de Ocon, brigando pela sétima posição, na volta 24.

Historicamente, o GP da Áustria tem média de ultrapassagens bem superior ao restante da temporada, e há toda a incerteza em relação ao ritmo dos carros, com pouco tempo de treino livre e um sábado pouco representativo por conta das condições climáticas. O próprio Russell (11º) e Sergio Perez (15º) estão largando fora de posição e podem ajudar a apimentar a prova. Ainda que só algo muito fora do comum possa tirar a vitória número 42 da carreira de Max Verstappen.