Sete perguntas sobre filme de F1 com Brad Pitt que promete realismo inédito

Qual é a história do filme de Brad Pitt sobre a F1?

Pitt faz o papel de um piloto que teve um início de carreira promissor, mas sofreu um grave acidente e passou a correr em categorias menores. Até que, 30 anos depois, ele volta à Fórmula 1 correndo por uma equipe pequena, chamada APXGP, e tem como companheiro o piloto estrelado por Damson Idris. Javier Bardem faz o papel de dono da equipe.

Os pilotos vão participar do filme?

Os produtores do filme se inspiram em clássicos ligados ao automobilismo como "Grand Prix" e "Le Mans", que contaram com a participação de pilotos. Como grande parte das filmagens será feita na pista, eles certamente farão parte da trama, ainda que não esteja claro ainda como será essa participação.

É muito provável que Lewis Hamilton faça algumas "pontas" no filme, do qual é produtor. Ele é uma espécie de ponte entre o mundo do cinema e da Fórmula 1, e foi apresentado ao produtor Jerry Bruckheimer e ao diretor Joseph Kosinski por Tom Cruise. O trio trabalhou junto em Top Gun: Maverick. Hamilton ajudou na formação do elenco e no sentido de captar o mundo da F1 da maneira mais real possível.

As equipes também participam de alguma maneira. Em Silverstone, por exemplo, enquanto a APXGP filmava suas cenas de pitstop, os demais times foram encorajados pela F1 a fazer seus ensaios de parada no mesmo horário, dando mais realismo às cenas.

Como a produção vai captar as cenas com realismo?

Um dos desafios do filme é adaptar o roteiro às cenas que vão conseguir filmar. Isso porque eles utilizarão 20 câmeras que já são usadas nas transmissões das corridas (cuja captação de imagem foi adaptada para o cinema) e outras câmeras dentro dos carros que estão disputando o campeonato. Serão duas a quatro câmeras onboard apenas dedicadas ao filme em cada corrida, captando imagens que não farão parte da transmissão.

A ideia é ter ainda mais realismo do que em Top Gun: Maverick, capturando o efeito da aceleração no corpo dos atores, e também a sensação de velocidade nos carros.

O carro do filme vai para a pista junto com os demais?

Não. A F1 reservou tempo de pista para os carros da APXGP ao longo da programação do final de semana dos GPs em que eles estarão com a equipe inteira.

O carro deles é um Fórmula 2 adaptado com a ajuda da Mercedes Applied Technologies (um braço de engenharia que não faz parte da equipe de F1). Eles aumentaram a distância entre eixos do carro e adicionaram características aerodinâmicas mais próximas às da F1.

Mas também é importante que o carro possa carregar várias câmeras. São 15 posições diferentes que podem ser usadas para as filmagens.

Como Brad Pitt se preparou para virar piloto?

O ator usou sua experiência em motos para ter mais facilidade em entender as linhas que tem de fazer para andar rápido com carros também, mas ainda assim passou por um extenso programa para se tornar o piloto fictício Sonny Hayes. A produção tem uma equipe de pilotos profissionais que treinou Pitt desde o kart até o carro adaptado de F2.

Assim, Brad Pitt fará cenas pilotando o carro da APXGP e já gravou algumas delas em Silverstone. Ele inclusive pediu paciência ao público que estará nas arquibancadas caso ele rode ou tenha alguma dificuldade. E lembrou que tudo pode fazer parte do roteiro do filme.

Mas a produção também conta com esses pilotos profissionais para fazer algumas cenas. Quando os carros alinharam para a volta de apresentação em Silverstone (um deles foi empurrado para os boxes e o outro fez um trecho curto, como programado, e saiu da pista), eram profissionais que estavam ao volante.

Curiosamente, nem todos os mecânicos da equipe fictícia são atores. Muitos deles são profissionais da Carlin, equipe que cedeu o carro de F2.

Em quais GPs o filme estará sendo rodado?

A produção estará presente de alguma forma em todas as etapas até o final do ano. Porém, somente em alguns eventos eles terão a equipe toda, sua própria garagem, motorhome e lugar no pitwall. Isso aconteceu em Silverstone e voltará a acontecer na Hungria neste final de semana, mas a produção não divulgou quais as outras provas até o final da temporada em que eles estarão com a equipe completa.

Apesar do porte da produção, pelo menos em Silverstone, que tem uma área de paddock, pitwall e grid mais largos, as filmagens não interferiram no dia a dia da F1. É impossível deixar de notar as gruas imensas e a equipe numerosa, mas sem que isso traga qualquer prejuízo para o trabalho dos profissionais da categoria.

O que já deu para perceber que não é tão real assim?

Há muita atenção aos detalhes na produção da garagem, o equipamento de pit stops, o pitwall. Mas já em Silverstone deu para perceber que os dados que aparecem nas telas não são tão reais assim. Por exemplo, o consumo de combustível de uma volta era muito mais alto do que o real, assim como a energia gerada pelo MGU-K, um dos motores de geração de energia elétrica usados na F1. Talvez isso seja corrigido para as próximas filmagens.