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Por que Alonso tem motivos para apostar na volta da Aston no GP da Hungria

Fernando Alonso tem uma relação especial com o GP da Hungria. Foi em Budapeste que o espanhol conquistou sua primeira vitória, em 2003, com a Renault. Foi lá, também, que ele comemorou muitos aniversários, já que a prova tradicionalmente era a última antes da pausa de agosto da F1 e Alonso faz aniversário dia 29 de julho. Mas, desta vez, a corrida deste final de semana será importante por outro motivo.

Sua equipe, a Aston Martin, caiu de produção desde o segundo lugar no GP do Canadá, há um mês. Nas etapas da Áustria e da Grã-Bretanha, Alonso não passou de um quinto lugar no Red Bull Ring que ele mesmo disse ter sido um resultado melhor do que o ritmo do carro permitia.

A teoria de Alonso é que o AMR23 não se adaptou bem a circuitos permanentes com curvas de alta velocidade, até porque o carro também ficou devendo no GP da Espanha. De fato, desde o início da temporada, o carro se comportou melhor em curvas de baixa e média velocidade (vinha daí toda a expectativa pela vitória de número 33 do espanhol no GP de Mônaco). E, quando o time tentou configurar o carro para também andar bem nas curvas de alta e também para diminuir a desvantagem que normalmente tem nas retas, o equilíbrio do acerto acabou sendo prejudicado.

Essa não é uma preocupação para a corrida deste fim de semana, já que o Hungaroring não tem curvas de alta velocidade. E é por isso que Alonso espera ver a Aston Martin de volta à disputa nas primeiras posições.

De fato, como a diferença entre os carros é muito pequena nessa disputa para saber quem é a segunda força atrás da Red Bull, a característica de cada pista tem sido decisiva. A McLaren, por exemplo, que foi ao pódio em Silverstone, não espera o mesmo desempenho na Hungria justamente pela falta de curvas de alta velocidade.

A Aston Martin também deve levar novidades para o carro na Hungria. É esperado que o pacote de mudanças chegue em fases, começando neste final de semana e terminando só no final de agosto, no GP da Holanda. Tais mudanças são uma continuidade da atualização que já começou no GP do Canadá. Nenhuma revolução, mas algo que deve ajudar o time a ter um carro mais equilibrado nos diversos tipos de curva.

"A Hungria é muito diferente de Silverstone, temos de ter esperanças de que vamos ter uma performance melhor. Parte do motivo é a característica da pista: Silverstone não é o melhor para as características do nosso carro. Tomara que sejamos mais competitivos na Hungria. E talvez outras equipes tenham desenvolvido mais o carro do que nós, mas eles também partiram de uma base pior. Isso faz parte do processo para que nossa equipe cresça em várias áreas."

Alonso tenta manter o time, que foi a surpresa da primeira parte do campeonato, nos trilhos. O espanhol tem repetido que tudo o que acontece com a Aston, que terminou o ano passado em sétimo lugar, é lucro. "A equipe tem de estar calma e ver a situação de um ponto de vista muito mais pragmático, porque enlouqueceremos se tentarmos analisar cada final de semana de maneira isolada. Para a Aston Martin, tudo o que está acontecendo é um presente neste ano. Temos de manter a calma."

Mesmo com os resultados ruins nas últimas corridas, a Aston Martin se mantém em terceiro lugar entre os construtores, com 54 pontos de vantagem para a Ferrari. Alonso, que desta vez passará seu aniversário na Bélgica, também é terceiro, atrás dos dois pilotos da Red Bull. Ele está a 19 pontos de Sergio Perez e tem 16 de vantagem em cima de Lewis Hamilton.

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