Pole Position

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Pódio em pista que 'dava medo' comprova evolução impressionante da McLaren

"No começo da temporada, teríamos medo de ir para um circuito como esse em um dia como esse". A frase de Oscar Piastri após um GP da Hungria disputado sob muito calor em Budapeste mostra bem a evolução da McLaren nas últimas corridas. Afinal, o 'medo' citado por ele se tornou uma segunda fila no grid e um segundo lugar no pódio, com seu companheiro, Lando Norris.

É uma história diferente até da surpresa que eles tiveram ao se colocarem como segunda força no grid na etapa anterior, em Silverstone. Na Inglaterra, a McLaren se beneficiou da melhora do carro nas curvas rápidas e também tinha uma pista mais fria ao seu favor. A performance deste domingo, na Hungria, numa pista com vários trechos de velocidade média e temperatura do asfalto batendo nos 50ºC, dá confiança a eles de que não dependem tanto das condições de pista quanto imaginavam.

Na frente, Max Verstappen teve vida mais fácil até do que ele mesmo imaginava, já que se viu liderando já na primeira curva, ajudado por uma largada ruim do pole position Lewis Hamilton. O holandês ganhou com 33s de vantagem, pela sétima vez seguida, e abriu mais de 100 pontos para o segundo colocado no campeonato e terceiro na corrida, após largar em nono, Sergio Perez. Com a conquista, a Red Bull superou um recorde que pertencia justamente à McLaren e que já tinha 35 anos: eles estão invictos há 12 corridas

Hamilton fechou a primeira volta em quarto, atrás de ambas as McLaren, e não teve ritmo para se recuperar. Na verdade, apenas no final, com pneus médios mais novos que os rivais diretos, Hamilton andou mais forte. Mesmo assim, terminou em quarto lugar.

A queda da Mercedes neste domingo não surpreendeu a Red Bull. Eles imaginavam que os carros pretos sofreriam porque escolheram uma configuração de refrigeração muito fechada, esperando que o domingo não fosse tão quente. São escolhas que eles acabam tendo de fazer para compensar a falta de pressão aerodinâmica gerada pelo carro.

Melhor para a McLaren, embora Piastri não tenha conseguido o mesmo tipo de desempenho que Norris. O australiano, estreante nesta temporada, reconhece que não conseguiu administrar os pneus tão bem como poderia. E ainda acabou sofrendo danos no seu carro ao sair da pista tentando se defender do ataque de Perez na segunda metade da prova.

O mais curioso é que Verstappen reclamou muito do carro após a classificação, disse que ele estava imprevisível em uma volta lançada. É possível que isso tenha a ver com a nova construção de pneus, usada desde a última etapa (e que também pode estar ajudando a McLaren a crescer tanto). Mas também é fato que a Red Bull optou por focar no acerto de corrida, e o comportamento do carro voltou ao normal na corrida. A vantagem é tão grande que isso não tem sido capaz de fazer a diferença.

A Aston Martin não pode dizer o mesmo. Fernando Alonso, nono na corrida, acredita que a nova construção é responsável em grande parte pela queda do desempenho da equipe. Como as diferenças nas agora quatro equipes que perseguem a Red Bull são mínimas, isso faz uma grande diferença. Que o diga a Ferrari: Charles Leclerc, sétimo, e Carlos Sainz, oitavo, disseram que a sensação com o carro nem foi ruim. Mas foi tão difícil fazer dois stints longos com o pneu duro em uma tarde de muita degradação por conta do calor que eles acabaram chegando mais de 35s atrás do segundo colocado.

Há pouco tempo para arrumar a casa até o GP da Bélgica, que será disputado já neste domingo. E será a última etapa desta primeira parte da F1, que depois volta só no final de agosto.

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