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Perez explica diferença de 22s para o 'paciente' Verstappen na Bélgica

A última corrida da primeira metade de um ano que vem sendo dominado por Max Verstappen não poderia ter tido outro desfecho: o holandês largava em sexto devido a uma punição pela troca do câmbio, mas em 17 voltas já era primeiro. Ao final das 44 voltas do GP da Bélgica, ele venceu com mais de 22s de vantagem para o próprio companheiro Sergio Perez.

E olha que Verstappen disse ter precisado de paciência. Ele conseguiu evitar a confusão entre Piastri e Sainz na primeira curva, que atrasou vários pilotos, e já era quarto no final do primeiro setor da primeira volta. A paciência veio nas cinco voltas que demorou para superar Lewis Hamilton. "Eu tive que esperar até que ele perdesse a chance de usar o DRS com Leclerc, porque sabia que ele tinha bastante velocidade de reta." Três giros depois, foi a vez de Charles Leclerc, que havia largado na pole, ficar para trás.

O monegasco tinha perdido a primeira posição ainda na primeira volta. "Spa é um dos piores lugares para largar da pole porque você sempre fica exposto na primeira volta, mas ele era uma questão de tempo para ele passar", disse o piloto da Ferrari, referindo-se a Sergio Perez, que ficou na liderança da prova até a volta 17, quando foi, também, superado por Verstappen.

A ultrapassagem aconteceu poucas voltas depois de ambos os pilotos da Red Bull terem trocado o pneu macio pelo médio. Foi nesse ponto da prova que a diferença entre os dois pilotos se agigantou. Verstappen parou no começo da volta 15, e voltou 2s3 atrás de Perez. Em duas voltas, estava passando o companheiro e abrindo um segundo antes mesmo de fechar a volta.

"Acredito que o ritmo de Max era superior. Especialmente com pneus médios. Depois que ele me passou, minha prioridade era levar o carro para casa. Estávamos com o carro muito baixo e eu tinha que ter cuidado especialmente nas curvas de alta velocidade", contou o mexicano.

Até mesmo o terceiro colocado Leclerc percebeu que, de fato, Perez estava diminuindo o ritmo no final, o que ajudou a aumentar a vantagem de Verstappen. Mas é inegável que o holandês encontrou algo no carro, especialmente com os pneus médios, menos aderentes, que Perez não consegue reproduzir.

E o mesmo serve para o restante das equipes. Leclerc credita a enorme diferença para os líderes (ele chegou 32s atrás de Verstappen) à maneira como eles "conseguem forçar o ritmo sem acabar com os pneus. Eu certamente não posso fazer isso, a maneira mais veloz para nós completarmos a corrida é administrando os pneus."

O ritmo da Ferrari neste fim de semana acabou surpreendendo a Mercedes, que sofreu com um velho problema: os saltos. Eles não tiveram que levantar o carro da mesma maneira que tinham no ano passado, mas isso afeta o desempenho de qualquer maneira. E Lewis Hamilton, quarto colocado, avaliou que exagerou na angulação de sua asa traseira, mais voltada para a velocidade de reta. "Minha asa era pequena demais para o segundo setor, e isso atrapalhou o gerenciamento dos pneus", acredita.

Sensação das últimas duas corridas, a McLaren teve um domingo complicado pela opção de acerto, mais voltada para a chuva, que veio apenas timidamente durante a corrida. Com a escolha inversa à de Hamilton, Lando Norris sofreu nas retas, e tentou uma estratégia diferente, usando os pneus duros na primeira parte da prova. O inglês foi parar entre as últimas posições, se recuperando e terminando em sétimo após mudar para os pneus macios. Mesmo assim, ele acredita que a McLaren não esteve tão forte, e que este fim de semana mostrou os pontos que eles ainda precisam melhorar para se colocarem de vez na luta com Ferrari e Mercedes.

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Agora as equipes da F1 são obrigadas a parar suas atividades por duas semanas, e o campeonato volta com o GP da Holanda no final de agosto.

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