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Por que times não vão abandonar os carros de 2023 mesmo com lavada de Max

A primeira metade do campeonato da F1 foi marcada pelo domínio de Max Verstappen, é claro, mas também pela alternância de forças entre os times que buscam o posto de segunda melhor equipe. E isso teve muito a ver com o desenvolvimento dos carros. A Aston Martin começou rivalizando com a Ferrari na frente, depois a Mercedes cresceu, e por último apareceu a McLaren, vindo lá de trás para roubar a cena. E essa alternância também deve marcar a segunda metade do ano, que começa com o GP da Holanda, já neste final de semana.

O normal seria que as equipes já passassem a focar totalmente no ano que vem e ficassem com o carro que já têm até o final da temporada. Na verdade, eles já estão focados em 2024. Mas há uma diferença: como o "fantasma" dos saltos, que marcaram o ano passado para muitas equipes, atrapalharam a Ferrari em várias etapas e voltaram a atormentar a Mercedes no GP da Bélgica, são difíceis de simular na fábrica, vale a pena usar o tempo de pista para introduzir novidades.

Foi o que a Mercedes fez em Spa-Francorchamps. Eles usaram um pacote de mudanças com alterações nas laterais, alimentando a parte traseira de tal maneira que permitiu usar uma asa traseira com menos carga aerodinâmica, sem deixar o carro muito nervoso. Foram mudanças experimentais pensando em 2024, que acabaram gerando a volta dos saltos mas, segundo a equipe, mais por uma questão de acerto do carro (que estava muito baixo) do que pelas mudanças em si. Não seria estranho que eles voltassem a testar as novidades em outras pistas para confirmar isso.

Ferrari terá novidades no carro pelo menos até outubro
Ferrari terá novidades no carro pelo menos até outubro Imagem: Ferrari

As concorrentes também confirmaram que trarão novas peças para essa segunda metade. "O trabalho no túnel de vento para esta temporada acabou no final de julho, mas temos peças que estão sendo trabalhadas e deverão chegar no Qatar ou em Austin", disse o chefe da Ferrari, Fred Vasseur, se referindo a corridas de outubro.

A Aston Martin não vai esperar tanto. É esperado um pacote já para a etapa deste final de semana, em Zandvoort. "Não estamos fechando a torneira", garantiu o chefe da terceira colocada no mundial, que vem perdendo pontos para a quarta colocada Ferrari nas últimas provas.

Ainda longe dessa briga (88 pontos atrás da Ferrari), a McLaren também já confirmou que não parou com as novidades. O programa inicial da equipe era transformar seu carro com uma série de três upgrades, e o último deles estrearia na Hungria e foi adiado. Porém, no caso da McLaren, como eles têm uma desvantagem grande para os primeiros e abriram bastante para a Alpine, que parece perdida em meio a uma série de mudanças em seu comando, o mais natural é que eles não tragam mais tantas novidades.

Até porque as equipes têm de pensar estrategicamente. Eles têm de ficar dentro do teto orçamentário de 145 milhões de dólares, ao mesmo tempo em que sabem que, quanto mais à frente ficarem no campeonato, ganham uma parte maior do bolo dos direitos comerciais e têm a desvantagem de terem direito a menos tempo de desenvolvimento aerodinâmico em 2024.

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