Pole Position

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Chuva na medida certa fez a F1 bater recorde histórico de ultrapassagens

Pancadas de chuva no começo e no final do GP da Holanda fizeram com que a prova estreito circuito de Zandvoort batesse um recorde extra oficial: foi a prova com mais ultrapassagens na história da F1, com 186 manobras. O GP foi vencido por Max Verstappen, líder absoluto do campeonato.

O recorde é extra oficial porque não há uma conta oficializada ao longo da história, mas há tabelas bem confiáveis desde o início dos anos 1980, e hoje em dia é possível ter um número ainda mais apurado por conta do aplicativo da F1, o F1TV, que mostra a câmera onboard de todos os pilotos.

Com as 186 ultrapassagens, o GP da Holanda de 2023 supera outra corrida disputada em parte sob chuva, o GP da China de 2016, que teve 170 manobras.

Mas há uma diferença grande entre os circuitos. A pista chinesa, com uma longa reta, sempre teve bons números de ultrapassagem. Já na Holanda, havia mesmo antes de Zandvoort voltar ao calendário da F1, em 2021, uma grande preocupação com o número de manobras. Isso porque o circuito tem uma combinação de curvas rápidas e poucas retas, além de ser estreito, o que costuma ser ruim para as ultrapassagens.

De fato, nas duas primeiras edições, os números foram baixos. Mesmo em 2022, com a adoção de carros que se dão melhor neste tipo de pista, foram só 23 manobras, ou seja, abaixo da média, que foi de 45 ultrapassagens por corrida ano passado.

Mas tudo mudou com a chuva, especialmente pela forma como o GP se desenhou. Começou a chover na primeira volta, mas houve equipes que entenderam que a chuva seria muito passageira. Esses times (como McLaren, Mercedes, Williams, que tinham carros nas primeiras posições) entenderam que valia mais a pena seus pilotos se segurarem na pista andando lentos com pneus de pista seca até a chuva passar ao invés de perder mais de 40s em duas paradas (uma para colocar pneus de chuva, e outra para voltar ao pneu de seco).

Outros times leram os radares de maneira diferente, entendendo que choveria tanto que valeria a pena ir para o box. É por isso que mais de um terço das ultrapassagens aconteceu na terceira volta, quando esses pilotos que pararam encontraram aqueles que estavam com pneus de seco.

Então é um número que, por si só, não significa uma mudança em Zandvoort ou que todas as manobras foram brigadas. Mas é um bom exemplo do caos que ficou instalado por alguns minutos por causa de uma chuva que acabou durando mais do que muitos esperavam.

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E também choveu na classificação, o que colaborou para alguns carros largarem fora de posição. Com toda essa loucura das primeiras voltas, mais carros rápidos ficaram para trás e a recuperação deles também se reflete no número de ultrapassagens. Lewis Hamilton, por exemplo, chegou a ser último e terminou em sexto, em prova que teve só dois abandonos.

Esse número de 186 ultrapassagens, como é de praxe neste tipo de cálculo, não inclui as manobras da primeira volta, e nem ultrapassagens feitas no box. Isso quer dizer, por exemplo, que a incrível manobra dupla de Fernando Alonso em cima de Alex Albon e George Russell na primeira volta não conta. E, mesmo assim, o espanhol foi o piloto que mais pilotos ultrapassou: 13.

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