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Hamilton cogita correr até depois dos 40 e dá dica sobre demora do contrato

A Mercedes confirmou nesta quinta-feira que Lewis Hamilton fica na Mercedes até o final de 2025. Mas o heptacampeão da Fórmula 1, que estará perto dos 40 anos quando o acordo chegar ao fim, não descarta continuar por mais tempo. Afinal, ele sabe que sua chance de conquistar o octacampeonato que escapou de suas mãos na polêmica decisão de Abu Dhabi de 2021 pode chegar apenas depois disso.

O pensamento é lógico: a Red Bull construiu uma vantagem especialmente nas mãos de Max Verstappen que tende a diminuir ano após ano, como geralmente acontece na F1. Mas uma mudança de regulamento ajudaria os rivais a chegarem de uma hora para a outra. Ela virá em 2026, quando a categoria adotará novos motores, com biocombustíveis e ainda mais energia elétrica disponível.

É uma mudança que deixa a Mercedes otimista porque a unidade de potência voltará a ser um diferencial importante, assim como era quando eles começaram a dominar a F1 em 2014. A Red Bull, por sua vez, é mais conhecida pela aerodinâmica muito refinada. Eles ganharam campeonatos em sequência quando os motores estavam congelados na primeira parte da década de 2010 e estão repetindo a dose agora que o desenvolvimento das unidades de potência também está congelado.

Mas então por que o contrato de Hamilton vai apenas até o final de 2025, ou seja, enquanto ainda teremos o regulamento atual? O inglês de 37 anos deu alguns indicativos nas entrevistas concedidas na Itália, onde disputa a 14ª etapa do campeonato neste final de semana.

Anúncio na casa da Ferrari

Primeiramente, o anúncio da renovação de Hamilton e da extensão do contrato de seu companheiro George Russell também até o final de 2025 aconteceu em Monza, na casa da Ferrari, após meses de especulações sobre uma proposta que teria vindo do time italiano para Hamilton. Não é segredo que o presidente ferrarista, John Elkann, há tempos quer contar com Hamilton. Mas o inglês deixou claro que isso não era uma possibilidade para ele.

"Sempre acreditei que o contrato sairia. Nós tínhamos esse compromisso: queríamos continuar juntos, tivemos essa jornada incrível juntos, sabemos que temos muito a conquistar juntos e não queremos fazer isso com mais ninguém. Isso era claro."

Parte financeira foi resolvida logo. Já a duração...

Mas, então, por que a demora? "A parte financeira foi definida muito tempo atrás. Mas havia outros detalhes que tinham que ser fechados", disse ele. Perguntado se a duração do contrato era um desses detalhes, Hamilton disse que "isso é parte das negociações, então sim".

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Hamilton deu algumas entrevistas nos últimos meses falando em ficar "por muito mais tempo" na F1. Ele chegou até a falar em ficar por mais cinco anos na categoria. Após a renovação, inclusive, seu discurso não mudou muito.

Ele foi perguntado sobre as declarações que deu quando assinou o contrato que termina neste ano, durante a temporada de 2021, antes daquele final dramático em Abu Dhabi, dando conta que aquele seria seu último contrato na F1. "A lição que eu tiro é, nunca diga nunca. Quando eu tinha 25 anos, eu achava que seria pai aos 28. Quando cheguei nos 28, eu percebi que ainda era uma criança e não podia ter uma criança", lembrou.

"A F1 é um dos esportes que mais demandam do seu tempo, e tem o lado do perigo também. Mas eu ainda adoro aquela sensação de quando você está colocando o cinto, fechando o visor, e indo para a pista. Enquanto eu continuar em forma, focado e comprometido em dar o tempo necessário para ser grande, vou continuar correndo.

Ou seja, o contrato acaba talvez antes que Hamilton possa lutar pelo octa, mas pode não ser o último. São vários os contratos acabando em 2024 e em 2025, e a Mercedes se coloca em uma posição de observar o mercado caso Hamilton não queira continuar ou se ele começar a não render como antes, ao mesmo tempo em que o piloto coloca o time sob pressão para não esperar pela mudança de regulamento para dar a volta por cima.

E há o fator Alonso. O ressurgimento do espanhol, andando em alto nível aos 42 anos, ajudou a mudar a perspectiva de Hamilton. A F1 não é um esporte tão físico quanto a maioria, não é tão explosivo, e a experiência fala alto. Tanto, que o espanhol saiu em defesa do ex-companheiro e rival.

"Se eu fosse um chefe de equipe e tivesse de escolher entre Hamilton e qualquer cara promissor da F2, eu ficaria com Hamilton até ele chegar nos 80 anos, até que alguém me mostre que é mais rápido que ele."

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Claro que Alonso também está falando de si próprio. Afinal, sua Aston Martin terá motores Honda em 2026, apontados no paddock como os mais avançados no estágio atual de desenvolvimento. Mas é fato que os dois "senhores" do grid estão mostrando que ainda têm lenha para queimar.

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