Campeão da F3, Bortoleto já sabe quem será seu grande rival na F2 em 2024
O brasileiro Gabriel Bortoleto apenas assistiu seus rivais na luta pelo título da Fórmula 3 não fazerem a pole position na Itália para selar o título em seu ano de estreia na categoria. É algo importante para a carreira dele, e que emula o que nomes como George Russell, Charles Leclerc e Oscar Piastri fizeram, para ficar em exemplos recentes. Seu próximo passo será a Fórmula 2, categoria em que ele vai encontrar um rival e tanto: o piloto mais badalado de sua geração, Andrea Kimi Antonelli.
O italiano de 17 anos apareceu com força no kart aos 12 anos, e colecionou títulos nas diversas categorias até passar para os monopostos em 2021. Ele disputou três campeonatos diferentes de F4 em 2022 e venceu dois. E é o atual líder da F3 Regional.
Antonelli é piloto Mercedes e tido como o sucessor natural de Lewis Hamilton. Como se isso já não fosse pressão suficiente, ele vai pular a Fórmula 3 e ir direto para a F2, com a expectativa de estar pronto para substituir o britânico no final de seu contrato, que acaba de ser renovado até o final de 2025. Na Prema, uma das equipes com maior estrutura da categoria, vai correr ao lado de outro britânico, Oliver Bearman, outro piloto talentoso e que fará seu segundo ano na categoria. É claro que a expectativa em cima do italiano será enorme.
Bortoleto despertou interesse da F2 ainda em abril deste ano, no final de semana em que conquistou sua segunda vitória de 2023 em duas corridas e disparou na liderança do campeonato. Dali em diante, controlou sua vantagem, apostou na consistência, e foi campeão com sobras. E o contrato para o próximo passo, com uma das melhores equipes da F2, saiu em julho, antes mesmo da conquista do título.
Mas o que significa estar em uma das melhores equipes da categoria? Na F2, ao contrário da F1, carro e motor são padrão para todos, mas mesmo assim há diferenças (muito menores do que na categoria de cima, obviamente) entre as equipes. Com mais estrutura, alguns times tendem a chegar mais bem preparados para as corridas.
Bortoleto, Drugovich e as vagas na F1
Além disso, o brasileiro negocia para entrar em um programa de jovens pilotos na F1. Isso é importante para que ele consiga ter um programa de testes para ganhar a experiência que hoje é um requisito tão importante para qualquer jovem que quer entrar na F1. Até porque, com o teto orçamentário, os times estão muito cautelosos em colocarem seus carros nas mãos de novatos, temendo gastar a mais com reparos de batidas. Então quem quiser entrar na categoria agora precisa vir com uma boa quilometragem.
E também com bons patrocinadores, embora o teto orçamentário também esteja ajudando a F1 a ficar menos dependente dos pilotos que só trazem dinheiro. Mas, ainda assim, é importante ter um bom pacote, de resultados e patrocínio.
Que o diga Guanyu Zhou. O chinês tem negociações avançadas para continuar na Alfa Romeo, que perderá o patrocínio dos italianos e voltará a ser Sauber ano que vem, dentro da transição para se tornar o time de fábrica da Audi em 2026. Mas, justamente por conta dessa perda de patrocínio, a equipe pressiona o piloto a encontrar mais dinheiro. E também olha o restante do mercado para prospectar um pacote mais atraente.
É aí que entra a chance de Felipe Drugovich, que fez um trabalho competente no treino livre que disputou pela Aston Martin neste final de semana. Sem erros, completando o programa estipulado pela equipe e sendo preciso nas informações passadas aos engenheiros. O retorno da equipe a respeito dos testes privados que ele tem feito também tem sido positivo. Isso ajuda a valorizar seu pacote, mas a parte financeira segue sendo importante.
Tempestade à vista
Há alguns assuntos espinhosos pendentes nos bastidores da F1, sobre os quais se espera notícias nas próximas semanas. Saberemos dentro de pouco tempo se todas as equipes ficaram dentro do teto orçamentário do ano passado.
E tem mais: a FIA acabou seu processo para determinar se há alguma candidata apta para entrar no grid em 2025 ou 2026, mas ainda não divulgou o resultado. A entidade faz as regras da F1, enquanto os direitos comerciais são controlados pela Liberty Media. Então qualquer nova equipe tem que ser aprovada pela FIA e também pela Liberty que, por sua vez, ouve as equipes, signatárias de um contrato para dividir os lucros dos direitos comerciais entre outros detalhes financeiros.
Então, mesmo que uma equipe seja aprovada pela FIA, isso não quer dizer que ela vá entrar no campeonato. Ok, tecnicamente seria possível, mas esta equipe não receberia nada, teria que fazer seus próprios arranjos logísticos, etc. É improvável. Então o que se comenta no paddock é que a FIA pode divulgar o resultado do seu processo, incluindo a aprovação da Andretti, expondo que eles não entraram em acordo pelos direitos comerciais para pressionar a Liberty e as equipes. Se Max Verstappen está fazendo tudo parecer simples, vencendo 10 corridas em sequência, nos bastidores a situação é muito mais complexa.
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