Obras mudam traçado de Singapura e isso pode ser ótima notícia para o GP
A pista de Singapura, que recebe a Fórmula 1 neste final de semana, passou por mudanças que podem ter um efeito positivo nas ultrapassagens, sempre difíceis no circuito de rua de Marina Bay. Pelo menos é o que espera Esteban Ocon, animado com a nova curva 16.
"Foi uma notícia muito, muito boa", disse o francês da Alpine sobre as mudanças. "Numa pista em que você não curte tanto pilotar, uma mudança dessas é uma notícia muito boa. Espero que ajude nas ultrapassagens, o que era impossível antes. Tenho certeza de que seremos capazes de nos aproximar e isso mudará muitas coisas."
A esperança de Ocon tem fundamento. As mudanças estão acontecendo por conta de obras na cidade, e vão tirar quatro curvas do circuito. A alteração é no último setor. Onde havia uma sequência de quatro curvas de 90 graus, agora haverá uma reta. Um dos problemas para as ultrapassagens em Singapura sempre foi a pouca extensão das retas, então Ocon acredita que essa mudança fará os carros chegarem mais próximos na curva seguinte, que era a 20 e agora passa a ser a 16. A questão é que essa curva é bem apertada, então podemos ver alguns toques neste fim de semana.
Não dá para cravar que a prova será mais movimentada, mas certamente os freios e pneus vão agradecer. Essa sequência travada da parte final da volta juntamente com a temperatura ambiente e os muros próximos, impedindo que o ar circule, faziam que os componentes do carro chegassem no limite no final da volta. Agora, a tendência é que as temperaturas fiquem mais sob controle.
"Acho que será mais fácil para os pneus porque todas as zonas de freada e tração, e a degradação que vem disso, devem ser um pouco mais leves", disse o diretor de performance da Aston Martin, Tom McCullough. "O normal era que, no final da volta, os pneus traseiros principalmente chegavam muito quentes. Essa reta vai permitir que eles esfriem um pouco."
Esse aspecto citado por McCullough será bastante importante na classificação. No passado, muitas vezes os pilotos optavam por não forçar muito nas primeiras curvas para evitar chegar com os pneus quentes demais no final. Agora, deve ficar mais fácil administrar isso.
É claro que os tempos de volta também vão baixar, e um detalhe curioso é que uma dessas curvas que não serão usadas neste ano, a antiga 17, é justamente onde Nelsinho Piquet bateu no GP de Singapura de 2008. Logo agora que a manipulação daquela corrida está nas manchetes por conta da ação movida por Felipe Massa para cancelar a prova.
Em relação à configuração dos carros, os engenheiros não acreditam que haverá muita diferença. Singapura é uma das pistas em que se usa mais carga aerodinâmica em toda a temporada.
Em teoria, isso deixaria os carros mais lentos nessa reta que foi criada pela mudança, mas ainda é importante que os carros estejam mais carregados para terem uma boa performance nas curvas dos dois primeiros setores e também a partir da curva 16. "Isso mudará bastante a natureza desse circuito. Não tanto em termos de nível de downforce, mas em termos de frenagem, que é sempre difícil lá", explicou Dave Robson, da Williams.
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