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Red Bull tem sua pior sexta-feira do ano e Ferrari surpreende em Singapura

Poderia ter sido mais uma sexta-feira sem novidades, em que o atropelamento de um lagarto que entrou na pista por Fernando Alonso na primeira sessão de treinos livres tomaria as manchetes, mas a facilidade com que Carlos Sainz e Charles Leclerc ditaram o ritmo enquanto os dois pilotos da Red Bull reclamavam do comportamento do carro indicam um caminho diferente para o GP de Singapura.

Sainz fechou o dia em primeiro, na dobradinha ferrarista, enquanto a Red Bull fechou a segunda sessão, a mais importante por ser a única disputada à noite, como serão a classificação e a corrida, em sexto e sétimo lugares. Mais do que isso, enquanto os pilotos ferraristas quase não faziam correções ao volante, Sergio Perez e Max Verstappen tinham clara dificuldade.

Já era esperado que a Red Bull sofressem em Singapura por conta das ondulações na pista. Isso já aconteceu algumas vezes neste ano, principalmente no Canadá. Mas parecia haver mais do que isso nos treinos livres. "A traseira do carro está muito difícil, vai ser difícil recuperar", disse Perez. O mexicano disse sentir como se a traseira do carro quisesse ultrapassar a dianteira, e isso aconteceu principalmente no segundo treino livre, quando ele estava usando o assoalho atualizado da Red Bull. Verstappen tinha usado a mesma peça no primeiro treino livre, e foi segundo.

A Red Bull não teve que declarar se seu novo assoalho tem ligação com o endurecimento da diretiva técnica que inibe o movimento da prancha que fica no centro do carro para a checagem da legalidade de sua altura. Mas esse pode ser um elemento que esteja dificultando que o carro esteja tão equilibrado. Principalmente nem uma pista na qual sua vantagem já seria naturalmente menor.

Mas também há a surpresa com a Ferrari, que vinha sofrendo nas últimas corridas em que teve que colocar a asa com maior pressão aerodinâmica. Na Holanda, eles chegaram a ter que correr com uma asa inadequada para o tipo de pista, tamanha a instabilidade do carro. Isso não apareceu em Singapura, provavelmente pela natureza das curvas, mais curvas e lentas, e surpreendeu a própria equipe. Na quinta-feira, Leclerc falava em sofrer neste fim de semana.

Mas é bom lembrar que a evolução da pista de Singapura é muito grande ao longo do final de semana. O importante é chegar na noite do sábado com o melhor acerto possível para o emborrachamento da pista naquele momento, o que é algo que as equipes apenas podem prever.

Ainda mais neste ano, que houve duas mudanças importantes na pista. A primeira é a substituição de quatro curvas por uma reta longa (na qual os pilotos queriam que houvesse mais uma zona de DRS, mas isso não foi aprovado pelas equipes, embora houvesse duas versões no paddock: o veto de alguns times e a simples demora na resposta de alguns, fazendo com que o prazo da FIA para efetuar a mudança não tivesse sido respeitado). E a segunda é o reasfaltamento do primeiro setor, que Lewis Hamilton particularmente elogiou bastante. "A pista ficou muito melhor com as mudanças, e acho que esse asfalto novo vai gerar mais ultrapassagens na freada da curva 7 simplesmente porque você consegue sair melhor das curvas."

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Então essa noite de trabalho para compreender o porquê das surpresas desta sexta-feira e qual a influência das novidades na pista nisso será importante não só para Red Bull e Ferrari, mas também para a McLaren, que tem um carro atualizado nas mãos de Lando Norris e não rendeu o que era esperado à noite, a Aston Martin, que parece ter um carro bom para a corrida, e a Mercedes, que acredita estar no bolo de uma briga que promete ser apertada em Singapura.

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