Alonso mostra sua insatisfação com estagnação da ex-sensação Aston Martin
O conto de fadas do início da temporada da Aston Martin e Fernando Alonso parecem ter ficado no passado. O time, que já foi segundo no campeonato e viu o espanhol chegar ao pódio em cinco das seis primeiras etapas, hoje vive um clima tenso, especialmente após o ter corrido com apenas um carro e chegado em último lugar justamente em Singapura, onde acreditavam que teriam um bom resultado.
Singapura foi a gota d?água após meses de promessas de melhoras e poucos resultados. Fazia meses que Fernando Alonso dizia ter a esperança de um resultado sólido nas ruas de Marina Bay. Quem sabe, até, lutar pela vitória, repetindo Mônaco, pista que guarda certas semelhanças com o traçado asiático.
O resultado não poderia ter sido mais diferente. Alonso foi o último colocado. Ele largou em sétimo, mas primeiro teve uma punição por ter errado na entrada do pitlane, o que só salientou o quão difícil o carro estava de conduzir e depois teve problemas no segundo pit stop. O espanhol deixou clara sua frustração no rádio. "Inguiável", disse ele.
Após a corrida, Alonso quase teve problemas com os comissários, pois não queria dar entrevistas às TVs, algo obrigatório para os pilotos. Ele acabou falando apenas com três emissoras após escutar da FIA que seria chamado a se explicar oficialmente. E saiu irritado, dizendo que essa regra não vale para todos.
Do outro lado da garagem, também há muita frustração. Lance Stroll sofreu um forte acidente na classificação, que o tirou da corrida. O canadense ficou irritado também com o comportamento errático do carro, além de ter sido colocado no trânsito para fazer sua volta mais rápida.
O piloto não está exatamente pressionado. Seu pai é o dono da equipe e o outro acionista é parceiro de negócios do bilionário de longa data. Lance já fez pole position na F1 sob condições difíceis, já conquistou pódios, mas a maneira como ele está sendo dominado por Alonso chama a atenção e também explica a frustração do piloto até com ele mesmo no momento.
Não coincidentemente, o chefe da Aston Martin, Mike Krack, fez questão de salientar que mesmo o acidente dele mostra seu "total comprometimento" com a F1, já que ele perdeu o carro por estar forçando para entrar no Q2. Até para a continuidade de Lawrence Stroll, que salvou a equipe de entrar em falência em 2018 e investiu pesado em uma nova fábrica para o time, é importante que Lance também fique.
Mas o acidente também mostra as dificuldades do carro, justamente em uma pista na qual, em teoria, eles deveriam ter tido um desempenho semelhante a Mônaco. E, pior, a maneira como a asa dianteira se descolcou do carro também devem chamar a atenção da FIA, lembrando que a Aston já teve de alterar a construção de sua asa dianteira para que ela ofereça mais segurança aos pilotos.
Para a corrida do Japão, neste final de semana, a perspectiva não é positiva. Até na simulação da F1, a equipe aparece como a quinta força da prova, atrás de Red Bull, Ferrari, McLaren e Mercedes.
Um dos problemas para a Aston são dois resultados positivos no Canadá e em Zandvoort, onde Alonso foi segundo. Eles mascaram problemas no carro duas vezes em que ele foi atualizado, dando a esperança de que as mudanças surtiram efeito. O Canadá acabou sendo uma prova bastante específica, em que o frio e as ondulações tiveram seu papel. E em Zandvoort potenciais rivais da Aston Martin tiveram problemas.
O time inegavelmente deu um grande salto desde o ano passado mas, para manter os pilotos satisfeitos e acabar com o clima ruim que está instalado por lá, é preciso continuar crescendo.
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