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Como explicar a permanência de Perez na Red Bull em 2024 apesar de má fase

Enquanto Max Verstappen acaba de chegar na marca de 400 pontos no campeonato após 16 corridas, tendo vencido 13 delas, Sergio Perez segue tendo um rendimento muito abaixo do companheiro de Red Bull. Mas segue confirmado para a próxima temporada pela chefia da equipe, que admite substituí-lo apenas no final de seu contrato, ou seja, para o campeonato de 2025. Como explicar isso?

Quando Perez chegou à Red Bull, no começo de 2021, o consultor da equipe, Helmut Marko, disse que sua função era ficar a três décimos de Verstappen nas classificações e contribuir para o time voltar a vencer o título de construtores.

Pois, bem. Ainda que Perez só tenha se classificado à frente de Verstappen uma vez na temporada e tenha se complicado várias vezes nos sábados, na média, ele fica a 0s385 do holandês, considerado um fora de série desde os tempos de kart. A impressão de que sua performance é muito pior vem do fato da vantagem da Red Bull não aparecer tanto em classificação, quando o pelotão fica próximo e três décimos muitas vezes significam 3 ou 4 posições no grid.

E a Red Bull acaba de conquistar o mundial de construtores com seis corridas de antecipação. Seis. Por pior que a temporada de Perez esteja sendo, ele é vice-líder.

O quanto vale a pena ter uma dupla de pilotos igualada?

George Russell e Lewis Hamilton, da Mercedes, disputam posição no GP do Japão de F1
George Russell e Lewis Hamilton, da Mercedes, disputam posição no GP do Japão de F1 Imagem: Kazuhiro NOGI / AFP

Quando a Red Bull olha para seus concorrentes mais próximos, vê duplas de pilotos mais equilibradas. A Mercedes tem Lewis Hamilton e George Russell se estranhando na pista no Japão, a Ferrari tem Charles Leclerc e Carlos Sainz muitas vezes andando juntos na corrida, com um atrapalhando a estratégia do outro, a McLaren viu Lando Norris e Oscar Piastri se tocarem na Itália.

Em primeira análise, ter dois pilotos fortes e dividindo o espaço ajuda a equipe a ter mais pontos. Mas também pode ter justamente o efeito contrário.

Não é nada que a Red Bull precise pagar para ver no momento. Eles têm uma vantagem significativa porque entenderam as prioridades do carro no novo regulamento antes de todo mundo. Em 2024, a tendência é que os demais se aproximem, com projetos cada vez mais parecidos com o de Adrian Newey. Mas a lógica diz, também, que o dono das ideias sempre estará um passo à frente.

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Red Bull tem que se preparar para 2026

Para 2025, a situação começa a se alterar, já que a Red Bull tem que se preparar para uma mudança grande no regulamento dos motores. No momento, os motores estão congelados, e é a aerodinâmica que faz a diferença. A Red Bull sabe que, nessa configuração, eles são os melhores. Mas, em 2026, o regulamento aerodinâmico já estará estabilizado há quatro temporadas, então há menos escopo para crescimento, e a unidade de potência é o que fará diferença.

Lando Norris (esq) e Max Verstappen riem no pódio após inglês quebrar troféu do holandês
Lando Norris (esq) e Max Verstappen riem no pódio após inglês quebrar troféu do holandês Imagem: Divulgação/McLaren

A Red Bull vai fazer o seu próprio motor pela primeira vez, um passo incrível para uma empresa que, há 15 anos, só fazia latinhas de energético. Seria importante repensar quem estará ao lado de Verstappen nesse momento de transição. Seria a hora de contar com dois pilotos muito fortes, como os rivais, e atrair Lando Norris, ou seria melhor preparar Liam Lawson, por exemplo? De qualquer maneira, é uma decisão para 2025.

Até lá, a empresa pode lucrar com o poder midiático de Sergio Perez no México e entre a população latina dos EUA e do resto do continente. É algo que não se sente muito fortemente no Brasil até pela questão da língua, mas existe um apoio latino muito forte, e o público mexicano está sempre presente, coberto de merchandising da Red Bull, em todas as etapas da temporada. No México, a imagem Perez está em absolutamente todos os lugares na semana de GP. Isso já acontecia na época de Force India e aumentou exponencialmente.

Perez tem um apelo comercial e também traz patrocinadores para a Red Bull. Além disso, o mexicano sempre foi conhecido no paddock por fechar contratos muito bem amarrados, o que também pode explicar a situação atual.

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