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Estrategista da Red Bull revela desafios de ser mulher no comando na F1

Um time vencedor como a Red Bull não se constrói só com um grande piloto e um grande projetista. Ok, eles também têm essas duas peças, mas têm também uma mente fria e analítica no pitlane tomando decisões de estratégia.

Nos últimos anos, ouvimos falar muito o nome dela. Hanna Schmitz é, desde 2021, a chefe de estratégia da Red Bull, atuando em duas áreas diferentes dependendo do GP. Quando ela está na fábrica da equipe, chefia a sala de operações, analisando os dados recebidos da pista e enviando de volta os números que vão ajudar nas decisões tomadas por quem está no pitwall. Quando está na pista, é ela quem recebe essas informações e toma essas decisões.

Veio de Schmitz o plano de fazer três paradas em Mônaco, algo que foge das regras para um circuito de rua, mas que ajudou Sergio Perez a vencer em 2022. Verstappen elogiou a "insanamente calma" Hanna após conseguir ir de décimo para primeiro no mesmo ano.

Curiosamente, ela não teve treinamento como estrategista até 2011. Ela se formou na renomada Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e fez mestrado em engenharia, especializando-se em dinâmica veicular. Logo em seguida, conseguiu uma vaga na Red Bull. E não saiu mais.

Ela foi subindo dentro do time de estrategistas até se tornar a chefe, o que veio também com uma visibilidade à qual a tímida engenheira não estava acostumada.

"Foi difícil ser uma das primeiras mulheres a estar no pitwall. Você tem que dizer às pessoas o que fazer e elas têm que confiar no que você está dizendo e ter fé e acreditar em você. Então, provavelmente demorou um pouco mais por causa disso. Não por causa de algo pessoal, mas mais por causa das percepções das pessoas sobre como as mulheres são e se elas acham que podem lidar com esses ambientes. E acho que essa era a principal preocupação: se você seria capaz de lidar com a pressão", contou ao Females in Motorsport.

"As pessoas muitas vezes acham que as mulheres talvez sejam mais emotivas", acredita ela. "E eu posso ser emotiva. Não estou quando estou no pitwall, mas posso ser com outras coisas na vida. Isso é um ponto forte. E à medida que mais e mais mulheres assumem cargos de responsabilidade, podemos mostrar como isso é bom. A empatia é muito importante e uma característica realmente valiosa para um líder."

Ver mulheres no pitwall das equipes se tornou menos raro, e curiosamente o papel de chefia no time de estrategistas é uma função em que elas têm forte presença. Ruth Buscombe tem esse papel na Alfa Romeo e Rosie Wait não costuma ir aos GPs, mas tem função semelhante na Mercedes.

"É tudo uma questão de ter confiança e acreditar no que você está fazendo e que você é a melhor pessoa para tomar essas decisões. Esse é o seu trabalho. Fundamentalmente, tudo se resume a saber que você está no lugar certo e que se sente confiante e feliz em sua função."

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