Verstappen 'palhaço' e Leclerc empolgado em dia de vale-tudo da F1 em Vegas
"Eu sou americana, eu gosto de tudo", foi uma frase que ouvi enquanto me posicionava para ver a festa de abertura da etapa de Las Vegas da Fórmula 1. Talvez aproveitando esse jeito de encarar as coisas, a categoria ofereceu um pouco de tudo. Transmitido ao vivo, o evento de abertura contou com artistas de peso com estilos variados, indo de John Legend a 30 Seconds to Mars, de Journey a Steve Aoki e Tiesto. Show de drones, fogos de artifício. E teve a presença dos pilotos só por alguns instantes, nos minutos finais. Eles, assim como os artistas, eram elevados por plataformas colocadas no centro da reta dos boxes.
A spectacular introduction for our teams in Vegas #F1 #LasVegasGP pic.twitter.com/2Cx2VeJz4i
-- Formula 1 (@F1) November 16, 2023
Foi só aí que o público se levantou mesmo, berrando mais alto para estrelas da série Dirigir para Viver, da Netflix, como Daniel Ricciardo e Lando Norris, e para Lewis Hamilton, Fernando Alonso e Max Verstappen. Não que o público em si fosse muito numeroso. A área VIP estava mais cheia, embora muita gente por lá não conhecesse muito bem os pilotos (tinha até quem perguntava como se pronunciava McLaren), mas as arquibancadas estavam com menos de 50% de sua capacidade. Caía uma fina e constante garoa, e luzes que vinham das cadeiras ajudaram a mascarar a falta de público na transmissão do evento.
Mas nada conseguiria disfarçar a falta de empolgação do campeão antecipado da temporada, Max Verstappen, com basicamente tudo o que envolve o GP de Las Vegas. "A gente ficou lá em pé, parecendo uns palhaços", disse ele sobre a apresentação. Recepcionado por um grupo de imitadores de Elvis Presley no paddock, ele não escondeu o que acha da prova. "É 99% show e 1% corrida."
O holandês é uma voz dissonante, embora seja bem possível que outros concordem. Na frente das câmeras, os outros são só elogios para o único evento do calendário promovido pela própria Fórmula 1, e não organizadores independentes. Daniel Ricciardo, inclusive, celebrava que a corrida tenha entrado no calendário agora e não na época em que ele era mais novo. "Se a corrida fosse lá por 2017, eu teria mais problemas para me concentrar porque eu era mais jovem. Agora o plano é ficar mais sóbrio e mais focado, e acho que os pilotos jovens podem sofrer porque é natural que eles tenham curiosidade."
Red Bull pode sofrer em Las Vegas?
Também se falou em corrida. Sergio Perez acredita que a Red Bull pode sofrer por conta das zebras. Eles perceberam em algumas etapas (de maneira mais agressiva em Singapura, único GP que a equipe perdeu neste ano) que sofrem mais que os demais quando têm de atacar mais as zebras.
E também é um carro que tem a tendência de colocar menos energia nos pneus, o que é uma qualidade na enorme maioria dos palcos pelos quais a F1 passa. Mas não com um traçado com longas retas, asfalto liso e frio como o de Las Vegas.
Não é por acaso que a Ferrari está confiante, porque eles costumam colocar muita energia nos pneus, e também são fortes nas retas. Charles Leclerc parece realmente empolgado com a prova. Ele disse que achou o traçado desinteressante quando viu o desenho, mas mudou de opinião depois de testá-lo no simulador. E acha que haverá muitas chances de ultrapassagem.
Os achismos só vão acabar com os treinos livres, começando na noite nesta quinta-feira em Las Vegas, e na madrugada da quinta para a sexta no Brasil, com sessões começando 1h30 e às 5h. Os pilotos estão curiosos para entender se os dados de simulador realmente deram uma ideia do que eles vão encontrar na pista, embora nem todos confiem neles. "Lembro que fiquei 12h no simulador me preparando para correr na Turquia e, quando chegamos lá, éramos mais de 10 segundos mais lentos. Então agora chego com a mente aberta", revelou George Russell.
Seja como for, se você quiser participar da festa, ou ver a corrida, que fique o aviso. Não há mais vagas para jatinhos particulares no aeroporto de Las Vegas.
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