Ferrari encosta e Mercedes tenta defender vice entre equipes no último GP
As últimas duas corridas deixaram a Mercedes em uma posição vulnerável para defender o vice-campeonato de construtores na última etapa do ano, que será disputada neste final de semana, em Abu Dhabi. O time agora tem apenas quatro pontos de vantagem em relação à Ferrari, depois de ver a rival fazer 16 pontos a mais em Las Vegas.
Seria uma virada e tanto para a Ferrari, que estava em quarto lugar, atrás também da Aston Martin, até o GP da Itália, em setembro. Tanto, que o chefe da equipe, Fred Vasseur, acredita que o momento está a favor do time italiano.
"Nós tivemos uma boa performance em Monza, em Singapura, no México e em Las Vegas, em pistas diferentes, com condições climáticas distintas, assim como outros compostos de pneus. Podemos estar mais do que motivados para Abu Dhabi. O momento está do nosso lado, veremos o que acontece."
De fato, a última vez que a Mercedes conseguiu pontuar mais do que a Ferrari foi no Qatar, sob condições muito particulares. E, em Las Vegas, a Scuderia fez 16 pontos a mais do que a Mercedes, mesmo com a punição de 10 posições no grid sofrida por Carlos Sainz, após a bateria de seu carro ter sido danificada por um bueiro. O espanhol conseguiu chegar em sexto, com Lewis Hamilton em sétimo e George Russell em oitavo, enquanto a maior parte dos pontos veio do segundo lugar de Charles Leclerc, que passou Sergio Perez na última volta. Essa manobra deixou a Ferrari três pontos mais perto da Mercedes.
Se do lado italiano há certo embalo com os últimos resultados, do lado da Mercedes há muita decepção com oportunidades perdidas. A Mercedes esteve melhor que a Ferrari no GP dos Estados Unidos, mas Hamilton foi desclassificado por uma irregularidade no carro. A história se repetiu na Cidade do México, mas Russell não administrou bem as temperaturas dos freios, perdeu terreno no final da prova, e os times acabaram empatados em 27 pontos naquela etapa.
Em São Paulo, temendo outra punição como em Austin, a Mercedes foi conservadora demais no acerto do carro, e só não perdeu mais pontos em relação à Ferrari porque Leclerc não largou por problemas técnicos (lembrando que o monegasco também foi desclassificado nos EUA).
No último final de semana, a Ferrari esteve bem melhor e só não tirou mais pontos devido à punição de Sainz. Na verdade, se o campeonato tivesse começado em julho, com o GP da Áustria, a Mercedes não estaria nem em terceiro lugar no campeonato. De lá para cá, o time fez menos pontos que a Red Bull, a Ferrari e também a McLaren.
Essa série de chances perdidas tem irritado o chefe da Mercedes, Toto Wolff. "Poderia, deveria, teria. Nosso ritmo em Vegas quando tínhamos ar livre era parecido com o dos líderes. E esse é o resumo da nossa temporada. Os dois carros poderiam estar no pódio, mas não estavam."
Mesmo que as duas últimas etapas sejam disputadas no deserto, elas têm várias diferenças entre si e algumas semelhanças. Há mais curvas em Abu Dhabi, então a configuração pede um nível médio de carga aerodinâmica (em Las Vegas, o nível foi perto do mínimo, o que dá vantagem para a Ferrari). As temperaturas do asfalto estarão mais de 10ºC mais altas, também jogando a favor da Mercedes. Os mesmos tipos de compostos serão usados, e a superfície do asfalto é tão lisa quanto em Vegas.
Por ser uma pista em que a tração é importante, com retas longas, e na qual os pneus traseiros são o fator limitador, a Ferrari tem vantagem em Abu Dhabi, apesar de pequena. Deve fazer calor neste final de semana, mesmo à noite, e isso pode atrapalhar a Scuderia no começo da prova. De qualquer maneira, é difícil apontar um favorito, nesta que é a grande disputa ainda em jogo, depois que Max Verstappen e a Red Bull conquistaram os campeonatos com muita antecipação, e Sergio Perez fechou a disputa pelo vice com Lewis Hamilton no último GP.
Deixe seu comentário