No campeonato da inconsistência na Fórmula 1, a Mercedes ganhou sofrido
A temporada da Fórmula 1 terminou com uma corrida que deu o tom do que foi a temporada: Max Verstappen tranquilo na frente, muita disputa do segundo lugar em diante, e um sobe e desce no rendimento das equipes devido à alta competitividade.
E também devido a oscilações marcantes de rendimento, especialmente na disputa pelo segundo lugar no mundial de construtores entre Mercedes e Ferrari, indefinida até os momentos finais. Na verdade, na pista, a Mercedes perdeu, mas a classificação mudou com uma punição de 5s para Sergio Perez e o time de George Russell, que foi terceiro, e Lewis Hamilton, apenas nono, conseguiu se manter à frente dos italianos.
Charles Leclerc até tentou pressionar Verstappen na primeira volta, mas logo preferiu cuidar dos pneus e focar na disputa com Russell, enquanto Carlos Sainz tentava se recuperar de uma classificação ruim, mas sem muito sucesso. A estratégia de largar com o pneu mais duro não funcionou, como já tinha acontecido com a Ferrari nesta temporada, e o espanhol não pontuou.
Ferrari e Mercedes começaram o ano como grandes candidatas a frear o domínio da Red Bull, mas só conseguiram vencer uma corrida - com Sainz, em Singapura, pista em que Verstappen e Sergio Perez não foram sequer ao pódio. As duas equipes sofreram com a inconsistência de seus carros, por motivos que eles muitas vezes não entendiam.
Neste quesito, apesar do terceiro lugar no campeonato, a Ferrari sai ganhando, pois conseguiu melhorar o comportamento do carro, que mudava muito dependendo do composto de pneu e da quantidade de combustível no começo do ano. "Terminamos o ano bem. Do Japão para cá, quando colocamos novidades no carro, me senti muito melhor com o carro, com muito mais confiança. Ano passado, terminei o ano cansado. Desta vez, eu mal posso esperar para testar o carro do ano que vem e voltar a vencer", disse Leclerc.
Já a Mercedes teve nesta última corrida do ano o mesmo tipo de problema que assombrou a temporada do time. Um carro com uma janela de funcionamento muito pequena, que ora não dava confiança para Russell, ora para Hamilton (como aconteceu neste fim de semana).
O mais confuso sobre a Mercedes é que, na corrida, o carro às vezes ganha vida. Isso aconteceu também em Abu Dhabi, em determinado momento com o próprio Hamilton, mas sem a consistência para permitir que ele ganhasse posições, além da dificuldade crônica do carro com a velocidade de reta, que não foi solucionada mesmo com as atualizações ao longo da temporada.
"Foi uma temporada complicada e bagunçada. O resultado foi um alívio, foi uma temporada muito ruim do meu lado da garagem. As coisas acabaram indo para o nosso lado nessa corrida mas tivemos nossa cota de coisas que deram muito errado. Muita coisa vai mudar para o ano que vem, estou animado, mas não sabemos o que nossos rivais vão fazer", disse Russell, que sofreu com essa inconsistência da Mercedes principalmente no domingo.
Tanto Mercedes, quanto a Ferrari terão de mudar seus projetos para o ano que vem, e muito provavelmente vão aparecer muito mais semelhantes à Red Bull, que colecionou recordes nesta temporada: foram 21 vitórias em 22 provas, sendo 19 delas de Max Verstappen.
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