O plano ousado para a sucessão de Hamilton e mudanças na sprint para 2024
A temporada 2023 da Fórmula 1 acabou com Max Verstappen vencendo mais uma, a 19ª de uma temporada de 22 corridas, e com a Mercedes batendo a Ferrari na disputa pela segunda posição no mundial de construtores. Mas as equipes sempre estão olhando bem além da atual temporada, ainda mais sabendo que vários contratos de pilotos acabam nos próximos dois anos, e que o regulamento vai mudar consideravelmente em 2026. Na Mercedes, Lewis Hamilton segue muito dedicado, acreditando que pode voltar a lutar por um mundial, mesmo saindo pelo segundo ano seguido sem vitória alguma, algo que nunca tinha acontecido na sua carreira até aqui.
Porém, do lado da Mercedes, eles não podem esperar que a motivação do heptacampeão continue para além de seu atual contrato, que vai até o final de 2025. E é normal que se estude alternativas. Principalmente quando se tem dentro da academia de pilotos um talento como Kimi Antonelli.
Um novo Verstappen?
Há paralelos a serem traçados entre o italiano de 17 anos e Max Verstappen. Ambos nasceram em uma família já voltada para o mundo das corridas - seu pai é piloto e dono de equipe - e ganharam fama de "o próximo multicampeão do mundo de F1" ainda no kart.
E queimaram etapas. Antonelli fez dois campeonatos de Fórmula 4 em 2022 e ganhou ambos. Foi para a FRECA neste ano e também faturou o título, e agora vai pular a F3, indo direto para a Fórmula 2 em 2024, sempre andando pela forte equipe Prema.
Diferentemente de Verstappen, no entanto, Antonelli fechou com a Mercedes, que não conseguiu o "passe" do holandês anos atrás porque não ofereceu o caminho curto para a F1 que Jos Verstappen via para o filho. A situação é diferente agora. Claro que tudo depende do desempenho do italiano, mas no momento o caminho trilhado por Toto Wolff para ele é chegar na F1 em 2025, via Williams, e assumir o posto de Hamilton no ano seguinte.
Hamilton irritado
Não que o inglês de 38 anos dê sinais de que quer se aposentar no momento, mas é claro que a equipe precisa estar preparada. Hamilton sorriu pouco neste último fim de semana. Tudo começou com as declarações de Christian Horner de que um representante do piloto teria abordado-o para conversar sobre uma vaga na Red Bull em 2024. No final das contas, foi uma conversa informal dele com o pai de Hamilton, Anthony, apenas deixando as portas abertas, como é de praxe. Bem diferente de 2011, quando o próprio Lewis, insatisfeito com a McLaren, foi se oferecer para correr pela Red Bull pessoalmente, entrando no motorhome da equipe na frente de todos no paddock.
Essa história explodiu na quinta-feira, quando vi Hamilton tendo uma conversa séria com Toto Wolff dentro da Mercedes. Já passava das 21h e ele ainda estava na pista, tendo terminado seus compromissos com a imprensa pelo menos 5h antes. Descontente com o carro durante o final de semana, seu semblante pouco mudou.
Brechas nas regras
E há quem esteja com o foco ainda mais além. Ao longo dos últimos meses, houve conversas quentes entre a FIA e Mercedes e Ferrari por conta do regulamento de motores de 2026. Como sempre, os engenheiros tentam encontrar brechas, e têm de estar permanentemente em contato com a federação para checarem se suas soluções são aceitas. Depois de Mercedes e Ferrari, agora é a Red Bull Powertrains, que está fazendo sua primeira unidade de potência, que está na mira da FIA.
Essa é a hora de tentar forçar os limites do regulamento e buscar a aprovação da entidade. Ninguém quer ter a unidade de potência considerada ilegal depois de gastar milhões e milhões de dólares.
Mudanças na sprint
O que está acertado é que o formato da sprint vai mudar mais uma vez. A definição do grid da sprint será na sexta, a corrida curta no sábado no horário em que normalmente é disputada a terceira sessão de treino livre. Assim, a classificação para o GP fica no horário normal no sábado. E haverá uma liberdade maior para se mexer no carro ao longo do final de semana.
Devem haver mudanças também nas etapas com sprint. A ideia atual é fazer na China, Miami, Áustria, Austin, São Paulo e Qatar.
Outro ponto que não está decidido é se haverá mudanças mais profundas. Há quem defenda que se tente inverter o grid, o que era a proposta inicial, há quem veja uma oportunidade de colocar pilotos reservas para correr. O fato é que tudo será estudado nas próximas semanas com suas consequências e discutido na próxima reunião da Comissão de F1 em janeiro.
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