Pole Position

Pole Position

Reportagem

McLaren ganha reforços de peso em janeiro para desafiar Red Bull

Esta semana marca mais um passo da McLaren na sua busca de voltar a lutar por títulos depois de mais de uma década. Isso porque dois engenheiros de peso contratados durante o ano passado começaram a trabalhar efetivamente no time.

Trata-se do ex-Red Bull Rob Marshall e do ex-Ferrari David Sanchez. Ambos estavam cumprindo o que se costuma chamar na F1 de "período de jardinagem", em que um profissional que muda de equipe não pode trabalhar para nenhum rival. A duração desse período é definida por contrato, e depende do nível de informação de cada um. Isso porque a ideia é que o profissional não tenha dados atualizados sobre a equipe que defendia.

O mais interessante desse tal período de jardinagem é que ele muitas vezes leva apenas alguns meses, o que mostra a rapidez com que uma informação relevante fica obsoleta na F1.

Um caso claro disso é o de Marshall, que trabalhava diretamente com Adrian Newey na concepção dos carros da Red Bull e era apontado como o engenheiro número 2 dos atuais bicampeões mundiais. A McLaren anunciou sua contratação em junho, e seu "período de jardinagem" durou até 1º de janeiro. Ou seja, ele já assumiu nesta semana como diretor técnico de engenharia e design.

"Houve momentos em que eles foram bastante competitivos, foram nossos rivais mais próximos em algumas oportunidades na segunda metade da temporada", admitiu o chefe da Red Bull, Christian Horner, em entrevista à TV britânica Sky Sports. "E fortaleceram sua equipe. Rob com certeza será um trunfo".

E não é o único. A McLaren também atraiu David Sanchez, um dos engenheiros do alto escalão da Ferrari, especializado em aerodinâmica. Ele será outro diretor técnico, focado no conceito do carro e performance.

Essa estrutura que a McLaren adotou de ter vários diretores técnicos não é comum na F1 e foi adotada pela equipe depois que o chefe do time, Andrea Stella, fez uma revisão na maneira como o time deveria ser estruturado. Serão três diretores técnicos (o terceiro é Peter Prodromou, que lidera o time de aerodinâmica e já estava há anos em Woking) respondendo diretamente ao italiano.

É claro que o efeito destas contratações não será visto no carro que vai começar a temporada 2024, já que o projeto está bastante adiantado. Mas são profissionais com ideias novas que vão somar a uma equipe que já estava dando sinais desde o ano passado de que está na direção certa.

Ao contrário de Mercedes e Ferrari, que insistiram em desenvolver seus próprios conceitos, a McLaren assumiu a inspiração na Red Bull já durante a temporada de 2022, e colheu frutos principalmente na segunda metade de 2023. Se o campeonato tivesse começado no GP da Áustria, em julho, Lando Norris teria sido vice-campeão e a McLaren teria ficado em terceiro, atrás de Red Bull e Ferrari.

Continua após a publicidade

A equipe também vai começar a ver na pista o resultado da troca de túnel de vento. O equipamento, o mais avançado da F1 no momento, está em operação desde o ano passado, mas não podia ser usado no carro de 2023 pois a FIA determina que cada equipe escolha um túnel de vento para toda a temporada.

As fábricas da Fórmula 1 reabriram nesta terça-feira, dia 2 de janeiro, após um período em que ficaram fechadas por regulamento e no qual inclusive e-mails ficam bloqueados. Foram nove dias corridos desde 24 de dezembro. Os carros de 2024 já estão na fase de aprovação nos testes de impacto, e vão começar a ser lançados em fevereiro, até porque os testes de pré-temporada começam dia 21 de fevereiro, no Bahrein.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

Só para assinantes