O que sabemos sobre os carros de 2024 da F1 que serão lançados mês que vem
As equipes estão na fase final de preparação para o lançamento dos carros da temporada 2024, com pouco mais de um mês até o início dos três dias de testes de pré-temporada em 21 de fevereiro. Os primeiros lançamentos serão no início de fevereiro, mas, pelo que vimos nos últimos anos, a maioria vai lançar a identidade visual em um carro genérico, apresentando o carro de verdade apenas na pista no Bahrein.
Mercedes e Ferrari prometem grandes mudanças
O regulamento fica estável, mas isso não quer dizer que os carros não vão mudar. Mercedes e Ferrari falam em alterações significativas no conceito de seus carros, depois de dois anos chegando em becos sem saída com as soluções que escolheram. São mudanças que eles sabiam que teriam de fazer, mas que significavam a homologação de um novo chassi, o que é caro e compromete o teto orçamentário. Isso permitiria alterações necessárias na geometria de suspensão, uma das armas mais importantes da Red Bull para cuidar dos pneus melhor do que ninguém nos dois últimos anos.
Na Mercedes, além do chassi e da suspensão, também é esperado um novo desenho de caixa de câmbio. E Lewis Hamilton cansou de pedir a revisão da posição do piloto. Ele quer ficar mais atrás porque sente que isso lhe dá mais controle da traseira. Os engenheiros da equipe não acreditam que essa é a fonte dessa falta de controle, mas estavam abertos a fazer a mudança.
Outra equipe que promete um carro diferente é a Ferrari, embora eles já tenham começado a alterar o conceito ao longo de 2023. A Scuderia começou testes ainda em agosto no GP da Holanda já pensando no conceito do carro de 2024, e um dos passos neste sentido foi o assoalho que estreou no Japão e que melhorou significativamente o carro.
Nesta época do ano, sempre há muitos rumores extremamente positivos vindos de Maranello e, em 2024, não é diferente. Fala-se em 30 pontos de aerodinâmica a mais somente com a integração entre esse conceito de assoalho e o novo chassi. Isso daria quase meio segundo por volta de ganho. Mas o mais interessante sobre a Ferrari é que espera-se que eles sigam sendo um carro diferente conceitualmente da Red Bull.
Muita expectativa em cima da McLaren
A equipe que mais evoluiu ao longo de 2023 tem a vantagem de estar trabalhando em um conceito mais similar ao da Red Bull há mais tempo. E vem embalada com a sequência de peças novas que foram sempre melhorando o carro.
Não é a toa que eles são a melhor aposta para desafiar a Red Bull no momento, e não é esperado que o carro seja radicalmente diferente.
Outra equipe que melhorou muito em 2023 em relação à temporada anterior é a Aston Martin, que comemora a atualização do câmbio da Mercedes. Eles compram o equipamento dos alemães e acreditavam que o desenho anterior limitava muito a pressão aerodinâmica que podia ser gerada na traseira do carro.
McLaren e Aston Martin têm certa vantagem em relação a Ferrari, Mercedes e, principalmente, Red Bull. Por terem ficado atrás no campeonato, eles têm mais tempo de desenvolvimento aerodinâmico, em regra que busca deixar o pelotão mais competitivo.
F1 já tem grande candidata a zebra do campeonato
Quem tem ainda mais tempo no túnel de vento, e está usando o mesmo equipamento da Red Bull, é a grande aposta de 2024. A AlphaTauri está se aproximando da equipe principal da marca austríaca também tecnicamente, e passará a usar tudo o que o regulamento permite para estreitar essa relação neste ano.
Isso significa que eles vão usar mais peças compradas da Red Bull, voltando a um nível semelhante ao de 2020 e 2021. A diferença é que a Red Bull hoje é muito mais competitiva e uma das peças que podem ser compradas é justamente o câmbio, um dos trunfos dos bicampeões.
Todos de olho em copiar a altura do carro da Red Bull
Haverá muitas mudanças que não vamos conseguir ver. Os carros atuais da F1 produzem a maior parte da sua pressão aerodinâmica por meio do assoalho, e só vemos as beiradas dele. A não ser, é claro, quando um piloto bate e o carro é levantado pelos fiscais de pista.
Foi numa sequência de acidentes assim entre maio e junho que vimos diferenças muito acentuadas entre Red Bull, Mercedes e Williams. De lá para cá, engenheiros trabalharam muito em cima dessas imagens para conseguir entender os fluxos de ar principalmente, é claro, da praticamente imbatível Red Bull. Então é de se esperar uma evolução significativa nesta área.
Até porque os últimos dois campeonatos deixaram claro que a Red Bull acertou nas prioridades do novo regulamento. Conseguiu um casamento entre o assoalho e a suspensão que garante que o carro mantenha uma altura em relação ao solo ao mesmo tempo baixa e constante. Isso ajuda a gerar performance e também a estabilidade que será importante para o consumo de pneus.
"Nós priorizamos as áreas erradas", resumiu o diretor técnico da Mercedes, James Allison. É a hora de rever esses caminhos tentando dar um passo além, porque a Red Bull também não estará parada.
Reportagem
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