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Chefe e estrela Steiner está fora da lanterna Haas depois de uma década

Guenther Steiner não estará à frente da equipe Haas na temporada 2024 da Fórmula 1. O italiano liderava o time desde a entrada dos norte-americanos no grid da categoria e também ganhou fama pelo estilo despojado que ganhou o público na série do Netflix, Dirigir para Viver. Ele será substituído por Ayao Komatsu, que ocupava a posição de diretor de engenharia.

O japonês será o chefe mais novo do grid, aos 47 anos, embora tenha longa experiência na F1, tendo trabalhado na BAR e Renault. Ele começou como engenheiro especializado em pneus em 2003 e estava na Haas desde 2016.

Steiner já era um personagem interessante no paddock, que dava opiniões contundentes e menos engessadas que outros chefes de equipe. Com o sucesso da série da Netflix, ele ajudou a Haas a ganhar mais atenção da mídia, virou motivo de faixas nas arquibancadas, camisetas com suas frases clássicas (sempre cheias de palavrões), como "nós parecemos um bando de perdedores", lançou autobiografia. E ganhou até faixas nas arquibancadas com pedidos de casamento.

Mas isso não foi suficiente para mantê-lo no cargo após uma temporada muito fraca da Haas, com apenas 12 pontos marcados em 22 corridas.

A saída de Steiner acontece ao mesmo momento em que o diretor técnico Simone Resta também está se despedindo da equipe. O italiano estava na Haas por empréstimo junto à Ferrari e vinha pressionado desde que uma grande atualização que a Haas fez no GP dos EUA, tornando o carro mais semelhante ao projeto da Red Bull, não rendeu os resultados esperados.

Haas perdeu chance de crescer com novas regras

A Haas tem um modelo de negócio diferente de outras equipes na F1, sendo aquela que mais se aproveita do regulamento que permite a compra de peças de outros times. Eles só são responsáveis basicamente pela parte aerodinâmica do carro, que costuma seguir uma linha semelhante à Ferrari uma vez que a unidade de potência, transmissão, caixa de câmbio e outras peças são compradas junto à Scuderia.

Com as mudanças do regulamento da F1 a partir de 2021 visando diminuir a distância entre os times com mais estrutura e equipes como a Haas, havia a chance dos norte-americanos se aproximarem dos demais. Eles inclusive montaram instalações ao lado das da Ferrari para aproveitarem ao máximo a parceria, e o próprio Resta veio muito bem recomendado do time italiano.

A Haas ainda foi além: eles focaram totalmente em aproveitar a mudança do regulamento técnico em 2022, alocando praticamente todo orçamento de 2021 no carro novo. Mas mesmo assim não tiveram sucesso. O time até conseguiu o oitavo lugar em 2022, mas sofreu principalmente com o desgaste de pneus durante a última temporada e viu times com os quais estava disputando há dois anos, como Aston Martin e AlphaTauri (time que mais se assemelha à Haas em termos de modelo de negócio) darem passos importantes.

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Steiner teve hiato de 10 anos fora da F1

Steiner tem uma carreira longa no automobilismo, tendo estudado engenharia e começado como mecânico de rally. Ele entrou na F1 em 2001 como diretor administrativo da Jaguar, chegou a ter uma passagem curta na Red Bull, que adquiriu a equipe em 2005, e depois voltou uma década depois com a Haas. Ele estava no projeto desde o início da preparação em 2014. A Haas entrou no grid em 2016.

Steiner não tinha a palavra final na Haas, respondendo ao dono Gene Haas. O norte-americano é conhecido por ser bem firme em suas decisões, então é de se imaginar que ele enxerga um caminho diferente para o time. Haas não aceitou algumas propostas que teve nos últimos meses para vender a equipe, que segue como a última a ter entrado no grid.

A Haas pelo menos está vivendo um momento de continuidade na dupla de pilotos, tendo os experientes (como tanto queria Gene Haas) Nico Hulkenberg e Kevin Magnussen como pilotos pelo segundo ano seguido.

É claro que não é nada positivo para o time perder peças de comando a pouco mais de um mês dos testes de pré-temporada, que começam dia 21 de fevereiro, no Bahrein. O projeto do carro já está terminado e inclusive as primeiras atualizações já estão programadas. Mas por outro lado quem chegar agora terá uma vantagem que vem com o péssimo rendimento de 2023: pelo menos até o final de junho deste ano, a Haas é a equipe com mais tempo de desenvolvimento aerodinâmico do grid.

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Diferentemente do que foi informado, Nico Hulkenberg e Kevin Magnussen serão pilotos da Haas pelo segundo, e não terceiro ano consecutivo.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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