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Não é só pelo novo nome VCARB que a 'Red Bull B' deve roubar a cena na F1

O nome ainda não soa familiar, seja qual for que você escolher: há quem chame a ex-AlphaTauri de RB F1 ou, internamente, o time é mais conhecido agora como VCARB. Mas o fato é que a equipe que já foi a Minardi no passado tem os ingredientes para dar o que falar nesta temporada da Fórmula 1. Por questões de vão além do novo nome.

Primeiro, fica a explicação. VCARB são as iniciais do novo nome oficial, Visa Cash App RB. E isso também ajuda a explicar as referências à RB F1. A novidade tem relação com um novo acordo comercial da equipe que é de propriedade da Red Bull e que voltará a ter uma relação técnica bastante estreita com a equipe principal em 2024.

Digo "volta" porque a quantidade de peças compradas junto à Red Bull não será diferente do que a então AlphaTauri tinha até 2021, antes de a F1 mudar significativamente seu regulamento. Eles vão usar o que as regras permitem que seja dividido entre equipes, o que é basicamente a parte mecânica do carro. É algo semelhante à parceria entre Haas e Ferrari nesse sentido.

Visa Cash App RB, novo nome da antiga equipe AlphaTauri na Fórmula 1
Visa Cash App RB, novo nome da antiga equipe AlphaTauri na Fórmula 1 Imagem: Divulgação/Visa Cash App RB

Por que parceria entre Red Bull e VCARB incomoda?

Mas a estrutura da VCARB é muito mais robusta do que a Haas, cujo modelo de negócio é baseado em comprar peças prontas no limite do que o regulamento permite. A equipe tem duas bases, uma na Itália, e outra na Inglaterra. E está usando desde 2022 o mesmo túnel de vento da Red Bull para desenvolver o que o regulamento não permite que seja trocado entre equipes: a parte aerodinâmica do carro.

É claro que a mecânica e a aerodinâmica têm que conversar entre si para que um carro seja veloz. Então aumentar o número de peças compradas junto à Red Bull, faz sentido.

Principalmente porque eles estão dominando a F1 no momento. E é aí que começa a preocupação dos rivais.

A pressão é para que o controle dessa parceria seja rigoroso por parte da FIA, até porque houve um exemplo recente de um time que foi longe demais de um sistema parecido.

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A Aston Martin, quando era Force India, também comprava várias peças da Mercedes e usava o mesmo túnel de vento da equipe que, na época, dominava a F1. E apareceu com um carro bastante semelhante.

Isso gerou o endurecimento do controle da FIA e o fechamento de algumas brechas dadas pelo regulamento. E isso será testado novamente pela parceria entre Red Bull e VCARB.

É claro que existe um pano de fundo político também. O momento é de negociação de um novo Pacto da Concórdia, contrato que rege todas as bases da F1. E há, entre as equipes, quem não concorde com o fato de a Red Bull ter dois times, principalmente quando há uma candidata como a Andretti querendo entrar no grid. E é ponto pacífico que o melhor seria que eles entrassem comprando uma equipe.

Equipe deu seu recado com contratações recentes

A VCARB, que já foi AlphaTauri e Toro Rosso, já experimentou fórmulas diferentes. Ora com mais dependência da Red Bull, como agora, ora com mais independência. Mas eles nunca estiveram em uma posição tão forte.

Primeiro, porque eles estão se tornando mais ligados a uma Red Bull muito forte. E segundo porque o aumento da atividade na Inglaterra está ajudando a atrair nomes de peso no mercado. Nesta semana, eles anunciaram a chegada de Tim Goss, que deixou recentemente o cargo de diretor técnico da FIA, Guillaume Cattelani, vindo da Red Bull Technologies, e Alan Permane, que esteve por décadas na chefia da equipe que hoje é a Alpine. Eles se juntam a Laurent Mekies, que assume a chefia da equipe, vindo da Ferrari.

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São reforços de peso que chegarão ao longo da temporada. É comum que os contratos determinem um período em que o profissional não possa atuar para se certificar de que suas informações já estejam obsoletas e não deem tanta vantagem a quem contratá-lo. Mas de qualquer maneira tudo aponta para um capítulo interessante da ex-Minardi, usando o máximo de uma estrutura vencedora e também fortalecendo seu corpo técnico para poder usufruir mais dessa parceria.

Os exemplos recentes de Aston Martin e McLaren mostram como o pelotão, atrás da Red Bull, está compacto e é possível melhorar muito o rendimento em pouco tempo. E tudo indica que chegou a hora da VCARB.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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