Chefe da Red Bull é investigado por conduta imprópria e pode perder o cargo
A equipe mais vencedora do momento na Fórmula 1 está passando por uma crise dias antes do lançamento do carro para a temporada 2024. O chefe Christian Horner foi denunciado internamente por conduta imprópria e a empresa de energéticos decidiu abrir uma investigação. Agora, há uma corrida contra o tempo para esclarecer o que aconteceu e tomar uma decisão antes do início do campeonato. E, se possível, antes mesmo do lançamento, dia 15 de fevereiro.
Não se sabe ao certo qual o motivo da investigação. Especula-se que Horner teria mandado fotos para uma funcionária, mas há outras versões circulando e nada foi confirmado. O fato é que a empresa Red Bull, e não a equipe, é quem está à frente das investigações.
"Uma investigação independente foi iniciada sobre as alegações atuais. A empresa está levando o assunto extremamente a sério. A investigação está sendo conduzida por um advogado investigativo externo e independente e será concluída o mais rápido possível. Seria inapropriado fazer mais comentários", anunciou oficialmente a Red Bull.
Segundo a publicação alemã Auto Motor und Sport, haverá uma reunião na sexta-feira para averiguar as provas e entender qual a melhor solução. Não está descartada a saída do chefe mais antigo entre as equipes de Fórmula 1.
O primeiro nome que aparece como possível substituto de Horner é Jonathan Wheatley. O britânico é atualmente diretor esportivo da Red Bull, ou seja, já tem um cargo de liderança, e está na equipe há quase 20 anos. Assim, ele não representaria um choque tão grande para o time às vésperas do início da temporada, que começa dia 2 de março com o GP do Bahrein.
No momento, Horner continua com suas atividades habituais e participou normalmente da reunião da Comissão de F1 desta segunda-feira, na qual foi definida uma nova programação para os finais de semana de sprint, entre outros detalhes.
Christian Horner é o único chefe que a Red Bull teve na F1, tendo assumido o comando da equipe em 2005. Sua saída seria uma virada dramática, alguns meses depois de o britânico ter manobrado nos bastidores para minar a renovação de contrato do consultor Helmut Marko, sem sucesso.
Sua posição também foi questionada depois que a parceria com a Porsche não saiu do papel, deixando a Red Bull sem opção a não ser investir pesado para fazer seu próprio motor, que vai estrear com o novo regulamento em 2026.
Se as acusações foram comprovadas, ele poderia até perder o título de nobreza que recebeu recentemente do Rei Charles pelos serviços prestados à comunidade automobilística.
Embora Wheatley seja a opção mais óbvia a curto prazo, a Red Bull teria outros nomes no mercado, já que, nos últimos 12 meses, Mattia Binotto, Otmar Szafnauer e Guenther Steiner perderam seus empregos de chefes de equipe.
O fato é que esse tipo de denúncia tem que ser levado a sério em uma categoria que busca se afastar de seus clichês históricos, como bem lembrou o chefe da Williams, James Vowles. Ele aproveitou que foi questionado sobre a situação de Horner no lançamento da equipe para reafirmar que importunações não têm espaço em sua equipe.
"Voltando 20 anos no tempo, o esporte era dominado por homens. Se você me perguntasse o que era formada uma equipe de F1, diria que eram homens brancos com 40 anos, algo do tipo. Isso está mudando e essa mudança é positiva. Eu só posso controlar o que acontece com a Williams, e o que posso fazer com nossa realidade é abrir os olhos de todos porque é assim que temos de ser. As melhores ideias não vêm de um grupo limitado de indivíduos. Elas vêm da diversidade", lembrou o britânico.
"Essas são apenas alegações, não tenho conhecimento do que está por trás disso e o significado do que aconteceu. Tudo o que posso dizer é que, se acontecesse na nossa equipe, daríamos total apoio para que fosse resolvido e nos certificaríamos de ter uma cultura em que todos são aceitos. Temos de olhar no espelho, fazer as perguntas que devem ser feitas internamente e tomar decisões das quais teremos orgulho em 10 anos."
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