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De Hamilton na Ferrari a chefe investigado: as 5 bombas das 'férias' da F1

Ninguém mudou de equipe, as regras continuam as mesmas, e parecia que o período de férias da F1 seria bem morno. Mas a realidade não poderia ser outra. Teve união das equipes deixando a federação acuada, chefe demitido, outro que pode perder o cargo por conduta imprópria e, é claro, a notícia mais impactante de todas: a transferência de Lewis Hamilton da Mercedes para a Ferrari.

Mas tudo começou ainda em dezembro:

  1. Equipes se unem "contra" a FIA após denúncia

Isso aconteceu logo nas primeiras semanas após o final da temporada (que já foi morno, uma vez que Max Verstappen e a Red Bull tinham conquistado os títulos com várias provas de antecedência). Primeiro saiu uma matéria de uma publicação questionável, que dizia que os chefes de equipe estavam suspeitando que Toto Wolff tinha informações privilegiadas da federação e da própria cúpula da F1 (que viriam de sua esposa, Susie Wolff, que está no comando da F1 Academy).

A reação da FIA foi dizer que tinha aberto uma investigação. Todas as demais equipes disseram que jamais tinham levantado essa questão. A sensação que ficou era de que a própria FIA estava tentando criar algum tipo de racha nas equipes.

  1. Chefe Steiner perde o emprego na Haas

O italiano sabia que seu contrato estava para expirar no final do ano, mas se surpreendeu ao ficar sabendo, no período de Natal, que não estava nos planos do dono Gene Haas para a temporada 2024. Nem deu tempo de ir para a fábrica se despedir, após mais de 10 anos no cargo. Quem assume é o competente Ayao Komatsu.

Nos dias seguintes à divulgação da mudança, ficou claro que Haas estava defendendo sua visão para a equipe que leva seu nome. Enquanto Steiner queria mais investimento em infraestrutura para o time depender menos de peças de fornecedores.

  1. F1 nega entrada da Andretti com carta pesada

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As outras três notícias surpreendentes aconteceram em um espaço de menos de uma semana. Já se sabia que a F1 estava inclinada a ouvir as equipes e barrar a entrada da Andretti no grid, mesmo com os norte-americanos tendo sido aprovados pela FIA.

Mas ninguém poderia imaginar o conteúdo do comunicado. O trecho que mais chamou a atenção foi dizer que, embora a Andretti seja um nome que possa ser reconhecido por alguns torcedores da F1, a entrada da equipe traz mais à Andretti do que à F1. E a avaliação de que eles não teriam condições de serem competitivos na categoria.

São justificativas que pegaram muito mal em um momento em que o grid da F1 tem uma equipe tentando emplacar o nome Stake F1 e outra VCARB, mas é claro que essas equipes entraram por meio de aquisições e não tiveram que passar pelo mesmo processo da Andretti, que busca uma licença nova. E está fazendo isso em um momento em que o campeonato coleciona lucros e a relação entre os donos da F1 e a federação é péssima.

  1. Hamilton troca Mercedes pela Ferrari

Enquanto todos debatiam as portas fechadas à Andretti, Lewis Hamilton revelava a Toto Wolff que tinha ativado a cláusula de seu contrato que permitia sair um ano antes do fim do acordo. E que tinha decidido ir para a Ferrari em 2025.

Ter Hamilton era um projeto antigo do presidente da Ferrari, John Elkann, que tinha tentado abrir negociações em algumas oportunidades. Desta vez, Hamilton não tinha conseguido o contrato mais longo que queria na Mercedes, sabia que uma boa oportunidade de acabar com o domínio da Red Bull está chegando com a mudança de regulamento de 2026, e ouviu de Elkann uma proposta interessante de maneira global. Com isso, formará dupla com Charles Leclerc e chega como o maior vencedor da história da F1 à equipe mais vencedora da história da F1.

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  1. Chefe da Red Bull investigado por conduta imprópria

Christian Horner, chefe da Red Bull
Christian Horner, chefe da Red Bull Imagem: Clive Mason/Getty Images

Nesta semana, mais uma bomba: Christian Horner, chefe da equipe atual bicampeã do mundo, está sendo investigado por conduta imprópria dentro do time. Não há muitos detalhes sobre a denúncia, mas sabe-se que ela veio de dentro da equipe diretamente para a empresa de energéticos na Áustria e passou a ser investigada por lá.

Haverá uma audiência interna nesta sexta-feira, comandada por um escritório de advocacia especializado em casos do tipo, e a situação é tão grave que Horner pode perder o cargo após quase 20 anos à frente da Red Bull. Isso dias antes do lançamento do carro com o qual Verstappen tentará o tetracampeonato, na próxima quinta-feira.

Sim, os lançamentos estão a pleno vapor. Haas, Williams e Stake/Sauber mostraram suas cores para 2024, a Alpine lançou seu carro. E na madrugada de sexta-feira será a vez da VCARB, a ex-AlphaTauri, que fará seu lançamento em Las Vegas. Mas a grande expectativa é para a semana que vem, com Mercedes, Ferrari e Red Bull fazendo seus eventos. Até lá, quem sabe não temos mais alguma bomba.

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