Pode chamar de RB ou VCARB: time de Ricciardo tem motivos para otimismo

Mas essa não será a única similaridade entre os Red Bull e os VCARB, que também estão sendo chamados simplesmente de RB (lembrando que RB não significa Racing Bulls, ao contrário do que alguns meios noticiaram).

As duas equipes vão voltar a usar o que o regulamento permite de peças em comum, como faziam em 2021. E a equipe júnior agora tem mais experiência com o túnel de vento da Red Bull, após usá-lo por dois anos. Ou seja, esse será o primeiro carro feito no mesmo equipamento, embora uma equipe não tenha acesso ao que a outra está fazendo, juntamente com a colaboração debaixo da carenagem. E com a Red Bull dominando.

A lista de componentes da Red Bull Technologies no novo carro é extensa. Suspensão dianteira, suspensão traseira, direção, caixa de câmbio e escapamento, além de ambos os times usarem a mesma unidade de potência feita pela Honda e rebatizada como Red Bull Powertrains.

Para se ter uma ideia do valor dessa colaboração, a AlphaTauri deu um salto importante a partir do GP de Singapura do ano passado. Eles pontuaram em cinco das oito últimas provas. Nas primeiras 14 provas, tinham pontuado só três vezes. A diferença? A adoção da suspensão traseira da Red Bull.

Não é por acaso que chefes de outras equipes, especialmente o CEO da McLaren, Zak Brown, começaram a reclamar da parceria. Mas não há suspeitas de ilegalidade. É somente uma briga para tentar fechar essa possibilidade de uma mesma empresa ter duas equipes e também sobre o regulamento permitir colaborações tão fortes, dentro de um contexto de negociação de um novo contrato entre equipes, a federação e a F1.

Voltando à parte comercial, também ajuda ter o carismático Daniel Ricciardo a bordo. Ele voltou ao grid no meio do ano passado, mas teve uma fratura na mão e fez poucas provas. Teve lampejos positivos, como a classificação para o GP da Cidade do México, mas ainda não vimos todo o potencial do piloto de 34 anos, que começará o ano de olho na vaga de Sergio Perez na Red Bull.

Além de uma estrutura mais eficiente buscando se aproveitar da proximidade com a Red Bull comercialmente e em termos de performance, a VCARB também se fortaleceu nos últimos meses. Laurent Mekies chega da Ferrari para o lugar de chefe da equipe, após a aposentadoria de Franz Tost. O experiente Peter Bayer chegou ainda no ano passado, e o time anunciou recentemente mais contratações: Tim Goss, que deixou recentemente o cargo de diretor técnico da FIA, Guillaume Cattelani, vindo da Red Bull Technologies, e Alan Permane, que esteve por décadas na chefia da equipe que hoje é a Alpine.

Mas o que seria realista imaginar para o 2024 de uma equipe com tantos sinais positivos? Uma aposta otimista seria pensar em uma briga com a Alpine, mesmo com a ampla vantagem do time francês ao longo de 2023 (foram 120 pontos contra 25).

O time de Enstone também cresceu bastante na parte final do campeonato, e mesmo assim optou por fazer mudanças profundas em seu carro. Então temos, de um lado, a expectativa de um passo grande da ex-AlphaTauri, e de outro as incertezas que uma mudança significativa traz do lado da Alpine.

Teremos uma ideia melhor do que esperar após os testes de pré-temporada, que serão realizados entre 21 e 23 de fevereiro, no Bahrein. O país também será palco da primeira corrida do ano, dia 2 de março.