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Hamilton pode enfrentar falta de informação em ano de despedida, crê Alonso

Lewis Hamilton está começando a temporada 2024 da F1 já sabendo que trocará a Mercedes pela Ferrari no final do ano. Definitivamente, não é comum, mas houve alguns exemplos nos últimos anos. O mais famoso deles foi a transferência de Fernando Alonso da Renault para a McLaren.

Alonso tinha acabado de ser campeão mundial com a Renault em 2005 quando anunciou, em dezembro daquele ano, que correria justamente no time com quem estava disputando aquele campeonato. Mas só em 2007. Então Alonso fez a temporada 2006 toda, inclusive conquistando novamente o título, já de "aviso prévio".

Perguntado pelo UOL Esporte sobre a experiência, o espanhol reconheceu que a segunda metade do ano não foi tão fácil.

"Do meu lado, não fez tanta diferença. Comecei a temporada de 2006 bem relaxado, estava bem com a equipe e o clima não mudou muito. Mas talvez tenha mudado para a equipe porque, depois da metade da temporada, eles começaram a testar coisas e a se programarem para o ano seguinte e eu não estava envolvido em nada disso porque eles mantinham essas coisas em segredo. E isso era compreensível", lembra Alonso.

"Então, para o piloto, não muda muita coisa, mas a equipe tenta esconder algumas coisas de você na segunda parte do ano."

Na época, as tensões foram bem maiores do que Alonso se referiu agora, até porque ele estava em uma disputa muito apertada com Michael Schumacher, então na Ferrari, e não sentia que tinha total apoio da equipe e questionou também o que sentia ser a falta de apoio do então companheiro Giancarlo Fisichella.

Depois de chegar atrás do alemão no GP da China, um dos últimos daquela temporada, Alonso disse que "a equipe toda está arrasada, tirando aqueles que não querem que eu leve o número 1 [referente ao carro do campeão] para a McLaren."

É claro que tudo ficou mais aflorado em 2006 pela disputa pelo título, mas de qualquer forma o testemunho de Alonso parece profético de certa forma para Hamilton. O chefe do inglês, Toto Wolff, lembrou que engenheiros saem de uma equipe para a outra com aviso prévio de seis meses para evitar que levem consigo segredos importantes, algo que não acontece no caso dos pilotos.

Então, é normal que Hamilton sinta que menos informações estão sendo passadas para ele a partir de determinado momento do ano.

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"Vamos avaliar mais para frente na temporada o que isso significa em termos de informações técnicas", disse Wolff. "Mas não é algo que me incomoda. Temos engenheiros saindo para ir para outras equipes às vezes com apenas seis meses de aviso prévio. Não tenho dúvida da integridade de Lewis sobre compartilhar informações."

Esse período de seis meses costuma ser o mínimo para um funcionário ir de uma equipe para a outra. No caso de engenheiros com funções que demandam um conhecimento mais amplo do projeto, esse período em que eles não podem trabalhar para rivais dificilmente é menor do que 12 meses.

"Será uma dinâmica interessante de ver do lado de fora", comentou Sergio Perez. "Sabemos como as equipes protegem as informações. Como Lewis está lá há muito tempo, vai levar muito conhecimento consigo."

Um piloto que viveu isso mais recentemente foi Daniel Ricciardo, que anunciou antes da temporada 2020 começar que trocaria a Renault pela McLaren no final daquela temporada. Foi outra relação que ficou bastante desgastada, mas também é verdade que nem Alonso na Renault, muito menos Ricciardo na mesma equipe tiveram uma história tão vencedora quanto Hamilton na Mercedes.

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