Leclerc lidera último teste da F1, mas não tira o favoritismo de Verstappen

Mercedes surge diferente no último dia de testes

Algo que chamou a atenção neste terceiro dia de atividades foi uma mudança na suspensão da Mercedes. O ponto de fixação de um dos braços da suspensão dianteira foi montado bem mais baixo nessa sexta-feira, aumentando o controle do movimento natural do carro abaixando a dianteira nas freadas.

A busca é por manter uma altura constante em relação ao solo, o que tem sido a grande vantagem da Red Bull neste regulamento. A Mercedes claramente trabalhou muito nas suspensões neste novo carro, tentando melhorar a consistência do carro. No entanto, ainda que o comportamento tenha melhorado e os pilotos falem em um carro melhor de ser pilotado, há informações de que o salto não foi tão grande quanto o esperado pela equipe.

Na Aston Martin, Fernando Alonso disse que o carro melhorou nas curvas de alta velocidade, o que era um dos objetivos principais para este ano, e nas freadas. Mas já jogou a toalha a respeito do campeonato. "Dezenove pilotos sabem que não vão ser campeões, e alguns podem sonhar em ganhar uma corrida ou outra", disse ele.

A McLaren teve alguns problemas nos testes, perdendo tempo de pista com uma falha na bomba de combustível na quinta-feira e na embreagem no último dia de testes. O chefe Andrea Stella está cauteloso para este início de temporada mas acredita que as atualizações que o time terá nas primeiras provas serão positivas.

Quem está logo atrás da Red Bull após os testes?

É muito difícil entender quem está melhor durante os testes porque são vários os fatores que vão determinar os tempos de volta. Eles não estão todos usando o mesmo tipo de pneu, podem estar com níveis de combustível diferentes, podem usar configurações de motor distintas. São variáveis que dão, facilmente, mais de um segundo de diferença. Não é como em uma classificação, em que todos estão na mesma condição e o mais veloz é o pole position.

Mas os rivais se observam, veem se os pilotos estão lutando muito com o volante, se estão conseguindo dar voltas consistentes. E a sensação no paddock é de que a Red Bull está na frente e a Ferrari está um pouco adiante de um grupo muito competitivo com Mercedes, McLaren e Aston Martin. E possivelmente tendo a VCARB, ex-AlphaTauri, como um elemento surpresa.

Por que problemas com bueiro preocupam para a temporada

Os testes também foram marcados por duas interrupções, na quinta e na sexta-feira, após a tampa do bueiro posicionado rente à zebra da curva 11 se soltou. Primeiro, os funcionários da pista tentaram soldar a tampa novamente, mas ela se cedeu mais uma vez, e é provável que a solução seja fechar com concreto a saída de água para a corrida da semana que vem. A pista do Bahrein fica em uma região desértica, embora tenha chovido bastante recentemente durante um teste da Fórmula 2.

Problemas com bueiros geralmente acontecem em pistas de rua e a justificativa da Federação Internacional de Automobilismo é que a vistoria não é tão constante e minuciosa por conta da necessidade de parar o tráfego. Houve, inclusive, a tentativa de criar um padrão de construção de bueiros de pistas de rua, mas em lugares como Las Vegas há normas locais que impedem que os procedimentos sejam seguidos.

Mas é raro ver problemas em circuitos, e isso é um alerta para a entidade. As atuais regras da F1 significam que os carros "sugam" o ar debaixo deles por meio do assoalho, e a tendência, no terceiro ano com as mesmas regras, é que isso aconteça com ainda mais intensidade. Então é possível que estruturas que aguentaram ano passado cedam com os carros atuais.

É claro que, para isso, os pilotos precisam passar por cima desses bueiros, então também é preciso entender por que eles estão indo para fora da zebra na entrada da curva 11. Como não se trata de uma zebra larga, eles conseguem ainda ficar, tecnicamente, na pista, já que duas rodas ficam dentro da linha branca. Então é algo que, fatalmente, vai se repetir ao longo do final de semana de corrida.

Confira os tempos do terceiro dia de pré-temporada da F1

1 Charles Leclerc (Ferrari) 1m30.322s, C4, 74 voltas
2 George Russell (Mercedes) +0.046s, C4, 67 voltas
3 Zhou Guanyu (Sauber) +0.325s, C4, 85 voltas
4 Max Verstappen (Red Bull) +0.433s, C3, 66 voltas
5 Yuki Tsunoda (RB) +0.453s, C4, 53 voltas
6 Alex Albon (Williams) +0.662s, C4, 120 voltas
7 Oscar Piastri (McLaren) +0.708s, C3, 91 voltas
8 Fernando Alonso (Aston Martin) +0.837s, C3, 75 voltas
9 Carlos Sainz (Ferrari) +0.925s, C3, 71 voltas
10 Sergio Perez (Red Bull) +1.161s, C3, 53 voltas
11 Nico Hulkenberg (Haas) +1.364, C3, 89 voltas
12 Lewis Hamilton (Mercedes) +1.677s, C5, 49 voltas
13 Lance Stroll (Aston Martin) +1.716s, C3, 46 voltas
14 Lando Norris (McLaren) +1.786s, C3, 20 voltas
15 Pierre Gasly (Alpine) +1.827s, C3, 47 voltas
16 Kevin Magnussen (Haas) +2.731s, C3, 80 voltas
17 Esteban Ocon (Alpine) +2.757s, C3, 55 voltas
18 Valtteri Bottas (Sauber) +3.206s, C3, 28 voltas
19 Daniel Ricciardo (RB) +6.693s, C1, 70 voltas