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Verstappen dá seu cartão de visitas: GP perfeito e 22s em cima de Perez

O GP do Bahrein é sempre dominado pelo consumo de pneus. E o baixo consumo de pneus tem sido o grande trunfo da Red Bull de 2022 para cá. Então era de se esperar uma vitória tranquila de Max Verstappen, com seu companheiro Sergio Perez conseguindo se recuperar após se classificar em quinto.

Mas o cartão de visitas do tricampeão mundial foi um recado bem claro à concorrência: Verstappen colocou mais de 22 segundos no próprio companheiro, quase o dobro do ano passado.

Uma mensagem maiúscula dentro, também, de um contexto complicado dentro da equipe. É difícil imaginar que o vazamento de supostas evidências de comportamento inadequado do chefe da equipe Red Bull não esteja ligado à disputa por poder por que a equipe passa no momento, com Verstappen mais alinhado ao lado austríaco capitaneado por Helmut Marko. Enquanto Christian Horner posava no grid com o sócio majoritário da Red Bull, do lado tailandês da empresa, demonstrando o apoio que tem.

Vantagem foi menor do que ano passado

Voltando à pista, se compararmos com 2023, a diferença foi bem menor. Na etapa de abertura do campeonato do ano passado, Verstappen ganhou, Perez foi segundo e o terceiro colocado, Fernando Alonso, chegou 38s atrás. É normal, quando o regulamento fica estável, que as equipes fiquem mais próximas. Mas a Red Bull mostrou que fez o certo ao apostar em mudanças importantes no carro e segue com uma vantagem considerável.

Não que os rivais tenham tido corridas totalmente limpas. A Ferrari tinha Charles Leclerc largando em segundo e Carlos Sainz chegou a cair para quinto na largada, mas foi se recuperando. Para isso, contudo, ele teve de passar Leclerc na pista duas vezes, e também George Russell.

Esse tempo perdido no início certamente não o ajudou na disputa com Perez, lembrando que a diferença entre os dois foi de 2s6 no final. Mas também é verdade que, nas últimas voltas, ao invés de encostar em Perez, que tinha pneus macios que, em teoria, deveriam estar mais lentos que os duros, Sainz viu a diferença aumentar.

Outra notícia boa para a Ferrari foi o que Leclerc ouviu do engenheiro no meio da prova: "A duração dos pneus é melhor do que o esperado". Esse foi o grande drama da Ferrari nas últimas temporadas, e a pista de Sakhir seria um duro teste nesse sentido.

Mas Leclerc sofreu muito com as travadas de pneus, principalmente na primeira parte da corrida, com o composto macio. Ele chegou a cair para quinto, mas na parte final da prova ultrapassou Russell para ser quarto.

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Até porque, na Mercedes, também houve problemas. Os dois pilotos foram instruídos a diminuir o ritmo por problemas de aquecimento de motor. À primeira vista, seria algo preocupante, já que a corrida foi disputada com 18ºC de temperatura ambiente, muito menos do que é esperado para a semana que vem, na Arábia Saudita.

Mas também é possível que a equipe tenha subestimado a necessidade de refrigeração para a corrida. Os times buscam configurar os carros no limite nesse sentido porque, se aumentarem as aberturas para refrigeração, perdem rendimento aerodinâmico.

Houve um único problema para a Red Bull, na verdade: o volume do rádio. Em determinado momento da prova, Sergio Perez pediu para seu engenheiro berrar para que ele conseguisse entendê-lo.

Como era esperado, a McLaren não esteve disputando as primeiras colocações nesta prova inicial da temporada. A pista evidencia os pontos fracos do carro, que ainda não está no nível de desenvolvimento que o time espera. Lando Norris foi o sexto e Oscar Piastri foi o oitavo, com Lewis Hamilton na sétima colocação. E as Aston Martin completaram o top 10.

A próxima corrida é na Arábia Saudita, pista com características bastante diferentes, alta velocidade, asfalto mais liso. Será uma boa oportunidade dos rivais medirem melhor qual "prejuízo" que eles têm que buscar.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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