Bastidores da F1: Vitória brasileira e as 'piruetas' de Toto por Verstappen
No tom de 'vocês querem uma manchete? Vou dar uma manchete', o chefe da Mercedes, Toto Wolff, disse que qualquer equipe "estaria fazendo paradas de mão para ter Verstappen" depois da enésima pergunta sobre a possibilidade de sua equipe se aproveitar da disputa que está deflagrada dentro da Red Bull. Mas ele é o primeiro a admitir que nada disso depende dele no momento.
"Eu adoraria tê-lo, mas primeiro precisamos arrumar o nosso carro", disse o chefe da Mercedes depois de terminar em sexto com George Russell e em oitavo com Lewis Hamilton. "Acho que é uma decisão que Max tem de tomar e não há equipe nenhuma no grid que não faria paradas de mão para tê-lo."
Do outro lado, Christian Horner mais uma vez tentou mostrar que tem o controle da situação, embora não tenha o controle do futuro de Verstappen. Ao mesmo tempo em que disse que qualquer piloto quer um carro forte nas mãos - e o da Red Bull certamente é, como demonstrou novamente com uma dobradinha fácil na Arábia Saudita - deixou claro que, em sua equipe, "ninguém é insubstituível", em resposta, também, à enésima pergunta sobre a permanência ou não de sua grande estrela. "Não vamos forçar alguém a ficar nessa equipe e isso se aplica a qualquer um."
Nem parecia que o dia era de colocar panos quentes nos acontecimentos de sexta-feira, quando o consultor Helmut Marko disse que poderia ser suspenso e nem ir à próxima etapa na Austrália, gerando reação forte e imediata de Verstappen, que deixou claro sua lealdade ao austríaco. Horner disse que essa informação "surpreendeu" a equipe e lembrou mais de uma vez que Marko não é funcionário da equipe Red Bull e, sim, da empresa.
Falando na empresa, o CEO Oliver Mintzlaff deu o ar da graça, junto de Marko. O consultor disse que ambos conversaram longamente e concordaram em vários pontos sobre o futuro da equipe. "Vou ficar, tenho três anos de contrato, mas a calma precisa voltar ao time". Mintzlaff terá agora uma reunião com Chalerm Yoovidhya, sócio majoritário da Red Bull e aliado de Horner.
O que está claro é que nada disso afeta o rendimento da equipe na pista. A vantagem que eles ainda têm, no terceiro ano de um mesmo regulamento, é bastante considerável. Se no Bahrein ficou a impressão de que um circuito que gera alta degradação de pneus tinha ajudado a amplificar a diferença para os rivais, em Jeddah houve pouca degradação e, mesmo assim, foi uma vitória bastante fácil.
Uma virada para Enzo Fittipaldi em Jeddah
Falando em vitória, Enzo Fittipaldi conquistou sua primeira corrida principal na Fórmula 2, justamente no circuito em que sofreu o acidente mais grave da carreira em 2021. Isso é algo mais latente para a família do que para ele mesmo, que diz lembrar apenas de se preparar para entrar no carro e de acordar no hospital com o calcanhar fraturado e um corte no rosto.
Foi uma vitória simbólica para ele, como se via pela emoção desde que saiu do carro. Tendo andado em uma equipe maior ano passado sem render o que era esperado, e tendo sofrido com problemas no diferencial e na embreagem na primeira etapa da temporada no Bahrein, ele já se sentiu muito mais à vontade na corrida sprint, quando cruzou em quarto e foi alçado à terceira posição após a desclassificação do vencedor.
Na corrida principal, largando em quarto, ele foi muito superior especialmente na segunda metade da prova. Conhecido por ser arrojado nas ultrapassagens, Fittipaldi passou dois pilotos de uma vez na briga pela liderança. Chegou a cair para quarto após a entrada de um Safety Car, mas não só superou os rivais, como abriu quase 8s no final, algo menos comum na F2, categoria de carros iguais, diferentemente da F1.
"Tem que arriscar às vezes, não dá para ficar atrás. Para ganhar corrida, tem que arriscar. Eu estava confiante que eu ia ganhar, o ritmo era muito bom. Meu time é um azarão, mas estou me sentindo muito bem com a equipe, todos trabalham muito bem e acho que tem muita coisa por vir neste ano", disse Fittipaldi, que é segundo em um campeonato que teve muitos altos e baixos de pilotos nas duas primeiras provas.
Um exemplo é Gabriel Bortoleto, que saiu da pole no Bahrein e desta vez teve um final de semana bastante difícil, que culminou com uma quebra no semieixo logo na largada da corrida principal. Não está sendo o começo de temporada que o atual campeão da F3 esperava, mas ele volta ao palco de uma de suas vitórias do ano passado na próxima etapa na Austrália.
O novo Hamilton?
Voltando à F1, houve uma verdadeira comoção da mídia inglesa em torno de Oliver Bearman, sétimo colocado na estreia, aos 18 anos, a ponto de perguntarem ao chefe da Ferrari, Fred Vasseur, se ele poderia ser o substituto de Lewis Hamilton quando ele se aposentar. O francês riu, pediu calma e lembrou que esse carro é mais estável que o do ano passado, o que ajuda nessa adaptação tão rápida.
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Quero receberCarlos Sainz surpreendeu ao aparecer no paddock menos de 24h depois da cirurgia para a retirada do apêndice. Claramente não estava 100%, mas já estava focado na viagem para a próxima etapa na Austrália. Vasseur se disse confiante de que terá seus titulares em Melbourne, e adiantou que Bearman será novamente o reserva por lá.
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