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Mercedes admite que problemas da Arábia Saudita preocupam para o próximo GP

A Mercedes não está tendo o início de temporada que esperava: após duas provas, eles marcaram apenas 26 pontos e estão em quarto lugar no campeonato de construtores. Ano passado, mesmo ainda usando o carro com um conceito que seria abandonado pouco tempo depois, eles estavam empatados com a Aston Martin em segundo com 38 pontos. E, pior, detectaram uma deficiência em curvas de alta velocidade.

"O principal é que não tínhamos aderência nas curvas rápidas. É algo que estamos trabalhando duro para entender porque em Melbourne há curvas parecidas", explicou o chefe de engenharia, Andrew Shovlin, referindo-se ao palco da próxima etapa, o GP da Austrália.

Shovlin calcula que eles perdiam de três a quatro décimos somente no primeiro setor. E a telemetria aponta que, entre as curvas 6 e 11, principal trecho de curvas rápidas da pista, as Mercedes estavam mais lentas até mesmo que as Alpine, grande decepção neste início de temporada.

O engenheiro lembrou que um dos motivos para esse desempenho ruim nas curvas de alta velocidade poderia estar ligado à asa traseira que eles escolheram, com pouca carga aerodinâmica. Isso fez com que eles fossem bem velozes na reta (o que ajudou Lewis Hamilton a segurar Oscar Piastri por quase toda a prova). Mas também é verdade, que, nos treinos livres, Hamilton tentou usar mais carga na asa e o rendimento não melhorou como esperado.

O inglês tentou um pouco de tudo em termos de acerto. Ele terminou a sexta-feira de treinos livres dizendo que só precisava que a traseira do carro ficasse mais estável. Mas a equipe não conseguiu encontrar uma saída.

"O equilíbrio do carro não estava ótimo. Os muros não estão muito longe, então são curvas em que os pilotos precisam de confiança, e vimos que o carro saía de traseira quando eles tentavam forçar", reconheceu Shovlin.

Isso é particularmente ruim na classificação, quando o piloto realmente precisa de confiança nas curvas de alta velocidade. Com esse desequilíbrio, enquanto Verstappen conseguia fazer esse trecho da pista no final do primeiro setor de pé embaixo, a dupla da Mercedes usava 60% do acelerador.

Além disso, os pilotos também voltaram a conviver com um problema que outras equipes já deixaram para trás há algum tempo: os saltos, que acontecem quando se está em determinada velocidade tentando andar com o carro muito baixo. Isso gera oscilações aerodinâmicas dependendo da interação do assoalho e das suspensões.

"Na classificação, sofremos um pouco com os saltos. Na corrida, nem tanto, porque o carro está pesado e você anda mais devagar."

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Os saltos já tinham aparecido na Mercedes nos testes de pré-temporada quando eles experimentaram uma configuração de suspensão diferente. Mas não foram uma grande preocupação no Bahrein porque se trata de uma pista mais lenta. O final de semana da Arábia Saudita mostrou que eles ainda não podem andar com o carro tão baixo quanto gostariam. E isso compromete a performance.

O GP da Austrália será já na semana que vem. Max Verstappen venceu as duas primeiras corridas do ano e já é o grande favorito para conquistar o tetracampeonato.

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